As 10 Cordas de Tião Carreiro com Noel Andrade e banda Blues Etílicos

Sábado, 16 de abril, às 21h30, na Comedoria do Sesc Belenzinho, o violeiro Noel Andrade e a banda Blues Etílicos se unem para um show especial em homenagem a Tião Carreiro (1934 – 1993)…

Eles tocam as obras mais conhecidas em arranjos ou adaptações para o blues, o rock, a música latino-americana aliados à nossa música rural, que se transformam em elaboradas releituras, interpretações inéditas que apontam um novo momento, a gaita, o slide, a viola, os vocais.

O violeiro Noel Andrade e a banda Blues Etílicos apresentarão alguns dos sucessos de Tião Carreiro e Pardinho, como uma das canções mais emblemáticas de Tião Carreiro e Lourival dos Santos, Em Tempo de Avanço, Pagode em Brasília de Ted Vieira e Lourival dos Santos, gravado em 1960, Chora Viola de Tião Carreiro e Lourival dos Santos e o cururu transformado em um blues, Rio de Lágrimas, também conhecido como Rio de Piracicaba, parceria de Tião com Piraci e Lourival dos Santos, e outras que destacam o Mestre dos Violeiros e a tradição da memória cultural brasileira.

O espetáculo As 10 Cordas de Tião Carreiro é uma curadoria do repertório desse que modificou a trajetória da viola caipira, os vários ritmos, os tantos formatos que esculpiram o perfil artístico de “Tião”. Passados 22 anos de sua morte nada de significativo foi realizado em seu nome, então o violeiro Noel Andrade e a família de Tião Carreiro se uniram em um projeto que, junto com outras ações, fará parte de uma jornada progressiva de divulgação da obra dessa lenda chamada Tião Carreiro “Sua Majestade o Rei do Pagode”.

Tião Carreiro
Mineiro de Monte Azul, foi criado em Araçatuba interior do estado de São Paulo, em uma fazenda onde ajudava seu pai, e depois do trabalho na lavoura, José Dias Nunes já tirava os primeiros acordes da viola. Ainda adolescente em 1951, começou a carreira adotando inicialmente o nome artístico de Palmeirinha, alguns anos depois trocou para Zezinho, posteriormente para Zé Mineiro. Morando em São Paulo, conheceu o compositor Teddy Vieira, que lhes sugeriu a mudança do nome artístico de Zé Mineiro para Tião Carreiro.

Cantor e instrumentista brasileiro de música sertaneja de raiz, com mais de 60 obras registradas e 70 discos gravados, influenciou com seu estilo muitos artistas, duplas e músicos dos mais diversos gêneros, Tião Carreiro foi o precursor do “Pagode”, ritmo que ousou em criar com base na viola e em seu ponteado.

Segundo o produtor, cantor e compositor Téo Azevedo, “O Tião chegou com aquele batidão de viola, misturando o ritmo do coco com o do calango de roda, um tipo de calango que tem lá na nossa região. Aí fundiu os dois estilos. Botou o violão fazendo a batida do coco, e a viola, a do calango de roda. Isso é que virou o pagode, um dos ritmos mais tradicionais da cultura sertaneja-raiz”.

Falecido em 1993, não parou de ser reverenciado e homenageado como o maior talento da viola, tanto que em 2013, foi homenageado ao vencer o Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira, promovido pelo Instituto Brasileiro de Viola Caipira, na categoria Referência. Informações com base no Dicionário Cravo Albin da música popular brasileira.

Noel Andrade
Violeiro, nascido na cidade de Patrocínio Paulista, interior de São Paulo. Após 13 anos de estrada, coletando informações sobre as mais variadas culturas, lançou o seu primeiro CD intitulado Charrua, (teve a participação especial de Renato Teixeira no CD), e com o apoio de incentivo à gravação de primeiro CD do PROAC, com ele Noel Andrade, foi o violeiro mais premiado em 2013.

O violeiro, natural de Patrocínio Paulista (SP), baseia-se no mundo caipira para compor sua música. Tem suas músicas circulando em rádios do interior de São Paulo e se apresenta pelo Brasil.

Influenciado por músicos como Dércio e Doroty Marques, Almir Sater e Tião Carreiro, o violeiro também busca inspiração em ritmos populares e tradicionais da cultura brasileira. Em sua trajetória artística, já se apresentou ao lado e junto de grandes nomes da música nacional como Pena Branca, Pereira da Viola, Chico Lobo, Zé Gomes, Inezita Barroso, Renato Teixeira, Saulo Laranjeira, Sá & Guarabyra e Paulo Freire. Noel Andrade é um violeiro de pegada forte e personalizada.

Conhecedor da verdadeira alma da viola e de seu povo, com apuramento técnico, adquirido nestes anos. Sempre com três violas em punho e afinações diferentes, o violeiro mostra canções de autoria própria e outras de músicos que admira e lhe inspiram em suas composições. Pesquisador da música camponesa, a diversificação das apresentações do violeiro pode ser observada na sutileza com a qual revela as peculiaridades do caboclo de cada região.

A audição das experiências musicais do violeiro não é apenas importante para fazer com que um músico extremamente talentoso possa enfim apresentar o seu trabalho ao país e sim nos fazer saborear as expressões culturais do nosso povo, na versão de um músico que a conhece verdadeiramente. Indicado como melhor cantor regional no Prêmio da Música Brasileira. Premiado como melhor CD do Ano no “Prêmio Rozini de Excelência da Viola Caipira”. Recebeu o “Prêmio Cata-Vento” por Solano Ribeiro, como melhor CD de Música Raiz.
Foto: Nana Vieira

Banda Blues Etílicos
Blues Etílicos é a marca mais forte do blues nacional e a banda há mais tempo em atividade nesse segmento. Desde meados dos anos 80, a banda formada por Flávio Guimarães, Greg Wilson, Otávio Rocha, Pedro Strasser e Cláudio Bedran vem produzindo uma extensa obra autoral, além de gravar homenagens às suas principais influências, tendo lançado doze CDs e um DVD.

Em 2015, a banda comemora 30 anos de carreira com o lançamento do seu novo CD. Gravado ao vivo no Teatro do Sesc Santo Amaro, em São Paulo, o álbum tem doze músicas. A banda resgata Safra 63, música de seu primeiro LP lançado em 1987. Canções autorais de diferentes álbuns como Tiro de Largada e Puro Malte se somam às inéditas Let it Rain e Solidão dos Bois.

Se o blues hoje no Brasil é um mercado consolidado com inúmeros festivais que recebem a cada ano atrações nacionais e internacionais, muito se deve ao Blues Etílicos. Em meados dos anos 80, era praticamente uma excentricidade se pensar em montar uma banda profissional de blues no país. Graças ao trabalho contínuo e consistente do grupo, toda uma geração de músicos e produtores de shows se interessou por esse estilo musical, formando um público fiel e numeroso.

Ainda assim, pode-se dizer que a música do Blues Etílicos não se limita a nenhum rótulo específico. A densidade do blues, a energia do rock e o balanço da música brasileira são os três elementos básicos que regem seu som. É música para ouvir, dançar, festejar e viajar. A guitarra slide de Otávio Rocha e a gaita de Flávio Guimarães remetem diretamente ao blues, seja pontuando ou através de solos eletrizantes. O baixo de Cláudio Bedran e a bateria de Pedro Strasser garantem o groove sólido com muito suingue. O vocalista e guitarrista Greg Wilson comanda com segurança e estilo próprio.

O Blues Etílicos tem o dom de agradar os mais diversos públicos. Esses 30 anos de estrada foram maturando cada vez mais essa que é a mais criativa e popular das bandas brasileiras nesse segmento.
Foto: Renata Duarte

Ficha Técnica:

Noel Andrade e Banda
Noel Andrade – Voz e Viola Caipira
Leandro Britto – Vocais e Violão
Sandro Premmero – Vocais e Contra Baixo
Thomas Rohrer – Rabeca e Sax

Banda Blues Etílicos
Greg Wilson – Voz e Guitarra
Cláudio Bedran – Baixo
Pedro Strasser – Bateria
Netto Rockfeller – Guitarra e Slide
Flávio Guimarães – Harmônica (Gaita)

As 10 Cordas de Tião Carreiro
Com Noel Andrade e a banda Blues Etílicos
Sesc Belenzinho
Comedoria
Rua Padre Adelino, 1000 Belenzinho – SP
Tel.: (11) 2076-9700
Capacidade: 500 pessoas
Sábado, 16 de abril, às 21h30
Duração: 1h30
Ingressos:
R$ 20,00 (inteira). R$ 10,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). R$ 6,00 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).
Não recomendado para menores de 18 anos.

Estacionamento
Para espetáculos com venda de ingressos:
R$ 6,00 (não matriculado);
R$ 3,00 (matriculado no SESC – trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo/ usuário).

Fotos: Divulgação

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