Sesc Pompeia apresenta “Viola Paulistana”

Nos dias 30 de junho e 1 de julho, às 21h, o evento “Viola Paulistana”, que tem como objetivo promover a diversidade de culturas ligadas à viola caipira presente na cidade de São Paulo. No dia 3 de julho, acontecerá também o “Encontro de Luthiers”, que traz uma roda de conversa e palestras sobre a importância do trabalho dos artesões de viola.

O “Viola Paulistana” visa apresentar um mosaico musical com artistas representantes de diferentes vertentes da música de viola, que teve início no campo e hoje ocupa espaços maiores na cidade. A apresentação reúne artistas que representam bem a diversidade de estilos. Cacique e Pajé, Arnaldo Freitas, Milton Araújo, Trio Tamoyo e o convidado Índio Cachoeira passaram por diversos formatos do estilo, desde seu modelo mais tradicional, com polcas, guarânias e rastapés, chegando ao estilo mais fundido com outros gêneros urbanos. O show ainda conta com a participação especial de Marcos Azevedo.

O Encontro de Luthiers, que acontece no dia 3 de julho, às 15h, nas Oficinas de Criatividade, consiste em uma roda de conversa com mediação do pesquisador Fábio Nunes da Silva, vinculado ao Núcleo Diversitas da USP.

Conheça mais sobre os músicos e o que será apresentado no “Viola Paulistana”.

Arnaldo Freitas
Expressivo nome da nova geração de violeiros que atua na cidade de São Paulo, Arnaldo Freitas acompanhou durante anos Inezita Barroso no programa “Viola minha viola”. Em 2010 foi premiado como o melhor instrumentista do festival “Boa Viola” – ocasião em que pode expor suas influências musicais mais fortes que vão de Paco de Lucía, Tião Carreiro e Bambico e outros nomes que aparecem em suas apresentações com sua viola vermelha. Iniciou tocando violão aos oito anos e aos doze, teve o primeiro contato com a viola. Mudou-se para São Paulo em 2003, dando início à sua carreira profissional. Influenciado não só pela música caipira, mas também por choro, jazz e flamenco, Arnaldo Freitas desenvolveu, de forma autodidata um estilo próprio de tocar. Já se apresentou em diversos palcos, dentro e fora do país.
No palco do teatro do Sesc Pompeia, apresentará algumas composições autorais como “Na Soleira da Porta”, “Estradão”, “Filhas de Mato Grosso” e outras.
Foto: Márcio Felicio

 

Cacique e Pajé
Antônio Borges (Cacique), nascido em uma tribo às margens do Rio Vermelho em Rondonópolis/MT, e Geraldo Aparecido (Pajé), nascido às margens do Rio Tietê formam a tradicional dupla caipira Cacique e Pajé. O nome e o sucesso conquistam o público de moda de viola desde 1978, com o apadrinhamento de Tonico e Tinoco seguidos de apresentação e gravação de clássicos que os tornaram nacionalmente conhecidos, como “Caçando e pescando” (Cacique e Tangará), “Deixa o índio em paz” (Cacique e Capitão Furtado), “Boiadeiro do mar” (Moacyr dos Santos e Tião do Carro) e “Minha palhoça” (Cacique e Pajé). Integrados à metrópole, são representantes do grande público da Zona Leste paulistana, e desde sua formação na década de 1970, já gravou mais de 25 discos. No show “Viola Paulistana” exibirão clássicos do seu repertório.
Foto: Divulgação

Índio Cachoeira
Paulista de Junqueirópolis, divisa com Mato Grosso do Sul, esse “violeiro nato”, que largou seu emprego de motorista de ônibus pela música, vem conquistando uma legião de fãs com seus discos produzidos pelo também violeiro e produtor Ricardo Vignini. Além de exímio violeiro, Índio Cachoeira se destaca como luthier das violas que toca e de outros instrumentistas também. Legítimo virtuose na viola caipira, Índio Cachoeira começou sua vida profissional aos 17 anos, tocando nas rádios da região já com o nome de Cachoeira. Formou sua primeira dupla com Tião do Gado (hoje Carreiro, da dupla Carreiro e Carreirinho). Em 1995 tornou-se o Pajé, da dupla Cacique e Pajé, onde atuou por cinco anos e gravou CD’s. Trabalhou muito em estúdios gravando com Rodrigo Mattos, Ronaldo Viola, entre tantos outros.
Considerado por muitos como um dos maiores violeiros do Brasil, tem participado de diversos shows nacionais e internacionais. Na apresentação do “Viola Paulistana” apresentará músicas da sua autoria como O Batuque da Viola, Viola Marruda e Seresta na Roça, além de executar “Alvorada sertaneja” com o Trio Tamoyo.
Foto: Fernando Yakota

Marcos Azevedo
Profundo conhecedor dos ritmos das fronteiras musicais do Brasil com o Paraguai, Argentina e Uruguai, Marcos mostra com excelência a importância rítmica que o violão tem nas festas rurais embaladas aos toques de seu instrumento com que se torna uma das figuras mais importantes da cena ligada à viola paulista.
Considerado o melhor “mão direita” da cena da viola brasileira, Marcos Azevedo tem acompanhado Levi Ramiro, Júlio Santin, Milton Araújo, Arnaldo Freitas, Zeca Collares, Luciano Quieroz e muitos outros nomes ligados a essa cena tão diversificada num instrumento que se enriquece com a parceria do violão base.
Foto: Arquivo pessoal

Milton Araújo
Músico, arranjador, compositor e sobrinho da grande dama da viola Helena Meirelles com quem tocou por nove anos em apresentações nos melhores teatros do Brasil, Milton Araújo é especialista na afinação rio abaixo — uma afinação que explora um registro mais grave e é muito usada no blues norte-americano e lembra também a sonoridade do nosso cavaquinho. Precoce, começou a aprender violão com 10 anos de idade, aos 13 ingressa na Fundação das Artes de São Caetano do Sul onde inicia estudos de música erudita. Aos 14 anos compõe suas primeiras canções e aos 15 participa de um festival de música popular estudantil. Na sua apresentação no Sesc Pompéia apresentará composições autorais, além de canções tradicionais, folclóricas e de domínio público do Mato Grosso do Sul nos ritmos rasqueado, polca e chamamé.
Milton Araújo apresentara as músicas Seriema (Mário Zan e Nito Pai), e da sua autoria, Pagodera, Blues Rio Abaixo e Corredeira de Rio.
Foto: Zé Costa

Trio Tamoyo
Pesquisa em etnomúsica marca o trabalho do Tamoyo.
Com bateria, baixo acústico e viola de cabaça com singulares efeitos formam o Power trio Tamoyo apresenta repertórios e arranjos inspirados nas transformações ocorridas na cultura caipira sem deixar de reverenciar os mestres dos folguedos que ainda reúnem catireiros, cururueiros e batuqueiros pelo interior paulista.
Suas músicas autorais são compostas a partir de pesquisas em música indígena, folias de Santos Reis, samba, rock e jazz. Variando entre canções e versões instrumentais, o Tamoyo apresenta um trabalho com a rica cozinha de Emílio Martins na bateria, Gali no contrabaixo e Fabius nas violas de cabaça plugadas a um amplificador valvulado.
O repertório de sua apresentação terá um pouco da história da ocupação do território kaingang pela Ferrovia Noroeste retratada por “Vida indigna”, do Fabius e pela execução inusitada de “Trenzinho Caipira” de Villa-Lobos e mais: “Ex-tintos”, de Fabius, que aborda o massacre indígena de tribos da Amazônia, “Índia” em versão de José Fortuna, “Balada de Santos Reis”, de Fabius e “Alvorada sertaneja” do Índio Cachoeira com o violeiro autor do tema instrumental.
Fotos: Bruno Leão

 

Viola Paulistana
Sesc Pompeia
Teatro
Rua Clélia, 93 – Pompeia – SP.
Quinta-feira, 30 de junho, ás 21h
Sexta-feira, 01 de julho, às 21h
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos.
Ingressos:
R$ 9,00 (credencial plena/trabalhador no comércio e serviços matriculado no Sesc e dependentes)
R$ 15,00 (credenciado*/usuário inscrito no Sesc e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino)
R$ 30,00 (inteira)
Venda limitada a seis ingressos por pessoa.

*O Teatro do Sesc Pompeia possui duas plateias (lados par e ímpar) e galerias superiores não numeradas. Por motivo de segurança, não é permitida a permanência nas galerias, de menores de 12 anos, mesmo acompanhados dos pais ou responsáveis.

Encontro de Luthiers
Oficinas de Criatividade

Domingo, 3 de julho, às 15h
Grátis (Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência.)
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 12 anos.

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