Pepe Bueno no Sesc Belenzinho

Dia 26 de novembro, o baixista da banda Tomada, apresenta seu segundo trabalho solo, “Eu, O Estranho”…

 

 

O disco foi lançado no primeiro semestre deste ano e tem oito faixas de autoria do próprio Pepe, que também canta, além de tocar guitarra e violão em algumas músicas.

No show de lançamento do disco, Pepe Bueno contará com as presenças de Martin (Pitty), Próspero Albanes (Joelho de Porco), Luis Carlini (Tutti Fruiti) e Nelson Brito (Golpe de Estado), além da banda que companha o músico paulista que é: Roy Carlini (guitarras), Tata Martinelli (voz), Pi Malandrino (guitarra), Gabriel Martini (Bateria) e Jairo Fajer (baixo)

 

Pepe Bueno, baixista e fundador da banda Tomada, com 3 discos lançados, 1 EP virtual e um DVD, a banda é considerado um dos bons nomes do Rock Nacional, nos últimos anos. Pepe o principal compositor da banda, também lançou um disco solo, em 2007 e esse disco em 2016.

“Eu, O Estranho” é o título nada esquisito do segundo trabalho solo assinado por Pepe Bueno, um simples músico, compositor, letrista e vagabundo multimidiático paulistano, também baixista da banda de Rock’n’ Roll Tomada desde o início deste nosso novo velho século.

Pepe Bueno debutou como artista solo ao lançar o sugestivamente intitulado “Nariz de Porco não é Tomada”, em meados de 2007. Registrado sob condições altamente festivas, o disco é regado a parcerias, canções cedidas por terceiros e diversas vozes incrementando a lista de pelo menos duas dúzias de músicos envolvidos em suas nove faixas.

Porém agora, em “Eu, O Estranho”, a história desenha-se de forma drasticamente diferente…

Desta vez mentor absoluto da obra, Pepe compôs todas as oito faixas basicamente sozinho e, além de pilotar seu fiel Rickenbacker, também canta em todas elas e toca algumas guitarras e violões, amparado apenas pela dupla de músicos e produtores Juninho Muellas(bateria) e Alberto Sabella (teclas e cordas) em Rio Preto, com exceção de algumas participações de músicos da capital, essas registradas pelo também músico e produtor Edu Gomes no seu Cake Walking Studios, em São Paulo.

 

“Se Abra” inicia os trabalhos, coerentemente pole-posicionada, sob vários aspectos. Sugere abertura em termos holísticos, além de explícita homenagem ao grande Renê Seabra, figurinha emblemática na memória roqueira da night paulistana e autor da expressão ”Heybro, liga o Phodalizer!”, única frase do tema instrumental verbalizada por Pepe, também servindo como deixa para seu solo de baixo totalmente entorpecido pelo efeito do mágico pedalzinho, tão adorado pelo saudoso Mr. Utchensky.

As duas faixas seguintes, “Rotina” e “Vale Dizer” soam como gêmeas, porém parecem também se completar como peças de uma “suite”. Puramente extraídas dos folks bretões dos Beatles e do Macca, dos (Small) Faces e, principalmente do Ronnie Lane solo (de quem Pepe é fã incondicional) misturadas ao nosso clássico Rock Brazuca tanto na saturação urbana quanto no êxodo rural, acabam por gerar autênticos híbridos do velho mutante seco e molhado com o novo baiano gerado logo ali, no clube da esquina, onde o sertão já virou mar e vice-versa e inverteram-se os pólos de nosso planeta, agora chamado água. Tudo graças àquela ponta que o Seixas deixou para nós há uns dez milanos atrás…

“Bem a Vista”, com letra à altura e interpretação sempre sincera do Pepe, chega reforçada pelas vozes de Renata Ortunho e Fernando Fish. Também são audíveis nessa faixa as primeiras guitarras distorcidas do álbum, rasgando a marcação forte do Juninho Muelas, com caixa e chimbau simultaneamente acentuados. Alberto Sabella coloca a cereja no bolo, solando seu Hammond à la Purple, em clima bastante tenso.
E assim termina o Lado A de “Eu, O Estranho”.

“Última Prova” deixa bem claro e sem trocadilhos óbvios o fato de que Pepe conseguiu forjar seu próprio som em meio a um leque admirável de referências e influencias sem emular, porém…ninguém! Desta vez tricotando voz e baixo de maneira sublime e com timbre digno de um Baixista de responsa, nosso protagonista mergulha mais uma vez em sua alma psicodélica, levando consigo o mesmo time da canção anterior em devaneios de marca já registrada.

Mais uma incursão ao Folk descrito nas faixas dois e três,“Tudo o que eu Queria” fecha a trinca em alto estilo, com nosso power trio agora acompanhado pelo ímpar Denny Caldeira. O clima da segunda parte é regado ao velho puro feeling de vibe positiva das levadas obrigatórias que correm nas veias de qualquer Rocker que se preze. Não tantos soltos por aí, é verdade, porém únicos e fáceis de se encontrar.

Chegamos ao Blues. À esta altura, Pepe já cruzou o arco íris e encontra-se lá, sempre sob a luz do Sol, lambuzando-se no “Pote de Mel” e tocando sua guitarra havaiana. Solos de Edu Gomes e Pi Malandrino se entrelaçam perfeitamente, bem naquela onda que Hendrix e Clapton surfaram pela primeira vez e que tornou-se elemento chave para os trabalhos guitarrísticos de qualquer grande banda, à sua escolha.

“O Estranho” encerra a viagem. Coescrita por Débora Camiotto, que também narra seu texto entorpecidamente recitado e perfeitamente sincronizado em meio ao que parece ser uma bagunça das boas, com Xande Saraiva ajudando a deixar tudo aparentemente …normal, mas só pra quem não o é.

Enfim, parabéns à todos os envolvidos neste álbum de audição carismática e, pelos seus menos de trinta minutos, fatalmente repeatable, no ato. Não continue assim não Pepe, vá além e bata sua cabeça louca contra os céus.

Gravado e mixado nos estúdios Área 13 (São José do Rio Preto) por Alberto Sabella e Junior Muellas. E também no Cake Walking (São Paulo) por Edu Gomes
Masterizado por Daniel Lanchinho
Arte por Fábio Matta

O álbum “Eu, O Estranho” será distribuído de forma virtual pela Alumia/In Grooves para diversas plataformas digitais da Internet, incluindo página na Vevo.

 

Pepe Bueno lança o álbum “Eu, O Estranho”
Sesc Belenzinho
Teatro
Rua Padre Adelino, 1000 – Belenzinho – SP
Telefone: 2076-9700
Capacidade: 392 lugares
Duração: 90 minutos
Sábado, 26 de novembro, às 21h.
Ingressos:
R$ 20,00 (inteira
R$ 10,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor da escola pública com comprovante)
R$ 6,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes).
Classificação: Não recomendados para menores de 12 anos.
Acesso para pessoas com deficiência

Estacionamento:
Para espetáculos com venda de ingressos:
R$ 11,00 (não matriculado); R$ 5,50 (matriculado no SESC – trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo/ usuário).

Foto: Eduardo Luderer / Divulgação
Foto perfil reprodução do facebook do músico: Cristina Piratininga Jatobá

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