CCBB – SP recebe A Gaiola

No dia 6 de janeiro, chega pela primeira vez em São Paulo no espetáculo musical com uma história de amor cheia de lirismo e bom humor.

 

 

A história de amor e separação entre uma menina e um passarinho, que há dois anos rendeu uma indicação ao Prêmio Jabuti à escritora Adriana Falcão pelo livro infanto-juvenil A Gaiola, ganha os palcos pela primeira vez no espetáculo musical homônimo, assinado pela diretora Duda Maia. Com adaptação da própria autora e de Eduardo Rios, a peça estreia em 6 de janeiro de 2017 no CCBB São Paulo, dentro do projeto Temporada Infantil Brasilprev.

No palco, os personagens de Carol Futuro e Pablo Áscoli iniciam uma história de amor quando o passarinho cai, ferido, na varanda da casa da menina: “É uma história que aborda temas delicados, mas fala também de reinvenção e novas possibilidades, de uma forma lúdica, carregada de humor e lirismo”, define Adriana. Na trama, a menina se dedica a cuidar do passarinho e, à medida que vão convivendo, se apegam um ao outro até se apaixonarem. Ele fica curado e, na hora da despedida, ele pede para que a menina o aprisione numa gaiola. Um dia a menina flagra o passarinho na gaiola, encantado com a beleza do dia lá fora e uma crise se instala entre os dois. A tentativa de prender o amor se mostra inútil e os dois chegam a uma importante conclusão.

O desafio em elaborar uma dramaturgia para agradar o exigente público mirim resultou em um espetáculo que mistura teatro, dança, música, canto e contação de história. Capitaneada por Duda Maia, a tarefa contou também com a colaboração dos autores, elenco e equipe: “Este trabalho é de fato uma criação coletiva, onde todos opinam e trazem ideias, o que é muito enriquecedor. Só consigo ter criatividade nesse lugar de troca e experimentação”, explica.

Com longa e premiada carreira também como diretora de movimento, Duda criou uma partitura coreográfica que costura toda a encenação, exigindo um intenso trabalho físico dos atores. “Em determinados momentos, a história avança unicamente através da movimentação e expressão corporal dos atores”, revela. Em outros, Carol e Pablo intercalam o texto com a interpretação de seis canções, com letras de Adriana Falcão e Eduardo Rios. Todas levam a assinatura do compositor Ricco Viana, diretor musical do espetáculo, responsável ainda pelos temas instrumentais, que permeiam praticamente todo o espetáculo.

Além de dançar, cantar e interpretar o texto, ora como personagens, ora como narradores, os atores ainda manipulam o cenário, montando parte da estrutura em cena. Criada pelo artista plástico João Modé, a cenografia é na verdade uma instalação artística: além de um banco comprido e um trapézio, que servirá como poleiro para o passarinho, uma grande caixa se transformará na gaiola, peça central da trama.

O quebra-cabeça da dramaturgia montado a partir de cada um dos elementos cênicos, conta também com a luz de Renato Machado, recortando cenas e acentuando os diversos climas do espetáculo, e ainda com o figurino de Flavio Souza, que remete ao universo dos cartoons, com cores e muitos detalhes, como a cabeleira em forma de ninho da menina.

“O espetáculo tem uma estrutura que pretende agradar a qualquer faixa etária. Tanto os adultos, que podem se identificar com a história, assim como crianças a partir de oito anos, que irão acompanhar o texto e criar um diálogo com os adultos. E mesmo os pequeninos, que talvez não acompanhem a fala mas certamente se encantarão com os elementos estéticos, visuais e sonoros”, acredita Duda.

O Espetáculo A Gaiola, foi indicado para o Prêmio CBTIJ – 2016 – Centro Brasileiro Teatro para a Infância e Juventude, em 10 categorias: Espetáculo, Adaptação, Direção, Direção de Produção, Ator, Atriz, Música Original, Iluminação, Cenário e Figurino.

Ficha Técnica
Baseado no livro homônimo de Adriana Falcão
Adaptação e letras: Adriana Falcão e Eduardo Rios
Direção: Duda Maia
Elenco: Carol Futuro e Pablo Áscoli
Direção musical e trilha original: Ricco Viana
Cenário: João Modé
Iluminação: Renato Machado
Figurino: Flavio Souza
Produção: Palavra Z Produções Culturais
Direção de Produção: Bruno Mariozz

 

 

 

A Gaiola
CCBB
Teatro
Rua Álvares Penteado, 112 – Centro – SP
Tel: 3113-3651
Capacidade: 130 lugares
Duração: 50 minutos
Temporada: de 6 a 28 de janeiro de 2017
Sexta e sábado, às 11h
Ingresso:
R$ 20,00 (inteira)
R$ 10,00 (clientes do BB, estudantes, professores da rede pública, sênior acima de 60 anos)
Bilheteria: de quarta a segunda, de 9h às 21h
Vendas:
Ingresso Rápido
Tel. 4003-1212
Classificação indicativa: livre
Acesso para portadores de necessidades especiais

 

Adriana Falcão, texto original, adaptação e letras das canções
Adriana Falcão nasceu no Rio de Janeiro, em 1960, mas passou boa parte de sua vida em Recife, onde se formou em Arquitetura. Apesar de nunca ter exercido a profissão, usa suas habilidades arquitetônicas para criar as estruturas das suas histórias. Escritora premiada de peças de teatro, crônicas e livros para crianças, jovens e adultos, também escreve roteiros para programas de TV (A Comédia da Vida Privada, A Grande Família, As Brasileiras, Louco por Elas); para o cinema ‘’O Auto da Compadecida’’; A Máquina; O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias; Fica Comigo Essa Noite; Mulher Invisível; Eu e o meu Guarda-Chuva; Se eu Fosse Você 1 e 2 e no Teatro A Vida em Rosa ,Tarja Preta e Mania de Explicação. Adriana já publicou com grande sucesso livros como A Máquina; O Doído da Garrafa; O Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento; PS Beijei; Sete Histórias para Contar; A Gaiola; A Comédia dos Anjos; Luna Clara & Apolo Onze; Mania de Explicação; Sete histórias para contar; A Tampa do Céu; A Gaiola; Procura-se um amor e Valentina Cabeça na Lua.

Eduardo Rios, adaptação e letras das canções
Natural de Recife, formou-se em jornalismo pela UFPE e em 2012 finalizou o primeiro ano da London International School of Performing Arts, onde aprofundou o trabalho de teatro físico e criação colaborativa, tendo como base a pedagogia de Jacques Lecoq. Hoje, reside no Rio de Janeiro e é fundador e integrante da Barca dos Corações Partidos – Companhia Brasileira de Movimento e Som, com a qual atuou nos espetáculos Gonzagão – a Lenda e Ópera do Malandro, ambos sob a direção de João Falcão; e Auê, um espetáculo autoral da companhia, dirigido por Duda Maia. Desde 2010 faz parte do Patuanú – Núcleo de Pesquisa em Dança Pessoal do Ator, que realiza encontros anuais sob a coordenação de Carlos Simioni (Lume Teatro). Fora dos palcos, escreveu para o programa Louco por Elas, da Rede Globo; e compôs o elenco dos Doutores da Alegria, em Recife.

Duda Maia, direção
Formada pela Escola de Dança Angel Vianna, onde lecionou dança contemporânea durante 13 anos, Duda foi também professora de corpo do Curso Profissionalizante de Atores da CAL, de 1998 até 2008. Atualmente é professora do curso de Pós-Graduação em Preparador Corporal, da Faculdade Angel Vianna. Como diretora de movimento, trabalhou com os diretores André Paes Leme, João Falcão, Karen Acioly, Mauro Mendonça Filho, Aderbal Freire-Filho, Dudu Sandroni, Bruno Garcia, Michel Bercovitch, Fábio Ferreira, Guel Arraes (nos filmes, Lisbela e o Prisioneiro e Romance), Marcelo Morato (Contos e Cantigas Populares – onde ganhou o Mambembe de melhor espetáculo juntamente com Marcelo Morato e Agnes Moço), João das Neves, Paulo José, Vera Fajardo e Marilia Pêra, Paulo de Moraes e Ivan Sugahara. Em 2012, assinou a direção do espetáculo infantil Uma Peça Como Eu Gosto, da Cia. Histórias Pra Boi Dormir juntamente com Lucio Mauro Filho, ganhando o prêmio de melhor direção – Prêmio Zilka Sallaberry de Teatro Infantil 2012. Dirigiu os espetáculos Clementina, Cadê Você? (2013), A Dona da História (2014), com texto de João Falcão, e AUÊ, do grupo teatral Barca dos Corações Partidos. Ainda em 2014, fez a Direção de Movimento de Fala Comigo Como a Chuva e Me Deixa Ouvir, de Ivan Sugahara, que lhe rendeu a indicação de Melhor Direção de Movimento pelo Prêmio Cesgranrio 2014. Assinou a Direção de Movimento do espetáculo Beija-me Como Nos Livros, último trabalho da Cia. Os Dezequilibrados com direção de Ivan Sugahara, atualmente em turnê pelo Brasil. É diretora da banda infantil Farra dos Brinquedos, que trabalha com músicas originais e ritmos brasileiros, destinada ao público infantil. Assinou a Direção de Movimento do último trabalho da Cia. Atores de Laura, O Pena Carioca, com direção de Daniel Herz. Durante 12 anos trabalhou como diretora de movimento dos espetáculos de João Falcão tendo sido indicada pelo prêmio APTR na categoria especial, como Melhor Direção de Movimento do espetáculo Dhrama. Assinou a direção de movimento de A feira de Maravilhas do Fantástico Barão Munchausen, da Cia. Pequod., e de Acorda Pra Cuspir, monólogo de Marcos Veras, dirigido por Daniel Herz.

Carol Futuro, atriz
Formada em Artes Cênicas pela UniRio, Carol estudou canto com Mirna Rubim, balé, sapateado e tecido acrobático. Atuou em peças e musicais como Morte e Vida Severina (2001), com direção de Luiz Fernando Lobo; Elis, estrela do Brasil (2002), dirigido por Diogo Vilela; A ver estrelas (2008) e Gonzagão – A Lenda (2014), ambos com direção de João Falcão; Ou Tudo Ou Nada, direção de Tadeu Aguiar, entre outros. Carol também é preparadora vocal, participando de espetáculos como Havana Café (2007), dirigido por Luiz Fernando Lobo; A ver estrelas (2008), Eu te amo mesmo assim (2010/11) e Gonzagão – A Lenda (2013), todos de João Falcão; Tim Maia – Vale Tudo, o musical (2012), com direção de João Fonseca, e Clementina, cadê você? (2013 a 2016), com direção de Duda Maia, entre diversos outros. Participou ainda da trilha de espetáculos teatrais, CDs, comerciais e programas de TV. Atuou em peças infantis de Karen Accioly, como Sinfonieta Braguinha (2000), em várias capitais brasileiras e na França, em 2005, Viva o Zé Pereira (1999), Tuhu, o menino Villa-Lobos (1997), Arca no Zôo (1994), para citar algumas. Atualmente está na 7ª temporada da série Detetives do Prédio Azul, no Canal Gloob, com direção de André Pellenz e produção da Conspiração.

Pablo Áscoli, ator
Pablo Áscoli, ator, cantor, é formado pela Escola de Artes Dramáticas da UniverCidade. Estudou canto com os professores, Amélia Gumes e Maurício Moço. Seu trabalho de dança se deu início em 1996 junto ao GRN (Grupo de Rua de Niterói) sob a direção de Bruno Beltrão e Rodrigo Bernardi, onde permaneceu por 3 anos. Entre trabalhos recentes estão O Beijo no Asfalto, o musical (2015/2016), direção de João Fonseca; Elis, a musical (2014/15/16), direção de Dennis Carvalho; Mania de Explicação (2014), direção de Gabriel Villela; Tim Maia – Vale Tudo (2011/12/13), direção de João Fonseca; O Soldadinho e a Bailarina (2010), direção de Gabriel Villela; Saltimbancos (2009/2010), direção de Cacá Mourthé; Contarolando (2009), direção de Frederico Reder; Sítio do Pica-Pau Amarelo (2009), direção de Roberto Talma; Sessão da tarde (2008), direção de Flávio Marinho; Contos e Cantigas Populares (2007), direção Marcelo Mello, Agnes Moço e Duda Maia; Confabulando (2004/2005), direção de André Paes Leme.

Ricco Viana, direção musical e trilha sonora original
Nascido em Recife, Ricco Viana é diretor e produtor musical. Integra desde 2010 o elenco do Grupo Armazém Cia de Teatro em que também assina a direção musical de espetáculos como: Antes da Coisa toda Começar, Memória d’agua e o mais recente O dia em que Sam morreu. Ainda no teatro fez a direção do espetáculo musical JIM, em que foi premiado pela ABPT como melhor diretor. Como produtor musical assinou o primeiro disco da cantora Clarice Falcão com quem também fez turnê de lançamento como músico.

João Modé, cenografia
É um artista cuja linguagem não cabe em único suporte. Trabalha sobretudo com vídeo, fotografias, instalações, ações com a participação do público e intervenções na arquitetura. Modé é arquiteto e graduado e mestre em linguagens visuais. Artista com diversas exposições no Brasil e no exterior entre elas: Die raum, Berlin, Alemanha em 2014; João Modé, na A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, e Para o Silêncio das Plantas, Cavalariças do Parque Lage, Rio de Janeiro em 2011; Invisíveis, Fundação Eva Klabin, Rio de Janeiro em 2009; 28ª Bienal de São Paulo em 2008, A Cabeça, individual na galeria A Gentil Carioca, RJ; Contraditório – Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo em 2007; Stopover, Kunsthalle Fribourg, Suíça; Abrigo Poético – Diálogos com Lygia Clark, MAC Niterói, RJ, ambas em 2006; Bienal de Praga, National Gallery, Praga, República Tcheca, e Rede, MAM do Rio de Janeiro, em 2003. Seu trabalho articula-se por uma noção plural de linguagens e espaços de atuação. Alguns projetos envolvem a participação direta do público.

Fotos: Divulgação

 

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