Figueroas lança álbum Swing Veneno

Quando o Figueroas, formado por Givly Simons (vocal) e Dinho Zampier (orgão, sintetizador e arranjos), apresentou sua Lambada Quente, ritmo que mistura a lambada paraense com sua própria linguagem musical, o público foi surpreendido pelo estilo. Com muita irreverência e para fazer dançar, a dupla apresenta seu novo álbum, “Swing Veneno”, pela Läjä Records e Deck, em formato digital, CD e vinil….

 

Em seu primeiro álbum, “Lambada Quente” (Läjä Records/ Deck/ 2015), os alagoanos buscaram revisitar a lambada, adaptando a mistura de sons latinos e brasileiros com a psicodelia e as influências próprias, como as do Mestre Vieira, Aldo Sena e o grupo caribenho Les Aiglons. No novo disco, além das melodias aceleradas, recheadas de frases de guitarra, efeitos de teclado e letras pegajosas, que “podem parecer até nonsense, mas não é, é apenas o nosso modo de se expressar”, como diz Givly, eles apresentam uma sonoridade ainda mais original. Com a lambada sempre presente, misturada a ritmos que a influenciaram, como a cumbia, o carimbó e o brega-raíz.

O disco foi gravado em São Paulo, no Red Bull Studios, por Rodrigo Funai Costa, também responsável pela mixagem. A produção e arranjos são de Dinho e masterização de Fábio Roberto. A dupla contou também com a banda formada pelos músicos Rafa Moraes (guitarra e baixo), Raphael Coelho (percussão), Natan Oliveira (metais) e Dieguito Reis (bateria) nas gravações. Outra presença ilustre no álbum, é de um dos pioneiros do gênero, grande influência, e incentivador da banda, o produtor e compositor Manoel Cordeiro, nas guitarras e violões em quatro faixas.

“Swing Veneno” é composto por 10 músicas, em sua maioria de autoria de Dinho e Givly, algumas com os parceiros Fabio Mozine e Rafa Moraes. O disco traz uma versão, de “Não Há Dinheiro que Pague” (Renato Barros), gravada na década de 60 por Roberto Carlos, que, desconstruída pela dupla, se transforma numa lambada quente e psicodélica.

“Boneca Selvagem” abre o álbum e dá o tom do que vem pela frente: muitas guitarras, órgão e sintetizadores. E é assim também nas outras lambadas, como “Lambada Das Nações’’, “Melô do Beijo” e “Melô do Futuro”, essa com vinhetas gravadas pelo radialista Magno Nunes.

“Acho que Tô Legal’’ é um carimbó elétrico, forte e psicodélico com influência do estilo da década de 70, que se mistura com o cadence-lypso em certas partes da canção. “Viva La Cumbia”, com letra em espanhol, celebra a cumbia de um modo livre e florido, procurando aproximar o gênero da lambada.

Os caminhos do pop são explorados em “Jaqueline”, na qual as guitarras dão lugar aos violões de Manoel Cordeiro, junto ao órgão Farfisa tocado por Dinho. Com aura que remete aos anos 60 e melodia chiclete, mensagens diretas e muitos “u-hus’’.

A canção “Despedida” também remete aos anos 60, com letra de tom biográfico que fala sobre sair da casa dos pais e tomar seu próprio rumo, no ritmo conhecido como brega-raíz, misturando o pop da Jovem Guarda e a música soul.

Seguindo a tradição do duo de compor temas instrumentais, “Swing Veneno’’ apresenta a canção “1000 Beijos’’, dançante e psicodélica, onde se destaca o órgão Farfisa em diálogo com a guitarra, e as vinhetas gravadas pelo músico e ator Chay Suede.

Ao ouvir, você perceberá que o Figueroas está mais dançante do que nunca. O disco foi produzido num segundo momento da dupla – depois do primeiro disco e de cair na estrada – o que amadurece seus sons e ideias, agora na cidade de São Paulo, onde está radicada. “Swing Veneno” vem ousado, dançante e diferente. Literalmente, um swing-veneno.

 

Foto: Lucas Nobrega

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