Quantos Segundos Dura Uma Nuvem de Poeira

Sábado, 6 de maio, estreia na SP Escola de Teatro o espetáculo da Cia Bruta de Arte, com direção de Roberto Audio, que divide a dramaturgia com Angela Ribeiro, Ana Pereira e Washington Calegari…

 

 

Um terremoto abre uma fenda na terra e divide um país inteiro em dois lados. Em vários lados. Por conta disso, um grupo de amigos parte para as Ilhas Galápagos, lugar onde Darwin iniciou seus estudos sobre a teoria da evolução das espécies, com o intuito de recriarem e preservarem experiências individuais e coletivas de memória e esquecimento, num espaço de intersecção entre ficção e realidade. Ao se defrontarem com o comportamento dos animais, traçam um paralelo com as suas próprias relações fragilizadas e percebem o quanto estão regredindo por terem deixado algo muito importante ser esquecido: o afeto.

Em cena, um grupo de nove amigos que se revê após 10 anos. Estão na Ilhas Galápagos. Ou não. Talvez estejam encenando uma peça de amigos que se reencontra no arquipélago. Mas do que tratam? Dentre os diálogos cercados de lembranças, boas e ruins, surgem revelações, declarações, angústias, invejas e mágoas.

A partir de um jogo vivo de memória, invenção e esquecimento, os atores recriam com o público diferentes momentos do passado, para, no presente, vivenciarem uma experiência conjunta, um novo registro coletivo de memórias, reais ou ficcionais.

Com base nos depoimentos colhidos entre os próprios atores da Cia Bruta e nos obtidos no projeto Cartografias do Esquecimento, a peça busca fazer aflorar experiências individuais e coletivas de memória e esquecimento. A reconstrução de memórias se fundamenta nas relações entre as experiências pessoais e o contexto político-social partindo de questionamentos vitais em uma sociedade em que se afloram a intolerância e o desentendimento. Do que é posto para o público, o que é ficção e o que é realidade? O quanto o afeto (e a falta dele) podemos resgatar, apesar das diferenças?

A realização desse espetáculo contou com o apoio do PROAC 2016.

Ficha Técnica
Concepção e Direção: Roberto Audio
Dramaturgia: Angela Ribeiro, Ana Pereira, Roberto Audio e Washington Calegari
Elenco (Atores e Personagens):
Ana Lúcia Felippe – Fernandina Romualdo
Ana Pereira – Floreana Goicochea
Angela Ribeiro – Genovesa d’Praga
Fabiana d’Praga – Daphne Salgado
Marba Goicochea – Marchena Calegari
Rodolfo Morais – Cristóvão Pereira
Teka Romualdo – Isabela Ribeiro
Wanderley Salgado – Bartholomé Felippe
Washington Calegari – Santiago Morais
Direção de movimento: Fabiano Benigno
Figurinos: Rosângela Ribeiro
Cenografia: Cia. Bruta de Arte
Iluminação: Paulo Maeda
Sonoplastia: Érico Theobaldo
Produção: Rodolfo Morais e Cia. Bruta de Arte
Projeto Gráfico: Angela Ribeiro

 

 

Quantos Segundos Dura uma Nuvem de Poeira
Escola SP de Teatro
Praça Franklin Roosevelt, 210 – Consolação – SP
Capacidade: 60 lugares
Duração: 90 minutos
Temporada: de 06 de maio a 26 de junho
Sábados, às 21h
Domingos, às 20h
Segundas-feiras, às 21h
Ingressos: R$ 20,00
Recomendação: 14 anos

 

O diretor
O ator e diretor Roberto Audio é formado pelo CPT (Centro de Pesquisa Teatral) e pela FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) em Artes Visuais. No CPT, sob a direção de Antunes Filho, trabalhou como ator durante cinco anos. De 1998 a 2015, foi integrante do Teatro da Vertigem. Em ambas companhias, participou de vários espetáculos e também festivais nacionais e internacionais. Também já trabalhou com outros diretores, entre eles, Franz Castorf (Volksbünne – Berlim/Alemanha), Cibele Forjás, etc. Desde 2008 é também diretor da Companhia Bruta de Arte. No cinema, atuou nas seguintes produções: “Vazante”, de Daniela Thomas; “Linha de Passe”, de Walter Salles;, “Carandiru”, de Hector Babenco; “Xingu” de Cao Hamburguer; “Riocorrente” e “O Olho e a Faca”, de Paulo Sacramento; “Insolação”, de Felipe Hirsch; “O Magnata”, de Jhonny Araújo; “O Rei da Manhã”, de Daniel Rezende; “Boca do Lixo”, de Flavio Frederico; “Bruna Surfistinha”, de Marcus Baldini; Restô de André Pellenz, “Nina” e o “Cheiro do Ralo”, de Heitor Dália, etc.

 

Atores

Ana Pereira
Atriz e dramaturga, formada em Letras pela USP. Na Cia Bruta de Arte desde sua formação, atuou nos espetáculos Vestir o Corpo de Espinhos, dirigido por Alberto Guzik, El Truco e Cine Belvedere e na intervenção urbana Cartografia do Esquecimento dirigidos por Roberto Audio – e Pequeno-Burgueses, Rapsódia em Duas Partes, sob direção de Paulo Maeda. É produtora do espetáculo Máquina de Dar Certo, da mesma companhia. Atualmente integra o Núcleo de Dramaturgia do Sesi. É uma das dramaturgas do espetáculo Quantos Segundos Dura Uma Nuvem de Poeira.

Ana Lúcia Felippe
Com a Cia Bruta de Arte, atuou nos espetáculos Máquina de Dar Certo, Cine Belvedere, El Truco, Assento Reservado e na intervenção urbana Cartografia do Esquecimento, todos dirigidos por Roberto Audio e também Pequeno-Burgueses, Rapsódia em Duas Partes, dirigido por Paulo Maeda e ainda em Vestir o Corpo de Espinhos e Rua Taylor 214, do Núcleo Experimental dos Satyros, dirigidos por Alberto Guzik.

 

Angela Ribeiro
Publicitária, atriz e dramaturga. Formada pela Escola de Arte Dramática da USP e em dramaturgia pelo SESI Britsh Council. Atualmente seu texto Refluxo está em cartaz no Mezanino do Sesi, em São Paulo, sob direção de Eric Lenate. No teatro foi dirigida por Georgette Fadel, Bete Dorgan, Mirian Rinaldi, Rodolfo Vasquez, Rogerio Toscano, Luis Damasceno, Jose Fernando Azevedo e Roberto Audio entre outros. Atuou em todos os espetáculos da Cia. Bruta de Arte. É uma das dramaturgas do espetáculo Quantos Segundos Dura Uma Nuvem de Poeira.

 

Fabiana d’Praga
Na Cia Bruta de Arte, atuou em Cine Belvedere e El Truco e na intervenção urbana Cartografia do Esquecimento, todos dirigidos por Roberto Audio. Atuou ainda nos espetáculos Vestir o Corpo de Espinhos e Rua Taylor 214, do Núcleo Experimental dos Satyros, dirigidos por Alberto Guzik.

 

Marba Goicochea
Com a Cia Bruta de Arte, atuou nos espetáculos Máquina de Dar Certo, Cine Belvedere, El Truco, Assento Reservado e na intervenção urbana Cartografia do Esquecimento dirigidos por Roberto Audio. Atuou ainda em Divinas Palavras, dirigida por Rodolfo Gárcia Vásquez; Escola de Tiranos e O Mal Dito, dirigidos por Fransérgio Araújo, da Cia. Ópera Ritual.

 

Rodolfo Morais

No teatro atuou em Depois de Tudo, Frames e Só Entre Nós, dirigidos por Flávio Faustinoni. Também trabalhou com o Teatro da Vertigem no espetáculo BR3 e no seriado Descolados, produzido para MTV e Band.

 

 

Teka Romualdo
Além de participar de todos os espetáculos da Cia Bruta de Arte, atuou nos filmes Os Amigos, de Lina Chamie – pelo qual foi indicada a melhor atriz coadjuvante no Festival de Gramado; Mãe Só Há Uma, de Ana Muylaert; Corpo Elétrico, de Marcelo Caetano; Correndo Atrás, de Jeferson De; e na série 3%, produzida pelo Netflix.

 

 

Wanderley Salgado
Ator, formado pelo Teatro Escola Macunaíma. Na Cia Bruta de Arte desde sua fundação, atuou nos espetáculos Vestir o Corpo de Espinhos, El Truco, Cine Belvedere e Máquina de Dar Certo, além da intervenção urbana Cartografia do Esquecimento. Participou como ator em óperas do Teatro Municipal de São Paulo de 2013 a 2015. Atualmente é integrante do Coral da Casa das Rosas.

 

 

Washington Calegari
Ator e jornalista, formado pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Estreou no teatro com o espetáculo Chico em Obras, do Núcleo Experimental do Satyros, sob direção de Nora Toledo. Na Cia Bruta de Arte desde sua fundação, atuou em Vestir o Corpo de Espinhos, El Truco, Cine Belvedere e Máquina de Dar Certo, além da intervenção urbana Cartografia do Esquecimento. É um dos dramaturgos do espetáculo Quantos Segundos Dura Uma Nuvem de Poeira.

 

 

Cia. Bruta de Arte
A Cia. Bruta de Arte é núcleo de criação e pesquisa, interessado na investigação de novas linguagens teatrais e em outras expressões artísticas, como a dança, o cinema, a performance e as artes plásticas.

Em 2007, com direção de Roberto Audio, o grupo apresenta El Truco, livremente inspirado em Sonhos de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare.

Em 2009, Roberto Audio dirige a Cia. Bruta em Cine Belvedere, espetáculo criado a partir da pesquisa do universo onírico e do universo cinematográfico de alguns diretores, como David Lynch, Alejandro Jodorowsky e Tim Burton. Esse trabalho itinerante foi realizado durante um ano no Casarão Belvedere.

Em 2010, o grupo apresenta o experimento cênico Assento Reservado, que resulta, em 2012, no espetáculo Máquina de Dar Certo, criado a partir do estudo das teorias do psicólogo Frederich Skinner e da espetacularização do condicionamento humano. Entre 2012 e 2015, o espetáculo, também dirigido por Roberto Audio, cumpriu temporadas em diversos teatros da capital: Espaço Parlapatões, TUSP, Teatro Cacilda Becker, Teatro Martins Penna, Teatro Flávio Império, Teatro Arthur Azevedo e Teatro Paulo Eiró. Máquina de Dar Certo também participou dos festivais de teatro de Araçatuba/SP, Bauru/SP, Itajaí/SC, Presidente Prudente/SP e São José dos Campos/SP.

Em 2013, a Cia. Bruta dá início a duas novas pesquisas, dirigidas por dois atores da companhia. Os dois trabalhos, Pequeno- Burgueses: Rapsódia em Duas Partes e Fotossensível, estrearam em 2014.

Em 2015, sob direção de Roberto Audio, a Cia. Bruta de Arte realiza a intervenção cênica Cartografia do Esquecimento, na qual pequenas instalações ambulantes abrigam o grupo de performers que caminham pela cidade, realizando intervenções individuais e coletivas. O trabalho foi apresentado na Virada Cultural, nas Satyrianas, SESC Interlagos e nas cidades de Itajaí/SC e de Presidente Prudente/SP. No mesmo ano, o grupo apresenta o experimento cênico Ou Em Qualquer Lugar, como parte do processo de criação do espetáculo Quantos Segundos Dura Uma Nuvem de Poeira.

 

Fotos de cena: Barbara Morais
Foto Roberto Audio: Reprodução do site da SP Escola de Teatro
Fotos Atores: Reprodução do Facebook

 

 

1 comentário em “Quantos Segundos Dura Uma Nuvem de PoeiraAdicione o seu →

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *