Craca e Dani Nega e o Dispositivo Tralha na Casa Palco

Craca e Dani Nega e o Dispositivo Tralha alteram data da apresentação para 14 outubro devido a previsão de fortes chuvas, o que não viabilizaria uma noite espetacular no terraço da Casa Palco…

 

 

 

 

 

 

No encontro entre estes dois distintos artistas, a música ganha força impulsionada pela grande afinidade da dupla, que foi vencedora do 28º Prêmio da Música Brasileira na categoria especial: Álbum de Música Eletrônica. Depois do show, a festa fica por conta da DJ Evelyn Cristina e Erico Theobaldo.

Craca e Dani Nega fazem a fusão do rap, como palavra falada, com o eletrônico multicultural e experimental. O encaixe surpreendente aconteceu por razões musicais, mas também pelas convicções em comum, o clamor por justiça e anseio por transformações sociais. O som vem acompanhado por projeções de imagens na parede ao lado do prédio da Casa Palco, que completam a narrativa de denúncias, reflexões e provocações.

Craca é incorporado por Felipe Julián, músico, produtor musical e artista visual. Felipe adapta e substitui instrumentos convencionais por criações suas de dispositivos eletrônicos, em constante pesquisa pela interface ideal, além de manter seu trabalho fortemente ligado à expressão visual, como o uso do videomapping.

Dani Nega é atriz e MC, traz a música negra pulsante em sua origem e a palavra como motriz para expressão, o microfone é o seu lugar para os questionamentos.

A junção se mostrou tão certeira que resultou rapidamente no primeiro álbum nomeado “Craca, Dani Nega e o Dispositivo Tralha”, um manifesto musical político, poético e dançante. O som eletrônico multiétnico de Craca é a base perfeita para as rimas e o claro discurso de Dani Nega, que fala sério sobre violência contra as mulheres, racismo e outras tantas temáticas político-sociais, deixando espaço ainda para o amor e poesia. A busca da revolução através da palavra.

No palco fazem uma performance energética, onde o público é convidado tanto para refletir quanto para dançar. Acompanhados pela banda formada por bateria, backing vocal, guitarras e programações eletrônicas, entra em cena também o sistema de videomapping desenvolvido por Craca.

As imagens sincronizadas à música são inspiradas em experimentos do pré-cinema (como as sequências fotográficas de E. Muybridge) ou filmes esquecidos de ficção científica trash, com direito a monstros submarinos e sereias assassinas.

A dupla e seu projeto audiovisual só vem crescendo e ganhando espaço, com performances realizadas em locais como a Red Bull Station, Casa das Caldeiras, na SIM – Semana Internacional da Música (São Paulo), unidades do Sesc (Vila Mariana, Belenzinho, Campinas e Registro), Festival MoLa no Circo Voador (Rio de Janeiro) e o tradicional Festival Rec-Beat (Recife).

Dani Nega coloca sua voz suave, porém firme e certeira em seis faixas, como “Sou Preto Mesmo”, expondo com ironia como a cultura negra é facilmente apropriada, e “Papo Reto”, que convoca a força das mulheres e a luta contra o machismo. Entre as cinco músicas instrumentais, “Thoracica”, uma cumbia abrasileirada, marcada pela guitarrada e pandeiro, e a “Vintage Sci-Fi”, um mix de coco e afrobeat, são bons exemplos da sonoridade trazida pelo Craca.

Se estamos em evidente tempos de revoluções e despertares sociais e políticos, Craca e Dani Nega se mostram atuais e pertinentes, além da sonoridade contagiante e única.

Ficha Técnica
Gil Duarte – Flauta e Trombone
Jovem Palerosi – Eletrônicos
Elo Paixão – Backing
Arnaldo Nardo – Bateria
Craca – Eletrônicos e visuais
Dani Nega – Vocais

 

 

 

Craca, Dani Nega e Dispositivo Tralha
Casa Palco
Rua Treze de Maio, 240, Terraço, no 3º andar – Bela Vista
Telefone de informação: (11) 98278-8383
Capacidade: 300 pessoas
Sábado, 14 de outubro, às 22h
Ingressos: R$ 15,00 (preço único)

 

 

Casa Palco
A Casa Palco está localizada em um endereço carregado de significados no meio artístico da cidade: Rua Treze de Maio, 240, local onde estiveram sediados a Cia. Nova Dança e o Teatro de Narradores, e onde ainda é a sede do Teatro da Vertigem. Esse local, espaço herdeiro de uma linhagem marcante da produção no campo das artes cênicas em São Paulo desde 1980, tem como desejo abrigar e propiciar encontros e trocas combinando trabalho e prazer, pesquisa e acolhimento, pensamento e sociabilidade.

 

Fotos: Nadja Kouchi / Divulgação

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