Adoráveis Criaturas Repulsivas da Companhia Casa da Tia Siré, tem sua temporada prorrogada até 30 de maio, com sessões sempre às terças e quartas, com ingressos gratuitos…
O texto e as músicas são de Juh Vieira, que também assina a direção musical e está em cena ao lado de Andressa Ferrarezi, Arthur Chacon, Breno Barros, Clara Kok, Felipe Pan Chacon e Glauber Pereira. A direção geral é de Rogério Tarifa.
Dentro de um circo decadente as atrações são criadas e executadas por uma banda de insetos, um corvo e dois palhaços. O jogo entre os palhaços, o Sr. Realejo Amargus (Glauber Pereira) e Tunico (Andressa Ferrarezi) são utilizados para deflagrar a opressão existente no mundo do trabalho.
A ideia para o espetáculo partiu do desejo da Companhia de levar ao palco uma reflexão sobre os vínculos de trabalho questionando esses modos de relação naturalizados na sociedade atual. Adoráveis Criaturas Repulsivas faz uso de bonecos e músicas autorais para tratar sobre as relações sociais estabelecidas e deformadas pelos conceitos neoliberais. “É uma tentativa de questionamento e provocação sobre essa realidade através da metáfora de um circo decadente e sujo representando esse jogo e sem o apontamento de uma saída”, fala Juh Vieira.
Na trama, o circo Pantaleon está decadente mas o show não pode parar. Os números passam a ser executados por um palhaço desempregado que se oferece para trabalhar no circo em condições precárias. Ele traz em suas confusas memórias as lembranças seu parceiro Sequela, um palhaço que se perdeu no mundo por não caber mais nele.
“A dramaturgia do grupo tem como propósito descortinar a tensa relação entre o desenvolvimento humano e esse atual contexto social hostil às práticas coletivas, criativas e lúdicas. Em tempos de forte individualismo, empreendedorismo e fortalecimento do capitalismo, falar de vínculo, afeto e cuidado tornou-se uma ponte para a aproximação do grupo com o público”, completa Andressa Ferrarezi.
Com cerca de 8 músicas compostas para o espetáculo a trilha sonora costura a dramaturgia fazendo a função de um narrador relacionando os temas abordados em cena.
A peça integra o projeto CompArte: Gestando Poéticas – 10 Anos de Cia. Casa da tia Siré, contemplada com a 30ª. Edição do Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, que resultou em duas novas montagens: DesPrincesa e Adoráveis Criaturas Repulsivas e prevê ainda as montagens de Gesta Mullier e Assombrosas – todas com dramaturgia própria. A proposta atual do grupo é dar continuidade a este intercâmbio ampliando as possibilidades de criação com estudos práticos e oficinas.
Ficha Técnica
Texto e músicas: Juh Vieira
Direção: Rogério Tarifa
Direção Musical: Juh Vieira
Arranjos: Arthur Chacon Breno Barros, Clara Kok, Felipe Pan Chacon, Juh Vieira
Elenco: Andressa Ferrarezi (Tunico), Arthur Chacon (Mosca), Breno Barros (Pulga), Clara Kok (Clara Aranha Anã), Felipe Pan Chacon (Louva-deus), Glauber Pereira (Sr. Realejo Amargus) e Juh Vieira (Corvo)
Figurinos e adereços: Cristiane Lima
Concepção de Cenário: Rogério Tarifa e Juh Vieira
Cenotécnico: Glauber Pereira
Orientador cênico: Luiz André Cherubini
Bonecos e adereços: Sueli Andrade
Criação de luz: Pajeú de Oliveira
Ilustração da capa: Diogo Oliveira
Desenho da lona e placa: Henrique Vieira
Operação de luz: Pajeú de Oliveira/Ícaro Zanzini
Operação de som: Pedro Renaud
Direção de movimento e circo: Osvaldo Hortêncio
Preparação vocal: Rani Guerra
Produção executiva: Thaís Campos
Fotos e Mídias Sociais: Jonatas Marques
Agendamento para escolas: Litta Mogoff
Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli
Integrantes do projeto ComParte – Gestando Poéticas: Davi Gomes, Iara Perri, Jaqueline dos Santos Reis, Pedro Siqueira, Raquel de Oliveira Freitas e Yasmin Moraes
Realização: Cia. Casa da Tia Siré e Programa Municipal de Fomento ao teatro para a Cidade de São Paulo
Apoio: Biblioteca Monteiro Lobato e Oficina Cultural Oswald de Andrade.
Adoráveis Criaturas Repulsivas
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Teatro Anexo
Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro (próximo a estação Tiradentes do metrô)
Informações: 3221-4704
Capacidade: 50 lugares
Duração: 80 minutos
Estreia terça-feira, dia 1º de maio, às 18h
Temporada: até 30 de maio
Terças e quartas às 20h
Ingressos: grátis (Retirar com 1h de antecedência)
Classificação etária: 12 anos
Agendamentos para escolas:
Litta Mogoff – 11 99698-7620 e Thaís Campos – 11 99654-0474.
Companhia Casa da Tia Siré
Em 2008, a Cia. Casa da Tia Siré montou o espetáculo Rua Florada, sem saída abordando jogos infantis e rituais de passagem, propondo uma reflexão acerca dos valores e das contradições de um mundo deformado pelos adultos, mas que ainda abriga possibilidades de transformação. O resultado percebido foi uma maior aproximação e uma crescente preocupação com o vínculo afetivo e o cuidado entre pais/mães e filhos/filhas, inclusive, durante as apresentações.
Nestes dez anos de existência da Companhia, alguns procedimentos mostraram-se bastante significativos dentro da proposta de interlocução com crianças, adolescentes e pais. Certas intervenções em espaços públicos e escolas – vivências de brincadeiras e piqueniques coletivos – foram potentes instrumentos de provocação ao reunir crianças e adolescentes no espaço de entrega e brincadeira.
As narrativas e experiências destes interlocutores contribuíram para a criação do pensamento, dos procedimentos e construção de cenas. Os espetáculos, oficinas e estudos do grupo propõe questões relacionadas à formação do individuo como o vínculo afetivo (Gesta Mullier), as questões de gênero (DesPrincesa), crenças e intolerância (Assombrosas), relações sociais (Adoráveis Criaturas Repulsivas) e diversidades culturais. E todo artista ou grupo convidado potencializa as vertentes do projeto com sua experiência artística e/ou militante.
Foto Jonatas Marques
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