Fause Haten volta aos palcos de São Paulo

Artista conhecido na moda brasileira Fause Haten vem transpondo as barreiras e os limites disciplinares de seu universo flertando com a performance e o teatro. Em agosto, o artista voltou à cena com dois espetáculos A Feia Lulu e Lili Marlene, Um Musical, ambos com apresentações no Teatro Eva Herz, na capital paulista…

 

 

 

A Feia Lulu é projeto coletivo escrito pelo próprio Fause, Fábio Retti, Gregory Slivar, Francisco Carlos, Marina Caron e Ondina Clais Castilho. A montagem, com apresentações até 19 de agosto, sábado às 21 horas e domingo às 19 horas, mescla fatos da vida de Fause com a biogafia do estilista francês Yves Saint Laurent (1936-2008) – em especial o relacionamento dele com o empresário Pierre Bergé – e com trechos do livro La Vilaine Lulu, de 1967, quadrinhos de Saint Laurent sobre uma garotinha gorducha e endiabrada que apronta uma série de travessuras.

Já Lili Marlene, Um Musical, um anti musical que utiliza a performance e as novas tecnologias em múltiplas linguagens, sobe ao palco de 1º a 30 de setembro, sábados às 21 horas e domingos às 19 horas. Com texto e letras de Fause Haten, música e arranjos de André Cortada, o espetáculo é o primeiro musical autoral da dupla Haten & Cortada. A montagem é uma das convidadas do Festival Cena Contemporânea de Brasília onde se apresenta de 23 a 25 de agosto.

Fause Haten explica que os dois espetáculos integram uma trilogia, que se completa em 2019 com a estreia de Projeto Lê+Lé (título provisório), montagem que tem como personagem um artista plástico. “Em A Feia Lulu o meu personagem é um estilista de moda. Eu inicio a performance me apresentando como persona e personagem. Conto a vida de um estilista de moda, usando meu corpo e minha vida como matéria para isso. Em Lili Marlene, Um Musical eu narro a vida de um ator transformista e canto as suas dores. No final da performance, eu assumo essas dores como persona, e as aproximo de todos nós. Com essa temporada quase simultânea dos dois espetáculos quero demonstrar a minha trajetória artística e dramatúrgica abrindo espaço para a próxima obra”, diz ele.

 

A Feia Lulu

Numa performance sensível e sincera, um estilista se coloca no palco como ator para contar a vida de um outro estilista, um dos maiores criadores do século XX, Yves Saint Laurent e seu relacionamento com o empresário Pierre Bergé, o grande responsável por permitir que o estilista fizesse seus vôos criativos com segurança.

“Comecei a ler sobre o casal. Eu conhecia os feitos de Yves na moda, mas a sua vida pessoal e a sua relação com Pierre, foi me fascinando. Me identifiquei com aqueles sentimentos, com aquelas dores e passou a ser vital para mim, falar sobre esses dois. Durante minha pesquisa descubro essa personagem criada por Yves, A Feia Lulu e percebo a sua força”, conta Fause Haten.

La Vilaine Lulu é uma personagem de quadrinhos baixinha, atarracada e gorducha de apenas quatro anos, criada por Yves Saint Laurent a partir de 1953 e publicado em 1967. “A Feia Lulu é uma obra que fala de artistas e de pessoas comuns. Fala sobre fazer escolhas movidas pela alma. Sobre conquistar um equilíbrio entre a razão e a emoção. Sobre viver num mundo perfeito e mesmo assim ser infeliz. A Feia Lulu é a possibilidade de viver a liberdade inconsequente de uma menina de quatro anos de idade. Ela é a vingança e a redenção. Ela é a dor transformada em obra artística”, explica o artista.

Ficha técnica
Direção, Texto e Letras: Fause Haten
Elenco: Fause Haten e Olivia Martins
Direção de movimento: Marina Caron
Desenho de Luz: Fábio Retti
Desenho de Som e Composições: Gregory Slivar
Consultoria Dramatúrtgica: Francisco Carlos. Pesquisa Performática: Ondina Clais Castilho
Direção de Arte do Material Gráfico: Paulo Cabral
Captação de Imagens e Vídeo: Halei Rembrandt

 

 

 

Lili Marlene, um Musical

O espetáculo narra a história de Lili, neto de Marlene, uma grande estrela da Hollywood dos anos 1930, que, rejeitado pelo pai, deixa Berlim na adolescência e passa a estrelar shows em boates de Paris. Hoje, na maturidade, o personagem relata sua biografia, que teve ainda uma passagem como sacerdote de uma igreja nos Estados Unidos.

Durante o ano de 2016, Fause Haten mergulhou num processo de pesquisa de material com múltiplas linguagens. O artista mergulhou na sua pesquisa de corpo onde o risco iminente e o desconforto corporal são usados pra potencializar as próprias emoções e também dos personagens dando forma a um universo dramatúrgico.

“Numa primeira fase trabalhei os textos numa escrita tradicional e depois me debrucei sobre aquilo que intitulo ‘escrita em cena’, onde com os personagens na cabeça, fazia performances de improviso para recolher textos e sensações a partir da relação imediata com o público. Algumas dessas performances aconteceram na Galeria Mezanino e na Fábrica do Dr. F. dentro do projeto #ForadaModa do Sesc Ipiranga”, conta ele.

Com todo o material escrito e organizado, Fause reuniu sua banda sob o comando de André Cortada e partiram para as composições e os arranjos musicais. “É quase um anti-musical, com muita guitarra pesada, efeitos cênicos desconfortantes e uso de histórias não tão fofas, como os musicais costumam ter. As letras foram criadas por mim, mas o André me ajudou a trazer uma unidade para texto e música”.

Ficha Técnica
Direção, Texto e Letras: Fause Haten
Elenco: Fause Haten, Andre Cortada, Gabriel Conti e China Cunha
Músicas, Direção Musical e Arranjos: André Cortada Direção de Movimento: Luis Ferron
Assistente de Direção: Richard Luiz
Iluminação: Caetano Vilela
Figurino e Cenário: Fause Haten
Fotos, Vídeos, Direção de Fotografia e Arte: Paulo Cabral
Edição de Vídeos: Carlos Amorim
Assessoria em Vídeo Cenário: André Hã
Consultoria Dramatúrgica: Claudia Hamra

 

 

 

 

Teatro Eva Herz
Livraria Cultura – Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073 – Bela Vista – SP.
Bilheteria: 3170-4059
Capacidade: 168 lugares
Bilheteria – Terça a sábado, das 14 horas às 21 horas e domingos das 12 horas às 19 horas.

A Feia Lulu
Duração: 80 minutos
Temporada: até 19 de agosto
Sábados, às 21h
Domingos, às 19h
Ingressos:
R$ R$ 70,00 (inteira)
R$ 35,00 (meia- entrada)
Recomendação: 14 anos
Vendas: Ingresso Rápido

 

Lili Marlne, Um Musical 
Duração: 80 minutos
Temporada: de 1º a 30 de setembro
Sábados, às 21h
Domingos, às 19h
Ingressos:
R$ R$ 70,00 (inteira)
R$ 35,00 (meia- entrada)
Recomendação: 14 anos
Vendas: Ingresso Rápido

 

 

 

Fotos: Paulo Cabral / Divulgação

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