De 17 a 20 de agosto, sempre às 20h, o Grupo Pandora de Teatro apresenta o espetáculo “Comum”, que tem como eixo norteador o período ditatorial brasileiro e a descoberta da vala clandestina do Cemitério Dom Bosco em 1990, local que fica a cerca de 2 quilômetros da sede do grupo em Perus. Uma vala comum com mais de mil ossadas, onde foram identificados desaparecidos políticos e cidadãos mortos pela violência da ditadura militar…
A montagem é inspirada na descoberta de uma vala clandestina em Perus, onde foram deixadas mais de mil ossadas, dentre elas, dezenas de desaparecidos políticos no período da ditadura.
Após uma temporada de sucesso em sua sede, a Ocupação Artística Canhoba, no Bairro de Perus, o Grupo Pandora de Teatro realiza temporada de seu mais novo espetáculo na sede da Cia Mungunzá – o famoso Teatro de Contêiner Mungunzá, que fica no bairro Santa Ifigênia, região central de São Paulo.
Espetáculo Comum remete o público a um período da história do Brasil que não deve ser esquecido.
A revelação da existência de uma vala clandestina dentro de um cemitério oficial, desencadeou um processo de busca da verdade sem precedentes no país. A vala comum do Cemitério Dom Bosco foi apresentada ao mundo como um dos muitos crimes cometidos pelo regime surgido com o golpe de estado de 1964, e trouxe a crueldade da ditadura militar à tona no começo dos anos 1990. Até ali, o desaparecimento de pessoas, os falsos tiroteios e atropelamentos, as marcas de tortura e dores da perda, pertenciam apenas ao universo dos familiares, sobreviventes e amigos.
O espetáculo é formado por fragmentos de três histórias que se relacionam e se complementam. A primeira se passa no final dos anos 80, quando um jovem precisa passar por diversos obstáculos e conflitos para descobrir a verdade sobre o desaparecimento de seus pais, envolvidos com atividades de movimentos revolucionários na época da ditadura militar.
A segunda, inspirada nos coveiros da peça Hamlet de William Shakespeare, se passa nos anos 70 e retrata de forma cômica o universo de dois coveiros que recebem uma estranha tarefa: cavar uma vala enorme, de tamanho desproporcional.
A terceira é a historia de Beatriz Portinari e seu namorado, Carlos. O casal é retratado desde o primeiro encontro, as atividades politicas na faculdade em pleno período da ditadura militar, até a transformação desta garota comum em uma integrante do Movimento Estudantil. Seus ideais, contradições, sua prisão e o nascimento de seu filho.
A temporada de estreia de “Comum” faz parte das ações do projeto contemplado na 30ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo. Em Julho, o grupo estreou o espetáculo na Ocupação Artística Canhoba e agora em agosto, se apresenta no Teatro de Contêiner Mungunzá.
Grupo Pandora de Teatro
Em 2018 o Grupo Pandora de Teatro comemora 14 anos de um trabalho contínuo de pesquisa e criação teatral no bairro de Perus, fortalecendo parcerias com polos culturais, artistas da região e com a própria população.
Compõe seu repertório também o espetáculo “Relicário de Concreto” (2013) inspirado nas memórias dos trabalhadores da Fábrica de Cimento Portland Perus e naGreve dos Queixadas, que ocorreu na Fábrica e durou sete anos. Além de ter lançado um livro chamado “Efêmero Concreto – Trajetória do Grupo Pandora de Teatro” organizado por Thalita Duarte e Lucas Vitorino, que destaca as ações do grupo fomentando a cultura no bairro e atuando em prol da revitalização da Fábrica de Cimento Portland Perus.
Ficha Técnica
Criação: Grupo Pandora de Teatro
Texto e direção: Lucas Vitorino
Elenco: Filipe Pereira, Rodolfo Vetore, Rodrigo Vicente, Thalita Duarte e Wellington Candido
Figurino: Thais Mukai
Design de luz e músico: Elves Ferreira
Operação de Luz: Caroline Alves
Edição de Vídeo: Filipe Dias
Cenografia: Lucas Vitorino e Thalita Duarte
Cenotecnia: Eprom Eventos e Luis Fernando Soares
Operação de Vídeo: Lucas Vitorino
Treinamento corporal: Rodrigo Vicente e Rodolfo Vetore
Preparação corpo e voz: Paula Klein
Assessoria de Imprensa: Luciana Gandelini
Produção: Caroline Alves e Thalita Duarte
Comum
Teatro de Contêiner Mungunzá
Rua dos Gusmões, 43 – Santa Ifigênia
Tel.: 97632-7852
Lotação: 100 lugares
Duração: 100 min
Temporada: de 17 a 20 de agosto de 2018
Sexta, sábado, domingo e segunda-feira, às 20h00
Classificação etária: 12 anos
Preço: Contribuição voluntária
Fotos: Luh Silva
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