Sem nenhum motivo aparente pessoas começam a ir embora, sem explicações. Parecem ter sido sequestradas ou mortas, mas nada é muito claro. Uma mulher procura entender o que está acontecendo, seu marido a acompanha nesta busca. O mundo ao redor deles caminha para uma completa desestruturação, e ela mergulha cada vez mais em uma angústia sem solução onde o suspense é cada vez mais crescente…
O clima de mistério permeia o espetáculo Refúgio, de Alexandre Dal Farra, que volta em cartaz para temporada de 12 de setembro a 3 de outubro, no Teatro Sérgio Cardoso. As sessões acontecem às terças e quartas, às 19h30. No elenco estão Marat Decartes, Fabiana Gugli, Andre Capuano , Carla Zanini e Clayton Mariano.
Na trama, nada se explica completamente. A linguagem lacunar das personagens não se deve às suas características psicológicas, mas sim a uma indefinição objetiva da própria realidade. A peça flerta com o ambiente do Cinema Noir de diretores como Alfred Hitchcock e com o Teatro do Absurdo de Samuel Beckett. “Se existiu um teatro do pós-guerra, que tentava dar conta da experiência catastrófica da guerra, aqui é como se estivéssemos olhando para a possibilidade de um conflito iminente, como um ‘teatro pré-guerra’. O texto fala de um mundo que se acabou, de um momento histórico em que a esperança de um capitalismo com face humana caiu por terra”, comenta Dal Farra.
A ideia é explorar em cena duas concepções diferentes de refúgio para discutir a desestruturação simbólica do cotidiano. “Tratamos da ambiguidade entre dois sentidos da palavra refúgio: uma opção de fuga de um lugar em que não se quer/pode ficar ou como um espaço em que se fica para fugir de uma situação. É por causa desse sentido amplo que o refúgio se dá em um ambiente aparentemente cotidiano. Não se trata de uma guerra ou algo destrutivo, mas sim de uma espécie de desagregação sutil da estrutura do próprio cotidiano”, explica o autor.
Para criar esse ambiente, a iluminação e a cenografia transmitem ao espectador uma sensação de espera em um lugar entre dois mundos. “Essa casa vai diminuindo até chegar a prensar as personagens até que eles quase não caibam ali. A música também ajuda a reproduzir essa sensação de crescente claustrofobia. Os figurinos sugerem certa violência e um ambiente belicoso de maneira sutil e algo subterrânea, que tensiona as características reais das personagens, dando sinal da tensão que sustenta a peça como um todo”, acrescenta.
Ficha Técnica
Texto e direção: Alexandre Dal Farra
Elenco: Fabiana Gugli, Marat Descartes André Capuano, Carla Zanini e Clayton Mariano
Cenário e desenho de luz: Marisa Bentivegna
Operação de Luz: Raquel Balekian
Música e desenho de som: Miguel Caldas
Operação de som: Tomé de Souza
Cenotécnica: Rogério Santos
Figurino: Eduardo Climachauska
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli
Direção de Produção: Palipalan Arte e Cultura
Fotos: Otávio Dantas
Assessoria de Imprensa/Redes sociais: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes.
Refúgio
Teatro Sérgio Cardoso
Sala Paschoal Carlos Magno.
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista
Tel.: 4003 1212
Capacidade: 144 lugares
Duração: 75 minutos
Reestreia dia 12 de setembro
Temporada: De 12 de setembro a 3 de outubro
Terças e quartas, às 19h30
Ingressos:
R$ 50,00 (inteira)
R$ 25,00 (meia)
Classificação etária: 14 anos
Fotos: Otávio Dantas
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