Peça de teatro alemã mais encenada em todo o mundo Woyzeck, de Georg Büchner, ganha nova montagem pelo Núcleo de Pesquisas do Ágora Teatro. Com direção de Celso Frateschi, o espetáculo estreia dia 5 de outubro, sexta-feira, às 21 horas, na sala Gianni Ratto do Ágora Teatro…
Escrita em fins de 1836 e no início do ano seguinte, por Georg Büchner, que morreu antes de finalizá-la, Woyzeck mostra a história de um soldado trabalhador e dedicado à mulher e ao filho pequeno. Usado como cobaia das experiências do Doutor, em troca de uns trocados a mais, sua natureza questionadora gera problemas com seu superior, o Capitão, e com o próprio Doutor, quando seu comportamento vai de encontro às regras da moralidade e dos costumes vigentes. A peça ficou quatro décadas engavetada e somente foi editada pela primeira vez em 1875.
Inspirados pela criteriosa tradução de Tercio Redondo, professor de literatura alemã na Universidade de São Paulo, o Núcleo de Pesquisas do Ágora Teatro embarcou no mistério destas cenas fragmentadas e potentes, em busca de um Woyzeck que dialogue com o nosso tempo.
Para Celso Frateschi, que dirige a montagem, Woyzeck não é apenas o protagonista desta história, mas também uma ideia. “É símbolo da exploração humana, do homem solitário diante da sociedade urbana e industrial que começava a surgir na Alemanha de meados do século 19, quando a peça foi escrita. Na tragédia da miséria humana de Woyzeck encontramos oxigênio para seguir vivendo e fazendo arte”, explica ele.
Woyzeck é a sexta montagem do Núcleo de Pesquisas do Ágora Teatro, que já encenou Tchekhovianas I (2016), a partir dos contos Uma Noite Terrível, A Corista, Aniuta e Do Diário de um Auxiliar de Guarda-Livros, de Anton Tchekhov; Tchekhovianas II (2016), a partir dos contos A Aposta, Um Homem Conhecido e Bilhete Premiado, de Anton Tchekhov; Kashtanka (2017), a partir dos contos de Anton Tchekhov de Do Diário de um Auxiliar de Guarda-Livros, Bilhete Premiado, Aniuta, A Aposta e Kashtanka; T.W.Blues (2017), espetáculos curtos baseados em textos de Tennessee Williams e Acho que vai Chover, quatro peças curtas – Auto da Fé, O Quarto Rosa, Por que você fuma tanto, Lily? e Adão e Eva em uma Balsa –, de Tennessee Williams.
Ficha Técnica
Com o Núcleo de Pesquisas do Ágora Teatro
De Georg Büchner
Tradução – Tercio Redondo
Direção – Celso Frateschi
Elenco – Alberto Vizoso, Ana Medeiros, Heitor Carvalho, Juliana Calderón, Luciano Falcão, Márcio Roque e Olival Nóboa Leme
Cenários e Figurinos – Sylvia Moreira
Woyzeck
Ágora Teatro
Sala Gianni Ratto
Rua Rui Barbosa, 672 – Bela Vista
Informações: 3284-0290
Capacidade: 40 lugares
Duração: 60 minutos
Estreia dia 5 de outubro, sexta-feira, às 21h
Temporada: Até 27 de outubro (Dia 7 de outubro, domingo, não haverá apresentação devido as eleições)
Sexta-feira e sábado, às 21h
Domingo, às 20h
Não recomendado para menores de 14 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia-entrada)
Venda: Sympla
Ágora Teatro
Fundado em 1999 em São Paulo, o Ágora, com sede própria no bairro do Bixiga, coordenado por Sylvia Moreira e Celso Frateschi, caracteriza-se não apenas pela produção e apresentação de montagens, mas também por organizar ciclos de debates, seminários, pesquisas, leituras e promover a publicação de obras que documentam esses encontros. Tendo como meta, nas palavras de seus idealizadores, o “teatro da menor grandeza”, o centro investe na encenação que privilegia o texto e o ator.
Foto Alberto Vizoso e Olival Nódoa Leme: Peu Robles
Foto Juliana Calderón: Peu Robles
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