Bairro Caleidoscópio é a primeira peça do equatoriano Carlos Gallegos a ser montada no país. E sua estreia marca nova fase do espaço Casa da Gioconda e traz Thiago Carreira em um solo que fala sobre solidão, medo e amor…
Alfonsito está só em sua casa e acorda para mais um dia, repetindo a rotina de todas as manhãs em busca de um momento de respiro ou fuga: comprar pão no mercadinho perto de casa e ver a moça que lá trabalha. Pode parecer banal, mas peça Bairro Caleidoscópio traz uma série de temas que precisam ser debatidos com esse enredo, apoiadas numa construção de cena altamente poética.
O espetáculo, que tem Thiago Carreira sozinho no palco, tem direção de Marcella Piccin e estreia na Casa da Gioconda no próximo dia 10 de maio, sexta, às 21 horas. O texto é assinado por Carlos Gallegos, dramaturgo, ator e diretor do Teatro de La Vuelta, do Equador. A peça está sendo realizada por meio do esforço e verba dos produtores, sem nenhum recurso de patrocínio ou prêmio.
A ideia de montar o texto surgiu quando o produtor Alexandre Meirelles viu o próprio Gallegos encenando o espetáculo, durante o Festival Mirada de 2016. “Fiquei tremendamente impactado pela peça e não conseguia tirar da cabeça a ideia de montar o texto aqui com o Thiago Carreira interpretando.
O texto se encaixava perfeitamente no perfil dele e fiquei tão fissurado na ideia que escrevi para Carlos Gallegos assim que cheguei no hotel, que foi super receptivo e não só topou como nos ofereceu dois outros textos”, explica. Marcella Picin entrou por último nesse projeto: “queria alguém para dirigir o Thiago que tivesse uma sintonia com ele e um trabalho delicado, que entendesse todas as minúcias desse texto. Marcela e Thiago trabalham juntos há cerca de 15 anos e nós nos conhecemos no Núcleo Experimental”, completa Meirelles.
Quase um sonho
Enquanto a versão de Gallegos traz somente um homem numa caixa preta, que passa a peça toda numa camisa de força, Bairro Calesdoscópio brasileira acontece em um cenário colorido, com elementos que vão assumindo diversas funções ao longo do espetáculo, de acordo com aquilo que Alfonsito fala e ajudam a criar um ambiente onírico. O cenário, figurino e adereços são assinados por Cy Teixeira.
“Fizemos uma montagem bem diferente da original de Gallegos. A encenação dele é muito forte e ele é um mímico incrível, dominando toda a cena. Nós queríamos dar força no texto e manter a cena interessante, afinal, o texto é extremamente narrativo e estávamos atentos para não tornar aquilo uma eterna repetição do que já estava sendo dito. Os elementos cênicos, a luz, trilha e encenação de Thiago reforçam o tom poética d a peça.
Apesar do tom de comédia romântica, a montagem apresenta diversas camadas que falam sobre o desejo, medo e problemas da vida moderna, como bullying, fobia e pressões sociais, neura, solidão e tristeza.
Ficha Técnica
Dramaturgia – Carlos Gallegos
Direção – Marcella Piccin
Ator Criador – Thiago Carreira
Tradução – José Maria Freixa
Adaptação do texto – Thiago Carreira, Marcella Piccin e Alexandre Meirelles
Trilha Sonora Original – Ki Somerlatte
Design de luz – Andressa Pacheco
Cenários, figurinos e adereços – Cy Teixeira
Direção de Movimento – Tatiana Abrantes
Comunicação Visual e Design Gráfico – Douglas Sá
Produção Executiva – Alexandre Meirelles
Realização – XYZ Produções Artísticas
Apoio – Coletivo Casa da Gioconda
Bairro Caleidoscópio
Casa da Gioconda
Rua Conselheiro Carrão, 288 – Bixiga (Bela Vista)
Capacidade: 35 lugares
Duração: 60 minutos
Estreia sexta, 10 de maio, às 21h
Temporada: Até 16 de junho
Sextas e sábados, às 21h
Domingos, às 19h
Recomendado para maiores de 12 anos
Ingressos: Contribuição espontânea (pague quanto puder), valor sugerido R$ 20,00.
Bilheteria: Uma hora antes dos espetáculos.
Foto: Divulgação
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