Apresentações fazem parte das atividades propostas pela cia em seu projeto de Fomento e tem como objetivo ceder o espaço para grupos, coletivos ou artistas que tenham dificuldades de encontrarem locais para realizarem suas pesquisas, ensaios ou apresentações…
Como parte das atividades do projeto Tebas – A Cidade em disputa, contemplado pela 32ª edição do Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo, A Próxima Companhia recebe em setembro espetáculos que se inscreveram para participar da sua Plataforma de Residência. Nesse mês de setembro, serão três montagens: a Cia de Teatro Acidental apresenta E o que fizemos foi ficar lá ou algo assim nos dias 7 e 8; Almarrotada, com dramaturgia, direção e atuação de Melina Marchetti, ocupa o espaço em 21 e 22; A Vedete, com criação, atuação e roteiro de Gabriel Bodstein encerra o mês nos dias 27 e 28.
A ideia d’A Próxima Companhia com essa ação é fomentar a produção de teatro independente da cidade de São Paulo abrindo as portas do seu espaço para que grupos, coletivos ou artistas que tenham dificuldade em encontrarem espaço para apresentarem seus trabalhos ou desenvolverem sua pesquisa o ocupem, sem custo de locação de teatro ou sala.
Os espetáculos
E o que Fizemos Foi Ficar Lá ou Algo Assim mostra um grupo de vizinhos se encontra num espaço fechado. Isso que de início parece ser uma simples reunião de condomínio – uma “assembleia ordinária” – aos poucos ganha ares inquietantes: quem serão os sujeitos sobre quem discutem os participantes? O que é que os espreita de lá de fora? E, se aos poucos eles se descobrem acuados, como se estivessem presos em um filme de terror, como podem escapar dessa sinistra ficção? A peça é a continuação da pesquisa da Cia de Teatro Acidental iniciada em O que você realmente está fazendo é esperar o acidente acontecer (que estreou em 2014, com direção de Carlos Canhameiro). Naquela época, o grupo refletia sobre o ódio como afeto fundamental para compreender a política contemporânea no país. Durante as apresentações na Oficina Cultural Oswald de Andrade, houve uma série de palestras com alguns nomes que refletiram sobre a temática central da peça. Em uma dessas atividades, o filósofo Vladimir Safatle deu a sugestão de pensar o ódio como secundário em relação ao medo para compreender o papel dos afetos no campo da política.
Ficha Técnica:
Cia de Teatro Acidental
Elenco: Carla Massa, Cauê Gouveia, Chico Lima, Mariana Dias, Mariana Otero e
Mariana Zink.
Pensamento Visual: Renan Marcondes
Dramaturgia: Artur Kon
Concepção Sonora: Cia de Teatro Acidental e Elias Mendez
Cenotécnico: Guilherme Schultz
Foto: Chico Lima
E o que Fizemos Foi Ficar Lá ou Algo Assim
Dias 7 e 8 de setembro
Sábado, às 21h
Domingo, às 19h
Classificação: 12 anos
Duração: 80 minutos
Ingressos: Pague o quanto puder/quiser
Almarrotada se inspira no conto “O Cesto” do livro “O Fio de Miçangas” de Mia Couto revisitado e destrinchado sob ponto de vista da frase “é preciso ser mulher por muitos anos para desaprender as coisas pelas quais ensinaram você a se desculpar”, foi o ponto de partida para o processo de criação do espetáculo. Almarrotada é uma conversa acolhedora entre diferentes gerações de mulheres, criada a partir do reconhecimento e do distanciamento da atriz em relação às mulheres que vieram antes de nós, suas angústias, avanços, renúncias e medos sociais. Almarrotada é uma investigação sobre solidão “acompanhada” de tantas mulheres casadas no Brasil e no mundo. Realizando diálogo direto com o público, a atriz tece divertida, poética e dura narrativa. O cenário do espetáculo se constitui apenas de um fogão, peça chave na narrativa, transformando-se em diferentes signos e se fundindo ao corpo da personagem.
Ficha Técnica:
Dramaturgia, Direção e Atuação: Melina Marchetti
Orientação: Luiz Fernando Marques (Lubi)
Provocação Cênica: Bruna Betito
Operação de Som e Luz: Amanda Shimitz
Produção: Melina Marchetti
Foto: Cia. Circo Delas
Almarrotada
Dias 21 e 22 de setembro
Sábado, às 21h
Domingo, às 19h
Classificação: 14 anos
Duração: 40 minutos
Ingressos: Pague o quanto puder/quiser
Em A Vedete, uma velha vedete vive aprisionada no palco de suas memórias. Abandonada e solitária, passa o tempo procurando vestígios e tecendo lembranças que a permitam reviver o afeto humano. Nessa situação insólita, que desafia o limite entre realidade e fantasia, acompanhamos a busca pela redenção da artista em meio à degradação de sua condição. Esse é um espetáculo de máscara inteira expressiva, sem falas, e é construído a partir do estudo dos princípios físico e gestual da máscara teatral. De caráter intimista, a peça convida o espectador a observar de perto uma estrela em decadência, e o conduz ao universo dos pequenos e preciosos detalhes dos acontecimentos da vida. Para criar este solo (o primeiro de sua carreira), o ator Gabriel Bodstein – que também assina direção e roteiro – debruçou-se em pesquisas iconográficas e audiovisuais sobre as grandes vedetes do teatro de revista brasileiro, o que resultou em uma experimentação cênica em que a performance do artista com a máscara é o eixo central de investigação. Da observação das estrelas do passado surgiram gestos e ações que inspiraram a composição física da personagem e o roteiro da peça, que se desenvolve em seis quadros e perpassa diversos momentos e lembranças da vida da protagonista: o auge da carreira, os amores, frustrações e segredos inconfessáveis.
Ficha Técnica
Criação, atuação e roteiro: Gabriel Bodstein
Desenho de luz: Gabriel Greghi
Figurino: Antônio Apolinário
Trilha sonora: Thomas Huszar
Criação e confecção de máscara, cenário e adereços: Gabriel Bodstein
Teaser de divulgação: Victor Ribeiro
Arte gráfica: Angela Ribeiro
Produção: Pulo do Gato Produções Artísticas
Fotografia: Bruno Bernardi
A Vedete
Dias 27 e 28 de setembro
Sábado, às 21h
Domingo, às 19h
Classificação: 14 anos
Duração: 40 minutos
Ingressos: Pague o quanto puder/quiser
Sobre Tebas – A Cidade em Disputa
O projeto contemplado pela 32ª edição do Fomento ao Teatro da Cidade de São Paulo, Tebas – A Cidade em Disputa visa potencializar as ações e pesquisas teatrais que são desenvolvidas desde 2009 pelos cinco artistas que formam o núcleo artístico d’A Próxima Companhia. Estas ações serão realizadas tanto em sua sede-espaço independente, que tem por vocação promover circulação e intercâmbios potentes de coletivos, obras, seus modos de produção e criação – localizada nos Campos Elíseos, quanto por diferentes regiões da cidade. O impulso criativo para a concepção do projeto parte da obra Os Sete Contra Tebas de Ésquilo, do território onde o grupo está sediado há quase dois anos, e das questões sobre as cidades e nossos pertencimentos nas disputas que se apresentam em nosso tempo. O projeto envolve a circulação e temporada de dois espetáculos do repertório do grupo – Enquanto Chão e Os Tr3s Porcos, sete intervenções em espaços públicos e a montagem do novo espetáculo a partir da obra de Ésquilo em relação com a cidade, além de ações de aprimoramento artístico, laboratórios de compartilhamento de pesquisas do grupo, atividades formativas e ainda potencialização das atividades desenvolvidas e recebidas na sede do grupo, firmando mais este espaço na região.
Sede A Próxima Companhia
Rua Barão de Campinas, 529
Tel.: 3331-0653
Capacidade: 50 lugares
Foto E o que Fizemos Foi Ficar Lá ou Algo Assim: Chico Lima
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