Montagem do Robo.Art é uma experiência visual e sonora, que mescla dança, performance e tecnologia…
Em cena, dispositivos anexados ao corpo do performer transformam a tensão e distensão muscular em sons e imagens videomapeadas projetadas em tempo real sobre o próprio corpo do artista.
Vencedor do Prêmio Denilto Gomes de Dança 2022 na categoria na categoria Intermédia Performática em Dança e indicado em duas categorias (Prêmio Técnico e Intérprete) no Prêmio APCA de Dança 2023, o espetáculo Corpomáquina, do Robo.Art – agrupamento multimídia sediado em São José do Rio Preto, interior do estado de São Paulo – faz apresentações gratuitas de 7 a 10 de novembro, quinta-feira a sábado às 20h e domingo às 19h, no Complexo Cultural Funarte São Paulo.
Ao explorar as fricções entre corpo e máquina, o espetáculo performático intermídia Corpomáquina propõe a reflexão sobre o limite entre o biológico e o sintético, e sua inevitável fusão proporcionada pela busca incessante da superação das limitações humanas. A obra, que mescla dança, performance e tecnologia, aborda o questionamento fronteiriço sobre até onde o corpo é humano, onde se torna máquina e em qual instante há campos simbióticos, éticos, poéticos e políticos a serem investigados.
Corpomáquina tem início com quatro artistas em cena – Vinicius Paquitinho Francês (direção coreográfica e performance), Vinicius Dall’Acqua (direção geral e operação de som), Gustavo Arão (técnico mecatrônica, operação de luz e contrarregragem) e Elissa Pomponio (operação de videomapping e design gráfico) – espalhados entre dispositivos de som, mecatrônica, iluminação, projeção e uma pirâmide triangular.
A dramaturgia e o conceito da obra abordam o conflito, a integração e a transgressão do humano-máquina, refletindo sobre o cruzamento do biológico e do cibernético. A partir do diálogo entre dança, performance e sensores musculares, Corpomáquina materializa uma pesquisa contínua do agrupamento sobre integração de linguagens artísticas e criações de dispositivos, que procura também repensar o corpo, o movimento e a arte diante uma dinâmica de redes e circuitos cocriativos.
Corpo e máquina
Conforme explicam os integrantes do Robo.art, com o avanço das tecnologias, a automatização e a digitalização da vida, Corpomáquina se propõe a questionar qual o futuro possível dessa fusão entre o ser humano e a máquina. Durante o processo criativo, o coletivo levantou as seguintes questões: Como distinguir o que é humano e o que é máquina? Com o avanço protético, artificial e científico-tecnológico em interação com nossas vidas, qual futuro nos aguarda? A partir desses questionamentos, o agrupamento desenvolveu um sistema próprio de tradução de movimentos baseado em sensores e microcontroladores para realizar a leitura da tensão e distensão muscular do bailarino que, ao se movimentar, produz a sonoridade da obra através desse dispositivo.
“A utilização destes mecanismos aborda uma ferramenta criativa de retroalimentação de estímulos sendo o som, o vídeo e os performers geradores e receptores sensório-audio-visuais do desenvolvimento da obra”, explica o performer Vinicius Francês.
A temporada na capital paulista integra o projeto CorpoMáquina – Redes Rizomáticas contemplado pelo Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Governo Federal do Ministério da Cultura por meio da Lei Paulo Gustavo 2023. As sessões no Complexo Cultural Funarte São Paulo contam com audiodescrição e interpretação em Libras. No dia 9 de novembro, sábado, acontece um bate-papo com a plateia após o espetáculo com a proposta de difundir produções ligadas à arte e tecnologia sobretudo sobre a relação do corpo com a máquina frente às novas e dominantes redes de informação e comunicação.
Ficha Técnica
Ideia Original, Direção Geral, Criação e Operação de Som – Vinicius Dall’Acqua. Direção Coreográfica e Performer – Vinicius Paquitinho Francês. Operação de Video Mapping, Mídias Sociais e Design – Elissa Pomponio. Técnico Mecatrônico, Contrarregragem e Operação De Luz – Gustavo Arão. Provocação e Trilha Sonora Original – Eric Barbosa. Produção Local e Audiodescrição – Fabiana Pezzoti. Assessoria Acessibilidade Artística – Daniela Honório. Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta. Realização e Produção Administrativa – Agrupamento Robo.Art (São José Do Rio Preto).
Corpomáquina
Com a Robo.Art
Complexo Cultural Funarte SP
Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, São Paulo
Telefone: (11) 3662-5177
7 a 10 de novembro, quinta-feira a sábado às 20h e domingo às 19h,
Duração: 45 minutos
Classificação: 10 anos
Gratuito (ingressos distribuídos uma hora antes da sessão na bilheteria do espaço).
Foto: Guilherme Di Curzio
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