Galeria Base inicia 2018 em coletiva com cinco artistas

A Galeria BASE inicia seu calendário expositivo de 2018 com “Teoria dos Conjuntos”, composta por 18 obras em técnicas variadas – desenho, encáustica, fotografia e pintura -, de Fábio Stachi, José Cláudio, Lucas Länder, Márcio Almeida e Marco Ribeiro, sob curadoria de Daniel Maranhão e Fernando Ferreira de Araújo…

 

 

 

Desenvolvida na década de 1870 pelo matemático russo radicado na Alemanha Georg Cantor, a “teoria dos conjuntos” intitula a mostra e sustenta o seu conceito curatorial: a partir de uma dialética, cinco artistas de gerações distintas se cruzam em uma poética tênue, dando forma a uma coleção, que apresenta diversos temas e, ainda assim forma uma unidade coerente.

Assumindo o papel de decano, José Cláudio, aos 86 anos de idade – com quatro participações em Bienais, onde foi premiado em 1957 -, exibe em “Teoria dos Conjuntos” três obras inéditas da “Série Negra”, da década de 1960. Segundo o artista, tais trabalhos são fruto de sua obsessão compulsiva por desenhar, tendo levado até dois anos para serem concluídos.

Por sua vez, Fábio Stachi apresenta um projeto autoral e denso, com fotografias que “não buscam agradar à retina, mas sim a discussão sombria das relações humanas através da linguagem e do diálogo com o corpo”, de acordo com os curadores Daniel Maranhão e Fernando Ferreira de Araújo.

 

Seguindo o conjunto da exposição, a série inédita “Paisagens Descritivas”, de Lucas Länder, abre espaço a uma nova perspectiva, com profundidade e certa tridimensionalidade trazidos pela encáustica – técnica de pintura caracterizada pela utilização de cera como aglutinante dos pigmentos, formando uma mistura espessa e cremosa.

 

 

Márcio Almeida insere-se de forma a preencher o todo com sua linguagem expressionista, sugerindo reflexões do cotidiano por meio de simbologias, em trabalhos realizados sobre dois tipos de suportes, papel e tela.

 

Por fim, a influência brutalista com elementos concretos de Marco Ribeiro representa, de certa forma, o outline do conjunto que, em contrapartida aos outros elementos expostos, entrelaça sua poética mais processual à harmonia do espaço. “Com efeito, a ‘teoria dos conjuntos’ se faz mais que oportuna para emprestar seu nome à presente exposição. Afinal, como bem pontificou o poeta pátrio, Gregório de Matos – séculos antes de Georg Cantor – ‘O todo sem a parte não é todo, a parte sem o todo não é parte, mas se a parte o faz todo, sendo parte, não se diga que é parte, sendo todo'”, concluem os curadores.
 

 

 

Exposição: “Teoria dos Conjuntos”
Artistas: Fábio Stachi, José Claudio, Lucas Länder, Márcio Almeida e Marco Ribeiro
Curadoria: Daniel Maranhão e Fernando Ferreira de Araújo
Galeria BASE
Av. 9 de Julho, 5593/11 – Jardim Paulista
Tel.: 3071-3614
Abertura: 10 de março de 2018, sábado, das 15 às 19h
Período: 12 de março a 6 de abril de 2018
Horários: Segunda a sexta-feira, das 13 às 19h; sábados, das 11 às 15h
Número de obras: 18
Técnicas: Desenho, encáustica, fotografia e pintura
Dimensões: Variadas
Preços: R$ 3.000,00 a R$ 35.000,00

 

Fábio Stachi
Nascido em São Paulo e formado em design gráfico, desde cedo desenvolveu o gosto pela arte. Estudou desenho na adolescência e ao longo dos anos explorou suas habilidades no universo da fotografia. Com o amadurecimento pessoal e artístico, a sensibilidade e entrega com a fotografia foi tomando espaço em sua vida. Influenciado pela luz e sombra de Caravaggio, pela sensualidade da figura feminina nos quadros de Pino Daeni e a ousadia das fotos de Jan Saudek, o trabalho de Stachi convida para um diálogo com a inquietude humana, carregado de sentimentos e provocações. Em 2011 foi convidado para integrar o coletivo artístico Famiglia Baglione.

José Cláudio
Pintor, desenhista, gravador, escultor, crítico de arte e escritor. Em 1952, ao lado de Abelardo da Hora, Gilvan Samico e Wellington Virgolino, entre outros, funda o Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife (SAMR). Posteriormente, em Salvador, José Cláudio é orientado por Mario Cravo Júnior, Carybé e Jenner Augusto. Viaja para São Paulo em 1955, onde inicialmente trabalha com Di Cavalcanti, estudando também gravura com Livio Abramo na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Recebe bolsa de estudos da Fundação Rotelini, em 1957, permanecendo por um ano em Roma, na Academia de Belas Artes. De volta ao Brasil, passa a residir em Olinda e escreve artigos sobre artes plásticas para o Diário da Noite, do Recife. Publica, entre outros, o livro Memória do Ateliê Coletivo (1978), no qual reúne depoimentos dos vários artistas que integram o grupo.

Lucas Länder
Graduado em artes plásticas, desenvolve desde 2009 pesquisas em poéticas visuais. Em 2011, atuou como pesquisador no Grupo Poética da Multiplicidade na ECA-USP, 2011, e no Núcleo de Estudos da Subjetividade, da PUC-SP. Em 2010 foi classificado em 1° Lugar no 27º Salão de Artes Plásticas (Anuário Embu das Artes SP) com a videoinstalação “Fantasmas na Rua e na Alma”. Em 2012, foi pela Fundação Iberê Camargo como destaque na Revista Lugares. Já em 2015 recebeu o 1º. prêmio no 47° Anual de Arte da Fundação Armando Alvares Penteado, com a obra “Paisagens descritivas”. Pós-graduado em Design Gráfico: conceito e aplicação- Fundação Armando Alvares Penteado – FAAP, 2015. Vem realizando trabalhos de ativação ambiental, performances, vídeos e instalações. Atualmente, explora o universo expressivo do desenho a partir de composições que remetem à relação do indivíduo e o atravessamento do seu meio.

Márcio Almeida
Trabalha e reside em Recife. Atua nas artes visuais desde a década de 1980. Em sua trajetória, realizou exposições individuais e coletivas, em museus e galerias no Brasil e no exterior. Suas obras figuram nos acervos de importantes instituições do Brasil, como: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna – MAM / SP ( Grupo Carga e Descarga ) Comodato – Museu de Santa Catarina, Museu de Arte Moderna Aluizio Magalhães. MAMAM – Recife/PE, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul – MACRG – Porto Alegre/RS, Museu de Arte Contemporânea Dragão do Mar – Fortaleza/CE, Museu de Arte do Rio de Janeiro – MAR – Rio de Janeiro/RJ, Centro Cultural São Paulo – São Paulo/SP.

Marco Ribeiro
Trabalha e reside em Fortaleza desde 2001. Já atuou como designer e diretor de arte e desde 2015 dedica-se exclusivamente ao ofício artístico. Sobre o papel, o artista cria grafismos em técnicas diversas como o desenho em nanquim e aquarela, a fotografia expandida, a escultura, experimentações com cimento e linha de algodão. Dedica-se também ao curso de Arquitetura e Urbanismo, escolha que dialoga bastante com seu trabalho artístico. Tem se dedicado à produção de estruturas geométricas com instigante efeito visual e inegável potência estética na pintura em nanquim.

 

Fotos: Divulgação
Artista: Marco Ribeiro
Título: Constâncio tinha veneta pela geometria
Técnica: Nanquim sobre páginas de dicionário antigo
Ano: 2017
Tamanho: Políptico 65 x 45,5cm

Artista: José Cláudio
Título: Série Negra
Ano: 1960
Técnica: Nanquim sobre papel
Dimensões: 52 x 79 cm

Artista: Fábio Stachi
Título: Terra
Ano: 2010
Técnica: Fotografia
Dimensões: 53 x 80 cm

Artista: Lucas Länder
Título: Paisagem Descritiva #4
Ano: 2018
Técnica: Grafite e nanquim sobre papel e encáustica
Dimensões: 153 x 210 cm

Artista: Márcio Almeida
Título: Sem Título
Ano: 2015
Técnica: Mista sobre tela
Dimensões: 193 x 150 cm

1 comentário em “Galeria Base inicia 2018 em coletiva com cinco artistasAdicione o seu →

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *