Sextas e sábados de abril, a Livraria da Vila da Alameda Lorena, recebe um solo com texto e atuação do ator Clóvys Tôrres, Me dá a tua mão, “desconstruído” pelo diretor Amir Haddad…
Trata-se de uma história de amor. Um homem recebe visitas em sua casa enquanto a esposa, Ela, pede sua mão insistentemente no quarto. Um narrador vai apresentando a história deste casal e de várias personagens que aparecem revelando momentos que ligam o mar ao sertão, falando sobre a família, o amor e a saudade.
Utilizando um acordeon e um berrante o ator se vale da narrativa como um detonador de memórias da plateia. “A medida que as personagens contam suas emoções, a plateia mergulha em suas memórias e esta é a grande poesia deste trabalho. Possibilitar que cada um viaje por suas paisagens, em suas emoções, a partir da provocação do narrador”, diz Tôrres.
O ator-autor explica que durante todo o processo criativo, desde a primeira leitura do texto já havia plateia. “Eu queria experimentar minha escrita e me colocar neste lugar de criação sem nenhum truque. Estive em grupos de estudos, em residências, em escolas, universidades, hotel, casa de repouso, jardim e até salão de beleza. Queria construir uma história que comunicasse a diversas pessoas.” Sobre a participação do diretor Amir Haddad no projeto, o ator descreve” Amir chegou para me desconstruir de tudo que eu pensava sobre a peça e sobre teatro. Sua “desconstrução” foi e é muito bem vinda e nunca terá um final. A peça está começando, assim como nossa parceria. Me interessa o seu “teatro depois do teatro”, a sua ideia de narrativa e o seu não teatro. Um caminho longo e que pretendo sempre dividir com o público.”
Ficha Técnica
Texto: Clóvys Tôrres
Orientação Corporal: Rosana Baptistela
Figurinos: Zenilda Sampaio Torres
Fotos e Vídeos: Luiz Paulin
Produção, Formação de Plateia e Vendas: Aide Torres
Projeto Gráfico: Joao Henrique Torres
Desenho de Luz: Carlos Nascimento
Assessoria de Imprensa: Adriana Monteiro
Me dá a tua mão
um solo de Clovys Torres desconstruído por Amir Haddad
Livraria da Vila
Teatro
Al. Lorena, 1731 – Jardim Paulista
Tel.: 3062-1063
Capacidade: 50 lugares
Duração: 70 minutos
Temporada até 27 de abril
Sextas e sábados, às 20h
Ingressos:
R$ 60,00 (inteira)
R$ 30,00 (meia)
Classificação: 12 anos
Clóvys Tôrres
Formado em Comunicação Social, com especialização em jornalismo literário,o ator Clovys Torres é também autor. Com mais de dez peças escritas e um livro de poecontos (Curva de Vento-2016), o ator tem se dedicado à dramaturgia e ao constante exercício e busca de um teatro mais autoral. Atualmente em cartaz com a peça ZIBALDONE, com textos de Giacomo Leopardi e direção de Aimar Labaki, ele tem emendando um trabalho em outro. Foi assim Moscarda (2010-2013), de Luigi Pirandello, direção de Valeria Lauand; Carretel (espetaculo de dança), dirigido por Rubens Oliveira e Sergio Ignacio e com Amores Urbanos (três textos, um de sua autoria, dirigido por Clarisse Abujamra, outros de Marcelo Rubens Paiva e Mario Bortollotto, com direção dos mesmos), que ficou em cartaz entre 2014-2015; Esperando Godot, de Samuel Becket, dirigido por Elias Andreato (2016-2017).
Clovys é autor de textos montados com Rosi Campos e Arllete Montenegro, dirigidas por Jairo Mattos (Retrato Emoldurado – 2009); Trem das Onze (dirigido por Cida Moreira – 2000), Maria Mucuta (dirigido por Weber Reis-2002-2005) e dois espetaculos em fase de montagem: Cafe Paris, a ser dirigido por William Pereira e Corações de Alcachofra, dirigido por Vivien Buckup.
É um apaixonado por literatura e teatro e durante dez anos promoveu o projeto Letras Em Cena, no MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateoubriand. Realizou ainda O Atores e Poetas por dois anos na Casa das Rosas, e o Dose Dupla, que unia entrevista, musica e performance junto ao maestro Miguel Briamonte, entre outros.
Amir Haddad
O diretor Amir Haddad é artista singular no cenário brasileiro que transitar com a mesma desenvoltura entre produções mais convencionais e mega espetáculos populares. Defensor do “teatro depois do teatro”, ele está em constante atividade. Atualmente assina a direção e adaptação de Antígona, de Sófocles, com Andrea Beltrão; também assina a supervisão de Alma Imoral, com Clarice Niskier e coordena seu grupo Ta Na Rua, no Rio de Janeiro.
Em 1957, interrompe a Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo, onde tem como colegas José Celso Martinez Corrêa (1937) e Renato Borghi (1937), que o convidam para dirigir Cândida, de Bernard Shaw (1856-1950). Participa da criação do Teatro Oficina, trabalhando em A Ponte, de Carlos Queiroz Telles (1936-1993), e Vento Forte para Papagaio Subir, de José Celso Martinez Corrêa, ambas em 1958. Em 1959, ainda com o Oficina, participa, entre outras, de A Incubadeira, de José Celso Martinez Corrêa, que lhe vale seu primeiro prêmio de melhor direção.
Desligando-se do Teatro Oficina, segue em 1961 para Belém, no Pará, realizando uma série de trabalhos para a Escola de Teatro de Belém. Em 1965, o Teatro Universitário Carioca o convida para dirigir O Coronel de Macambira, de Joaquim Cardozo (1897-1978), e Amir acaba por permanecer no Rio de Janeiro. Lá é um dos fundadores do grupo A Comunidade, instalado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), que se projeta em 1969 com o espetáculo A Construção, de Altimar Pimentel (1936-2008), atribuindo a Amir o Prêmio Molière de melhor direção. Em 1970, realiza mais dois espetáculos com o grupo: Agamêmnon, de Ésquilo (525 a.C.-456 d.C.), e Depois do Corpo, de Almir Amorim. No mesmo ano, ganha o segundo Molière, com O Marido Vai à Caça, de Georges Feydeau (1862-1921).
Em 1980, funda o Tá na Rua, fazendo apresentações de rua baseadas em cenas de criação coletiva. Em 1984 estreia com o grupo o espetáculo Morrer pela Pátria, de Carlos Cavaco (1878-1961), encenado por mais de três anos, contribuindo para a pesquisa de demolição da linguagem do teatro convencional do conjunto, que desemboca no seu trabalho de teatro de rua.
Realiza, também, trabalhos no teatro comercial, que lhe valem o Prêmio Shell por Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come, de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974) e Ferreira Gullar (1930) em 1989; e o Prêmio Sharp, por O Mercador de Veneza, de William Shakespeare (1564-1626), em 1996. Dirige, ainda de Shakespeare, Noite de Reis, em 1997; e O Avarento, de Moliére (1622-1673), em 2000.
Dirige grupos alternativos na década de 1970 fundamentando uma linha de trabalho significativamente pesquisada por essa geração: disposição não convencional da cena; desconstrução da dramaturgia; utilização aberta dos espaços cênicos; e interação entre atores e espectadores. Essa linha de pesquisa se sedimentará no seu trabalho como diretor a partir da fundação do Tá na Rua, em 1980, grupo que encabeça até hoje no Rio de Janeiro com diversas montagens e intervenções públicas.
Rosana Baptistella
Artista da dança, diretora cênica, preparadora corporal, pesquisadora e docente. Bacharel e Licenciada em Dança pela Unicamp (1992), Doutoranda e Mestre em Educação na área Educação, Conhecimento, Linguagem e Arte, ambos pela Unicamp, com projetos relacionados a processos de criação cênico corporal. Como docente, trabalhou na educação formal (da educação infantil à graduação e pós graduação) e não formal (ongs, oficinas culturais do estado, academias, secretarias de educação, empresas de consultoria etc.)
Possui publicações: livros, capítulos de livros, artigos em anais, periódicos, revistas especializadas na área de dança. Dirige espetáculos
Aide Torres
Fundadora do Coletivo Mulheres de Atitude há oito anos, Aide Torres estudou psicologia, trabalha com pesquisa e é uma comunicadora nata. Falar com pessoas, promover encontros, provocar questões e agitar a vida é seu hábito diário. Como uma pessoa que aglutina pessoas e ideias, naturalmente se tornou formadora de plateias, primeiro de maneira descomprometida e natural, posteriormente como profissão. É atualmente responsável pela distribuição e produção, além das exibições, do filme Envelhescência nos Sescs (São Paulo e Santa Catarina) e em diversas universidades. `E também responsável pela formação de plateia e divulgação das Mostras VI e VII Brazilian Films Series e da Mostra de Filmes Americanos São Paulo – Espaço Cultural de Cinema Augusta, FAAP, Mackenzie, USP e Mirante 9 de Julho.
Foto: Antonio Lopes
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