TUOV convida Novo Teatro em Ruínas e Tela Suja Filmes para Ocupação Artística

No dia 16 de fevereiro de 2019 (sábado), às 20h00, o Teatro Popular União e Olho Vivo – também conhecido como TUOV – abre as portas de sua sede, localizada no Bairro Bom Retiro, para receber a apresentação de “Granizo, o pão de trigo escurece o céu”, montagem que propõe a integração entre as linguagens do teatro e do cinema, e que é fruto da união entre os coletivos Novo Teatro em Ruínas e Tela Suja Filmes, em parceria com a Desalambrar Produções…

 

 

 

 

Granizo, o pão de trigo escurece o céu, trata de maneira histórica e dialética de uma revolta que acontece em uma rua, na frente de uma padaria, num momento de extremo desemprego, quando um trabalhador se revolta contra a injustiça cometida a uma viúva e mãe de 7 filhos.

A peça é livremente inspirada em um texto fragmentado e inacabado de Bertolt Brecht (A Padaria), uma análise teórica/histórica de Daniel Bensaid (Os Despossuídos) e o rascunho de um libreto de ópera de Mário de Andrade (O Café), propondo uma narrativa sob o ponto de vista de pessoas desempregadas.

O conceito de ponto de vista e o enquadramento cinematográfico se manifestam na encenação no uso do cenário – uma enorme armação sobre rodas com uma porta de correr (de loja) no centro e dois quadrantes laterais – que, ao mesmo tempo, representam as paredes e a porta da padaria onde se desenvolve a narrativa, e a tela de cinema e os enquadramentos cinematográficos nos quais atores e atrizes são vistos e ouvidos pelo público, narrando e agindo na história.

Referenciando os cinemas itinerantes que existiam na época do primeiro cinema, onde o público se posiciona diante de uma tela/moldura, o teatro acontece “enquadrado” e “não enquadrado”, o que faz com que o enquadramento cinematográfico, seja ponto nevrálgico da encenação.

A apresentação de Granizo, o pão de trigo escurece o céu faz parte da programação de uma grande Ocupação Artística na sede do TUOV que começou em maio de 2018 e já recebeu apresentações da Trupe Lona Preta, Companhia Antropofágica de Teatro, Companhia Estudo de Cena e do grupo Dolores Boca Aberta.

Ficha Técnica
Realização: Novo Teatro em Ruínas e Coletivo Tela Suja Filmes
Em Parceria com: Desalambrar Produções
Direção e Dramaturgia: Renan Rovida
Direção de Produção: Maria Tereza Urias
Elenco: Natasha Karasek, Rafaela Carneiro, Rani Guerra, Renê Costanny e Talita Araujo
Músicas: Deborah Hathner, Janaína Silva, Natasha Karasek, Rafaela Carneiro, Rani Guerra, Renan Rovida, Renê Costanny e Talita Araujo
Direção Musical e Trilha Sonora: Bruno Menegatti
Preparação Vocal: Rani Guerra
Direção de Arte: Cássio Brasil e Ruth Melchior

 

 

E ampliando o acesso à cultura na região, o TUOV inaugura no dia 23 de fevereiro, a Biblioteca Clóvis Moura, com um chamamento para uma construção coletiva deste acervo. Pessoas interessadas podem doar livros.
Neste mesmo dia, também promove o lançamento dos livros: Em busca de um teatro popular, de César Vieira, 6°Edição; Coleção de Peças do Teatro Popular União e Olho Vivo (obra completa composta por 7 livros); Livro Musical Bumba Meu Queixada – Partituras e Letras, organização de César Vieira e Rogério Guarapiran (livro inédito com partituras do disco Bumba Meu Queixada, lançado em 1983), além do debate com dois convidados especiais: o dramaturgo Murilo Dias César e outra participação a ser confirmada.

 

 

 

TUOV – Teatro Popular União e Olho Vivo

O TUOV – Teatro Popular União e Olho Vivo surgiu em 27 de fevereiro de 1966 e, no auge de seus 52 anos de resistência, possui em sua formação membros presentes desde a fundação como Neriney Moreira e Idibal Pivetta (nome verdadeiro do diretor da companhia, César Vieira). Além de diretor do grupo, Idibal é advogado e exerceu intensa militância no período da ditadura, engajando-se pela liberdade de perseguidos políticos e pela memória dos desaparecidos do regime militar. Esta importante luta confunde-se com a própria existência e trajetória do TUOV.

Nessas mais de cinco décadas, o grupo desenvolveu um trabalho reconhecido nacional e internacionalmente, que vai desde os esforços pela interligação latino-americana de grupos teatrais até a repercussão das montagens e dos roteiros em países como França, Itália, Polônia, Portugal, Peru, Bolívia, Egito, Panamá, Nicarágua, Cuba, Venezuela e Angola.

Um grupo que já foi visto por mais de 4 milhões de pessoas ao redor do mundo e que agora abre as portas da sua sede mais uma vez para receber o público, ampliar e fortalecer as ações de sua sede.

Em seu novo projeto – TUOV 52 – Bom Retiro Meu Amor Ópera Samba, contemplado na 31ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para Cidade de São Paulo, o Teatro Popular União e Olho Vivo busca por fomentar a ocupação teatral de sua sede, ampliando as possibilidades de acesso à cultura na região.

 

 

 

 

 

Sede do Teatro Popular União e Olho Vivo – TUOV
Rua Newton Prado, 766, Bom Retiro
Tel.: 011 3331-1001

Sábado, 16 de fevereiro de 2019, às 20h
Granizo, o Pão de Trigo Escurece o Céu
Capacidade: 50 lugares
Duração: 70 minutos
Entrada Gratuita (retirada de ingressos uma hora antes na bilheteria)
Classificação: 12 anos

 

Sexta-feira, 23 de fevereiro, a partir de 17h
Inauguração da Biblioteca Clóvis Moura
Lançamento dos livros:
Em busca de um teatro popular, de César Vieira, 6°Edição;
Coleção de Peças do Teatro Popular União e Olho Vivo (obra completa composta por 7 livros);
Livro Musical Bumba Meu Queixada – Partituras e Letras, organização de César Vieira e Rogério Guarapiran (livro inédito com partituras do disco Bumba Meu Queixada, lançado em 1983)
Debate com dois convidados especiais: o dramaturgo Murilo Dias César e outra participação a ser confirmada

Foto: Lucas Vasconcelos

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