Com texto e direção de Haroldo França, “Bolhas” discute a relação entre mãe pastora evangélica e filho homossexual , estreia na SP Escola de Teatro no dia 13 de setembro. Elenco traz Adriane Henderson e Pablo Azevedo…
As distâncias geográfica, cultural, intelectual e espiritual existentes entre uma mãe fundamentalista religiosa e um filho que pertence à comunidade LGBTQUIA+ são temas de “Bolhas”, com texto e direção de Haroldo França. O espetáculo estreia dia 13 de setembro na SP Escola de Teatro – Sede Roosevelt, Sala Hilda Hilst. As apresentações seguem até 14 de outubro e acontecem às sextas, aos sábados e às segundas-feiras, às 21h, e aos domingos, às 19h.
“A peça fala sobre polarização. Vivemos em um tempo em que os ânimos estão muito inflamados para discutir qualquer coisa. As pessoas criam muitos pré-julgamentos em relação a quem não concorda com elas e automaticamente interrompem o diálogo e partem para a intolerância. Estamos dispostos a entender quem pensa diferente, a entrar nesse outro campo, a furar essa bolha?”, indaga o autor e diretor Haroldo França.
A trama aborda as tensões e expectativas de uma mãe e seu único filho, que vivem em cidades distintas e planejam se reencontrar depois de muito tempo sem se ver. Ela é uma pastora evangélica de pensamento fundamentalista e ele é homossexual e está em processo de rompimento com a igreja. Mãe e filho se amam na mesma medida em que se machucam.
A dramaturgia é fundamentada na contradição entre amor e violência, relacionamento e incomunicabilidade, presença e ausência. Cada cena comporta dois tempos e dois espaços, de modo que os personagens parecem dialogar, mas, na verdade, estão em situações opostas, distantes. Para acentuar essas dualidades, a plateia é dividida em lados opostos do espaço cênico.
A ideia é partir para o viés emocional para mostrar como as pessoas são intolerantes e como nenhum dos personagens tem uma visão simplista do mundo de acordo com o preconceito do outro. “A mãe pode ser até mais carismática que o filho em muitos momentos e ela é super protetora como muitas mães. É uma tentativa de quebrar esse estereótipo sobre o evangélico. Ela faz um esforço real para tentar entender o lado desse filho. A mensagem principal da peça é: não vamos nunca entrar em acordo, mas podemos ter bons momentos juntos. E família é isso. É pelo viés do afeto que vamos construir as coisas.”, revela o autor.
A peça foi escrita em 2017, no Núcleo de Dramaturgia SESI – British Council, ocasião em que ganhou a primeira direção de Vinícius Calderoni. Desde então, o texto tem passado por um longo processo de reescrita.
Ficha Técnica
Direção e dramaturgia: Haroldo França
Assistência de direção e preparação corporal: Valéria Lima
Elenco: Adriane Henderson e Pablo Azevedo
Produção: Haroldo França
Sonoplastia e operação de som: Valéria Lima
Figurino e maquiagem: Pablo Azevedo e Valéria lima
Light designer: Giu Valentim
Operação de luz: Nicholas Duran
Assessoria de imprensa: Bruno Motta e Verônica Domingues – Agência Fática
Bolhas, da Cia. do Sereno
SP Escola de Teatro
Sede Roosevelt
Sala Hilda Hilst
Praça Roosevelt, 210 – Centro
Informações: (11) 3775-8600
Duração: 80 minutos
Temporada: 13 de setembro a 14 de outubro
Sextas, sábados e segundas-feiras, às 21h
Domingos, às 19h
Ingressos:
R$ 30,00 (inteira)
R$ 15,00 (meia-entrada e classe artística)*
*Pagamento em dinheiro ou cartão de débito
Venda online: Sympla
Classificação: 12 anos
Sobre Haroldo França
Natural de Belém do Pará, Haroldo possui experiência com teatro amador e profissional desde 2004. É formado pelo curso técnico de formação de atores da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (2008-2010), possui especialização em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes (2013-2014) e mestrado em Meios e Processos Audiovisuais pela ECA – USP (2015-2018). Como diretor, possui experiência com teatro amador em Belém, onde dirigiu os espetáculos “Jogo de Sete” (2008), “Massacre” (2009) e “Ópera Profano” (2010). Como dramaturgista, foi autor de “Dons de Quixote” (2009) e “Encantados S/A” (2011), ambos encenados pelo Grupo de Teatro Universitário da UFPa. Em São Paulo, fundou a Cia. do Sereno e encenou os textos de sua autoria “Classe Econômica” (2013), “A Aventura de Ícaro” (2015) e “Trabalhar Não Faz o Menor Sentido” (2018). Atualmente, também é produtor musical, compositor e vocalista no duo Ctrl+N, projeto musical voltado para o empoderamento da comunidade LGBTQIA+.
Sobre A Cia. do Sereno
A Cia. do Sereno é um grupo jovem, fundado em 2012 por atores paraenses residentes em São Paulo. Com o passar do tempo, o grupo se tornou heterogêneo, tendo participação de pessoas de diferentes regiões do Brasil. Em 2013, como resultado de um
processo colaborativo, estreou o pocket espetáculo “Erótica”, apresentado em saraus e pequenos festivais. Em 2014, estreou a comédia “Classe Econômica”, que abordou a ascensão da classe média brasileira e ficou em cartaz nos teatros Commune e do Ator. Em 2015, na programação do festival “Satyrianas”, houve a estreia de “O Prazer É Todo Seu”, que, logo em seguida, entrou em cartaz no Teatro do Ator e foi a primeira experiência da Cia. com uma linguagem menos tradicional, fazendo uso de elementos épicos e pós-dramáticos na dramaturgia e na montagem. Em 2016, nos teatros Amadododito e Lélia Abramo, houve estreia e temporada do primeiro infantil, intitulado “A Aventura de Ícaro”. Em 2018, o grupo voltou a trabalhar com público adulto, em sua primeira tragicomédia, intitulada “Trabalhar Não Faz o Menor Sentido”.
Foto: Valéria Lima
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