No Teatro Bradesco, de 04 a 08 de maio. Fenômeno de público e crítica, espetáculo lúdico do russo Slava Polunin, o mais celebrado clown contemporâneo…
Previsão de tempestade de neve e grandes doses de poesia para São Paulo nesta semana. E nem é preciso tirar o casaco do armário. Trata-se de papel picado. Muitos, milhares, milhões deles, que assim como gigantescas teias aranha e bolas, entre outros elementos sinestésicos, surgirão no palco do Teatro Bradesco espalhando-se pela plateia e transformando todo o local em um mundo a parte: o universo onírico do russo Slava Polunin.
Seu premiado Slava’s SnowShow vem rodando o globo desde 1996, quando estreou no Edinburgh International Festival, na Escócia. Contabiliza mais de 6.000,00 apresentações grande parte delas com lotação esgotada, e pelas reações extasiadas dos expectadores, mostra-se cada vez mais atual.
O segredo? A sensibilidade de Slava, que reúne em suas criações, como poucos artistas contemporâneos, deslumbrante aparato cênico com o que chama de uma “meditação cômica sobre a vida, morte e a beleza do universo”. Responsável por levar o clown para o papel de protagonista do teatro, expandindo-o além do universo circense, ele sugere que os celulares sejam desligados por instantes para que se retome o contato com arquétipos do inconsciente coletivo, entre elas a relação homem versus cosmos, assim como emoções simples: solidão, amizade, amor, morte e, possivelmente, com o que há de mais profundo em cada um. Uma subversão aos paradigmas da pós-modernidade.
“A principal função do clown não é fazer com que todos riam, é abrir a mente, o coração, os sentidos, os braços…O palhaço é uma criança que abre os olhos para o mundo e quer tocar a todos. Por outro lado, ele é um anarquista: não quer saber de regras. E é também um médico que cura as almas dos espectadores. Representa a simplicidade em um mundo complicado e nas coisas simples existem grandes verdades”, diz ele, para quem o palhaço faz a função de “xamã contemporâneo”.
Na trilha sonora do espetáculo, que vem ao Brasil pela quarta vez, Bethoven e Carmina Burama emolduram as cenas, em que o elenco dispensa o vocabulário – são pouquíssimas falas – utilizando-se essencialmente de movimentos corporais e expressões faciais para compor “um balé cômico”.
Ficha técnica
Criação e direção: Slava Polunin
Elenco: Alexandr Rybin, Artem Zhimolokhov, Bradford West, Dmytro Merashchi, Ivan Polunin, Tatiana Karamysheva e Yuri Musatov.
Slava´s SnowShow
Teatro Bradesco
Bourbon Shopping
Rua Palestra Itália, 500, 3 andar, Perdizes – SP
Tel: (11) 3670.4100
De 04 a 08 de maio (quarta a domingo)
Horários:
04 a 06 de maio, às 20h
07 de maio, às 20h
07 e 08 de maio, às 16h
Classificação indicativa: livre para todos os públicos
Duração: 120 minutos (com um intervalo)
Ingressos:
Balcão Nobre R$ 100,00
Frisas R$ 100,00
Cadeira Extra Plateia R$ 200,00
Camarote R$ 200,00
Plateia R$ 200,00
Vendas pela internet: Ingresso Rápido
Slava Polunin
Nascido em Novosil, pequena cidade da Rússia, em 1950, e mudando-se mais tarde para Leningrado para estudar a arte da mímica, Slava Polunin rapidamente se tornou um ícone da cultura russa. No início dos anos 80 criou sua primeira companhia de teatro no país, a lendária Licedei, e depois a Academia de Tolos. Diretor, ator e clown, é um realizador incessante, dividindo-se entre diversos projetos pessoais e coletivos, como a Caravana da Paz, em 1989, idealizado por ele, em que mímicos de várias partes do mundo puseram-se na estrada por seis
meses, apresentando-se nas ruas de cidades europeias.
Como diretor convidado assina coreografias do Cirque du Soleil e em 2013 tornou-se diretor artístico do maior e mais antigo circo da Rússia, a (Bolshoi) Saint-Petersburg State Circus, onde tem renovado a antiga tradição russa.
Slava tem seu próprio castelo encantado: mora num antigo moinho na França, intitulado Moulin Jaune (Moinho Amarelo), aberto à visitação do público. Uma placa na porta dá o tom: “Cuidado, sonhos se realizam”. Quem a atravessa realmente entra num portal mágico. Num perfeito encontro entre a arte e natureza, em meio a luas flutuantes que cantam, cavalos com asas-derosa e um rio que flui para trás, entre outras de suas peripécias surrealistas, a vida cotidiana é transformada em poesia. Ele recebe visitantes e artistas de todos os cantos do mundo – entre eles a dupla brasileira OsGêmeos, que assina os grafites nas paredes da casa -, com a mesma premissa de seus espetáculos: que a imaginação possa correr livre e sem restrições. Um pedido simples, mas que transformou Slava Polunin em um dos mais célebres clowns da história.
Fotos: Divulgação
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