Prestes a completar 80 anos de idade, Ignácio de Loyola Brandão ainda é um verdadeiro contador de histórias. Não há quem não se envolva por completo ao ouvir suas palestras por Brasil afora. E quem conta boas histórias, escreve boas crônicas. Em Se for pra chorar que seja de alegria, o autor reúne 41 crônicas escritas durante a sua carreira no Caderno 2, do jornal O Estado de São Paulo, e na Tribuna de Araraquara.
E por que um livro de crônicas? “Porque os meus últimos anos foram marcados por crônicas. Diria que foi uma descoberta tardia, mas uma grande descoberta. É gostosa de escrever, é um pouco de poesia, um pouco de mim, um pouco da cidade, um pouco do Brasil e um pouco do mundo”, responde o autor.
Gestada na linha tênue entre o que foi e o que poderia ter sido, a crônica é tocada pelo calor do momento e, mesmo que seu autor não se dedique a radiografar um acontecimento naquele instante, lá está o tempo a tingi-la com suas cores, sabores e odores. Mas para que a crônica fique no coração de quem a lê e se torne uma manifestação perene, consagrando-se, assim, como uma espécie de tradução universal e eterna da condição humana, é preciso ainda mais. É preciso que ela envolva o leitor, como uma serpente envolve sua presa, e que ela o conduza a situações inusitadamente atraentes, algumas delas cheias de riscos e, mesmo assim, fascinantes. Como não poderia deixar de ser, esse é o timbre das crônicas deste livro. São olhares e percepções impressos em textos que retratam as viagens que Loyola fez pelo Brasil inteiro.
Segundo o próprio autor, essa obra é uma de suas seleções mais gostosas, mais felizes e mais divertidas. Algumas dramáticas, porque é preciso um pouco de drama. Um livro direto para o coração do leitor, um presente de 80 anos para toda a gente que o acompanha há tantos anos.
184 Páginas
Global Editora
R$ 39,00
Ignácio de Loyola Brandão nasceu em Araraquara em 1936. Jornalista e escritor, passou pelas redações de Última Hora, Claudia, Realidade, Planeta, Lui, Ciência e Vida e Vogue. Tem mais de 40 livros publicados, entre romances, contos, crônicas, viagens (Cuba e Alemanha) e infantis. Entre seus romances mais conhecidos estão Bebel que a cidade comeu, Zero, Não verás país nenhum, O beijo não vem da boca, Dentes ao sol, O anjo do adeus e O anônimo célebre. É autor da biografia de Ruth Cardoso, Fragmentos de uma vida, e de uma peça teatral, A última viagem de Borges. Seus livros estão traduzidos em inglês, alemão, italiano, espanhol, húngaro, tcheco e coreano do sul. Com o infantil O menino que vendia palavras ganhou o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ficção de 2008, no Brasil. Seu livro mais recente foi Os olhos cegos dos cavalos loucos, também vencedor do Prêmio Jabuti 2015 na categoria Melhor Livro Juvenil. Em 2016, foi vencedor do prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.
Fotos: Arquivo pessoal / Divulgação
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