O festival acontece entre 22 de novembro e 4 de dezembro…
O Festival Sesc de Música de Câmara chega à sua segunda edição. Em 2016, os repertórios executados pelos grupos convidados vão do antigo ao contemporâneo em abordagens inovadoras, dando destaque à participação de cerca de 120 artistas, na grande maioria jovens músicos, e à contundente presença de mulheres realizadoras.
Realizado pelo Sesc São Paulo no período de 22 de novembro e 04 de dezembro de 2016, e com curadoria de Cláudia Toni, o Festival Sesc de Música de Câmara reúne, em duas semanas de programação, 12 conjuntos convidados (cinco nacionais e sete internacionais – a maioria inéditos no país) em 47 concertos que acontecem em 11 unidades do Sesc, entre capital, interior e litoral –Bom Retiro, Centro de Pesquisa e Formação, Consolação, Santana, Santo André, Vila Mariana, Araraquara, Campinas, Sorocaba, São José dos Campos e Santos, além da Igreja Nossa Senhora da Boa Morte, no centro de São Paulo e do Museu Afro Brasil, no Parque Ibirapuera.
Quanto aos grupos internacionais convidados, apresentam-se o conjunto vocal e instrumental L’Arpeggiata (FRA), criado no ano 2000 por Christina Pluhar; Vox Luminis (BEL), formado em 2004 e especializado na música vocal do século 16 ao 18; Trio Apaches (GBR), iniciado em 2012 por Matthew Trusler, Thomas Carroll e Ashley Wass, e Giocoso String Quartet (AUT), constituído por músicos da Alemanha, Romênia e Holanda. O Trio Appassionata (BRA/ESP/EUA) é híbrido na origem de seus componentes: traz o brasileiro Ronaldo Rolim, natural de Votorantim, que já conquistou mais de 30 prêmios em concursos no Brasil e em todo o mundo, além da americana Lydia Chernicoff e da espanhola Andrea Casarrubios. Mais dois conjuntos completam a programação, trazendo execuções voltadas aos públicos adulto e infantil: Pera Ensemble (ALE/TUR), que tem repertório dedicado à música antiga e é formado por músicos turcos e europeus, e o quinteto de sopros norte-americano Imani Winds (EUA), dedicado à expansão do repertório contemporâneo para sopros.
Do Brasil, o público poderá conferir concertos, em sua grande maioria inéditos, dos grupos Camerata Ilumina, Coral Jovem do Estado e Arianna Savall (SUI), Sujeito a Guincho, e duos Celina Szrvinsk & Miguel Rosselini e GisBranco.
As apresentações internacionais são realizadas com o apoio de: Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, Embaixada da Áustria, Institut Français, British Council, Wallonie-Bruxelles International, Consulado Geral da Turquia em São Paulo, Turkey Dicover the potential, Yunus Emre Enstituto e Turkish Airlines.
O festival tem, ainda, apoio institucional de parceiros locais: Museu Afro Brasil, Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp Tom Jobim) e Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da USP.
Os Eixos do Festival
Quatro recortes temáticos constituem um ponto de partida sugerido, que pode ajudar na orientação do espectador quanto à escolha de seu roteiro de concertos e fruição:
Música Antiga
Quatro grupos executam programas dedicados à música antiga, mas eles não se enquadram mais no figurino de décadas passadas, dominado por rigorosos preceitos. Ao contrário, transitam confortavelmente entre a música tradicional (por vezes conhecida como folclórica) e a escrita por autores conhecidos, explorando áreas do velho e novo mundos.
O grupo francês L’Arpeggiata, referência no cenário musical internacional, redimensiona as fronteiras da música antiga com o espetáculo Mediterrâneo. Pera Ensemble, formado por músicos turcos que tocam instrumentos tradicionais de seu país e por europeus de formação clássica fazem em Café: O Oriente Encontra o Ocidente um encontro entre duas visões de mundo. Da capital paulista vem o Coral Jovem do Estado de São Paulo, com América Colonial e Península Ibérica: A Música de Dois Mundos – um concerto especialmente escrito para o Festival. Nele, os jovens músicos interpretam peças escritas na América Latina e na Península Ibérica durante o período colonial. A solista convidada para o concerto do Coral Jovem é soprano e harpista catalã Arianna Savall, filha do compositor e gambista catalão, Jordi Savall, e da soprano Montserrat Figueras. O Vox Luminis, da Bélgica, é um dos mais importantes conjuntos vocais da atualidade e executa, em Puer Natus in Bethlehem, um repertório sacro que celebra as festas cristãs do final do ano.
Formações Clássicas
A orquestra de cordas, o trio com piano e o quarteto de cordas estão entre as mais importantes formações da música de câmara, para as quais foram escritas algumas das mais bonitas obras do gênero. Os quatro grupos que contemplam estas formações apresentam tanto obras consagradas quanto peças contemporâneas e transcrições inesperadas.
O Trio Appassionata, formado por jovens músicos – um brasileiro, uma americana e uma espanhola -, interpreta obras consagradas escritas para essa formação (violino, violoncelo e piano) incluindo o Trio Brasileiro, de Lorenzo Fernandez. Da Grã-Bretanha, o Trio Apaches aposta em projetos inovadores, com destaque para uma transcrição de La Mer, de Debussy. O austríaco Giocoso String Quartet se apresenta com um programa que enfatiza a ideia do quarteto de cordas como alicerce da música de câmara. O jovem conjunto, já detentor de prêmios internacionais, interpreta gigantes do gênero, como Mozart e Bartók, mas também Hugo Wolf, compositor raramente ouvido entre nós. A Camerata Ilumina, formada por jovens músicos brasileiros, apresenta um repertório desafiador – executado a partir de instrumentos de cordas e sob o comando de Jennifer Stumm – que inclui os contemporâneos N. Muhly e J. Adams.
Piano
O Piano se faz presente nessa edição pelas mãos de quatro brasileiros, em dois programas que mostram a versatilidade do instrumento, seja tocado a quatro mãos ou a dois pianos. A convite do Duo GisBranco, o violoncelista Jaques Morelenbaum participa de um concerto dedicado a Villa-Lobos e Egberto Gismonti. Os pianos tocados por Bianca Gismonti e Claudia Castelo Branco são eloquentes, para mostrar que a música brasileira é rica de cores e de talento e, seja ela popular ou erudita, nunca deixou de ser feita no âmbito dos pequenos ambientes, para ser fruída entre íntimos. Celina Szrvinsk & Miguel Rosselini, um dos mais destacados duos brasileiros de piano e premiado nacionalmente, executa obras, a quatro mãos, de Wolfgang Amadeus Mozart, Maurice Ravel, Manuel de Falla, Oiliam Lanna, Edino Krieger, Heitor Villa-Lobos, Aylton Escobar e Johannes Brahms.
Quinteto de Sopros
O Festival traz um quinteto de sopros de formação tradicional, bem como um quinteto integrado apenas por clarinetes, respectivamente: o americano Imani Winds, composto de flauta, oboé, clarinete, fagote e trompa, e o brasileiro Sujeito a Guincho, com um programa genuinamente nacional, mas acrescido de um arranjo de um Intermezzo de J. Brahms. Nesse eixo, cabe dar lugar de destaque ao Imani, não somente por expandir o repertório contemporâneo para sopros, mas, sobretudo, por seu trabalho incansável pela causa da diversidade racial e étnica na cena musical erudita de seu país.
Para Crianças
Além dos concertos tradicionais, o Festival Sesc de Música de Câmara realiza dois programas infantis com os grupos Pera Ensemble, nas unidades Vila Mariana e Sorocaba, e Imani Winds, no Sesc Vila Mariana e no Museu Afro Brasil. Em Café para o Rei, o conjunto Pera Ensemble conta aos pequenos a origem do café, a paixão do rei Teodoro pela bebida e sua introdução na Europa. Já em Viagem Musical pelo Mundo, o grupo Imani Winds apresenta um repertório que vai dos franceses Bizet e Ravel, até compositores do presente, como Valerie Coleman e Gene Kavadlo.
Acompanhe a programação nos links:
Palestras, Workshop e Masterclass em São Paulo
Concertos em São Paulo e Santo André
Concertos em Araraquara, Campinas, Santos, São José dos Campos e Sorocaba
Foto: Divulgação
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