Compositor. Instrumentista. Cantor. Victor Mendes passeia por essas três áreas da música com muito talento. Aos 29 anos, muitos deles na estrada, está lançando agora o seu primeiro disco solo – Nossa Ciranda…
Em treze canções, quase todas feitas em parceria com Paulo Nunes, e arranjos elaborados coletivamente, Nossa Ciranda apresenta uma musicalidade com forte influência da música regional do Vale do Paraíba, lugar onde nasceu, e referências musicais como o jazz, samba, rock e a música latino-americana. A instrumentação acústica combinada às letras que falam da relação conflituosa com a metrópole são os elementos que constroem a paisagem sonora do disco.
Nossa Ciranda concilia a criação de melodias elaboradas e precisas, reflexo da formação em violão erudito de Victor Mendes e de influências como a MPB e a Bossa Nova, com a livre improvisação e a criação coletiva, comuns ao universo da música regional, folclórica e do jazz. Para isso, Victor divide a concepção artística das faixas com os músicos convidados que contribuem e enriquecem a criação das canções com improvisações, abrindo mão do uso de arranjos pré-elaborados. O disco conta ainda com as participações especiais dos músicos Danilo Moura e Ricardo Vignini e das intérpretes Karine Telles, Paola Albano e Roberta Oliveira.
Neste primeiro trabalho solo, Victor investe nas suas mais diversas referências: músicas como Rio Manso, que dialoga com o folk americano e a tradição caipira. Em A mais triste canção, a tônica é o encontro das referências regionais de Paulo Nunes e Saulo Alves, autores da canção, com a vida urbana em São Paulo. Essas duas obras exemplificam a união entre arranjos modernos e instrumentos da música regional brasileira, como a viola e a rabeca, evidenciando o forte diálogo entre a tradição e a inovação musical, presente em todo o disco.
Suas composições e interpretações apresentam uma gama variada de influências, como Milton Nascimento, Gilberto Gil, Dércio Marques, Renato Teixeira, Almir Sater, Vitor Ramil, Jorge Drexler, Dori Caymmi e o rock americano dos anos 90. Essa diversidade expressa a riqueza cultural e musical do cantor e compositor Victor Mendes, demonstrando sua qualidade artística e sua originalidade na criação musical.
CD Nossa Ciranda
Ficha Técnica
Direção Musical e produção: Victor Mendes
Gravação e Mixagem: Estúdio Bojo Elétrico – Ricardo Vignini (entre agosto de 2014 e julho de 2016)
Percussão das faixas 4, 6 e 9 gravadas no Estúdio BongÔMusics – Flávio Franco Araújo
Participações especiais de Danilo Moura, Karine Telles, Paola Albano, Ricardo Vignini e Roberta Oliveira.
Masterização: Estúdio Música Bacana – André Ferraz
Projeto Gráfico e Fotografia: Andreas Guimarães
Distribuição: Tratore
O projeto independente já ganhou seu primeiro prêmio: o edital para a circulação de espetáculos de canção do ProAC 2016 (Programa de Ação Cultural, da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo), possibilitando dar início em meados de 2017 a turnê de lançamento do álbum Nossa Ciranda.
Victor Mendes nasceu em São José dos Campos e começou seus estudos de violão erudito aos onze anos, em 1998. É também graduado em História pela Universidade de São Paulo (USP).
Em 2007, começou a estudar viola caipira e entrou em contato com Saulo Alves (compositor) e Paulo Nunes (poeta e letrista), participando do disco Desaboio, lançado em 2014, cuja temática principal é a crise ambiental do cerrado. Em 2009, criou o grupo Trio José junto a Danilo Moura e Rodrigo Silva. Com o grupo, lançou o disco Puisia em 2014, musicando os poemas do poeta popular Juca da Angélica, um dos principais nomes da poesia oral de Minas Gerais.
Atualmente, além do lançamento do álbum Nossa Ciranda, Victor Mendes acompanha a cantora Karine Telles no show Canção amiga, é parceiro da cantora e compositora argentina Gaby Echevarria e desenvolve o projeto Sampaio 70 ao lado de Danilo Moura – um show em homenagem ao compositor capixaba Sérgio Sampaio.
Fotos: Andreas Guimaraes
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