Idealizado por Gustavo Nunes, com direção de Ulysses Cruz e autoria de Renata Mizrahi, Rio mais Brasil, o Nosso Musical estreia dia 3 de novembro, sexta-feira, às 21 horas, no Teatro Frei Caneca. A proposta é mostrar um país rico em musicalidade e contrastes. O povo brasileiro é o protagonista, com sua pluralidade, complexidade e sincretismo, livre de estereótipos. Uma gente que enverga, mas não quebra…
Espetáculo – que tem como ponto de partida o livro ‘O Povo Brasileiro’, de Darcy Ribeiro – é estrelado por Cris Vianna, Leonardo Vieira, Danilo de Moura, Danilo Mesquita e mais 16 atores multi-instrumentistas. Foram 500 candidatos nas audições e 700 horas de ensaio. Produção robusta, conta com três toneladas de som, luz e cenografia, além de um figurino caprichado com mais de 100 peças e adereços. Musical inovou ao possibilitar a participação do público na criação do roteiro final.
Com direção musical de Carlos Bauzys e Daniel Rocha, tem direção de arte cenografia de Veronica Valle e figurino de Carol Lobato. No elenco, Cris Vianna (Dança dos Famosos, 2017, do Domingão do Faustão e novela A Regra do Jogo, TV Globo), Leonardo Vieira (Os Dez Mandamentos, 2016, TV Record), Danilo de Moura (protagonizou o musical Tim Maia, Vale Tudo – O Musical, 2016), Danilo Mesquita (Rock Story, 2016, TV Globo) e mais 16 atores multi-instrumentistas, selecionados entre 500 candidatos de todas as regiões do país.
O Rio de Janeiro, como um epicentro cultural do país, foi a inspiração e o ponto de partida de Gustavo Nunes, em 2014, três anos antes da estreia para o público. O projeto foi adiado por falta de patrocínio, mas a adversidade se transformou numa aliada: o tempo de espera foi importante para o produtor amadurecer a temática e realizar um trabalho robusto que abrangesse a cidade não apenas como um ícone, mas como síntese do Brasil. Para a condução do musical, convidou o Ulysses Cruz que, de acordo com Nunes, reuniu todos os requisitos para dirigir a produção: experiência, bom gosto e ousadia. Com o patrocínio master da Ourocap, a primeira temporada do musical aconteceu em julho de 2017, no Rio.
“Rio Mais Brasil, o Nosso Musical” teve como base o livro O Povo Brasileiro, que o antropólogo Darcy Ribeiro lançou em 1995. “O resultado é uma obra com um olhar focado na musicalidade do país, revelando também as origens e a formação de nossa identidade”, diz Gustavo Nunes. “Eu atormentei a Renata Mizahi (autora) porque queria um Rio diferente de tudo que já havia sido feito. O desejo era a representação da primeira arquibancada da Sapucaí, dos bailes do subúrbio onde tocam charm – e que reúnem pessoas de todos os cantos do país – dos pontos de ônibus lotados com vendedores ambulantes ao redor. Costuramos esse imaginário, que não se limita à zona Sul, com o livro do Darcy”, explica o diretor.
Para Gustavo Nunes, à frente da produtora Turbilhão de Ideias Entretenimento, especializada no segmento, falar sobre a realidade brasileira conjugando alegria e reflexão norteou todo o processo de Rio Mais Brasil. “Queremos, por meio da arte, repensar o Brasil”. Ulysses Cruz reforça: “tratamos sobre questões atuais de maneira crítica, sob a perspectiva da esperança. A cultura brasileira mexe com o espectador porque o ajuda a compreender seu valor. Fazemos uma espécie de chamamento para quem assiste se envolver com a arte”.
Bastidores
As audições reuniram mais de 500 candidatos de todas as regiões país. Dos atores e multi-instrumentistas presentes no musical, três são do Rio de Janeiro e 17 de vários Estados. “Foi como receber uma avalanche de talentos. As diversas referências e sotaques inspiraram o texto, as letras e a música”, conta Ulysses Cruz. O espetáculo mobilizou uma centena de profissionais durante os sete meses de pré-produção: foram mais de 700 horas de dedicação total. “Rio mais Brasil, o nosso musical” tem três toneladas de som, luz e cenografia, além de um figurino elaborado, com mais de 100 peças e adereços.
A história
Com uma narrativa não linear, o espetáculo se passa nos bastidores da realização de um longa-metragem, livremente inspirado em O Povo Brasileiro. É a história de um produtor e de uma diretora de cinema na tentativa de realizar um filme documental. No meio da empreitada, porém, os realizadores se veem no dilema de desistir ou persistir. O processo de criação que mostra o diálogo entre realidade e ficção que, em comum, têm a capacidade de driblar obstáculos.
Martin (Leonardo Vieira) capta uma verba para realizar uma superprodução, disposta a mostrar ao público um Brasil diferente do que já se viu. Ele acaba se encontrando com Cris (Cris Vianna), uma diretora em sintonia com suas ideias. Ao longo do projeto – desde a escolha do elenco até as filmagens – a verba oferecida começa a ser reduzida, até que o investimento oferecido é cancelado, colocando os planos de Martin em risco. Em meio a questionamentos e buscas por soluções, um novo fato aparece e reacende as esperanças de concluir a obra, mudando o rumo da trama.
Kadu (Danilo Mesquita) é o assistente de Martin. Ele é fascinado pela cultura norte-americana, mas no processo de seleção de elenco do filme acaba revendo conceitos. “Foi a minha primeira experiência como em musical e um grande desafio. Meu personagem ama a arte e tem a oportunidade de conhecer o Brasil quando acompanha o teste do elenco, ele vê de perto a cultura e a essência do país e se apaixona pelo país”.
São Paulo é representada pelo versátil Ricardo (Danilo de Moura), um pai solteiro, que é ator e cozinheiro. Ele chega ao Rio para tentar sorte e vira um dos roteiristas do filme. “É um trabalho que tem muita força, e olha que eu vim de Tim Maia, que era uma figura monumental. O espetáculo exigiu muito estudo para falar sobre a diversidade do Brasil e que reflete um momento único do teatro musical no país: temos os biográficos, os clássicos revisitados, os que partem de roteiros originais. Um público grande e interessado vem se formando e lotando os espaços”, diz o ator que toca baixo em Rio mais Brasil.
Completam o elenco: Bárbara Sut, Camila Matoso, Leandro Melo, Clayson Charles, Nando Motta, Paulo Ney, André Muato, Késia Estácio, Marcel Octávio, Edmundo Vitor, Teka Balluthy, Luciana Balby, Anna Bello, Janaína Moreno, Fernando Thomaz e Priscilla Azevedo.
Participação popular
O espetáculo inovou ao possibilitar a participação do público na criação do roteiro final. As pessoas puderam enviar histórias verídicas e letras inéditas de músicas, pelo site http://riomaisbrasil.com.br/ durante a construção da narrativa. Uma dessas histórias e uma canção inédita foram selecionadas e incorporadas ao enredo final. “Era unânime entre os criadores a necessidade de falar das pessoas que se reinventam a cada momento. Mostrar a cara desse povo, sem ser para inglês ver e sim de um lugar mais real. De um povo que transcende gerações e não reproduz frases feitas. Mostrar dentro do caos, o quanto somos grandes e ricos de diversidade, e quanta beleza pode haver, apesar de tudo”, explica Renata Mizrahi, roteirista e letrista.
Trilha sonora
Rio Mais Brasil tem canções com letras assinadas por Renata Mizrahi, releituras de músicas consagradas e canções representativas das cinco regiões brasileiras. O repertório passa por Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso, Luiz Gonzaga, Rita Lee, Gonzaguinha, Almir Sater, Gilberto Gil, Ary Barroso, Cazuza, Tom Zé, Aldir Blanc, Arlindo Cruz, Waldemar Henrique, Kleiton e Kledir, Dani Black, Dona Onete e A Banda mais bonita da Cidade, entre outros, que ressurgem em arranjos originais de Carlos Bauzys e Daniel Rocha.
“Pesquisamos uma centena de canções a partir do roteiro. Foi um desafio chegar a este repertório. Cada Estado tem ritmos muito próprios e na música popular brasileira a miscigenação é uma característica muito presente, mesmo que não seja intencional, ela acontece”, comenta Bauzys. Neste Brasil que mistura rock com maracatu, forró com hardcore e samba com soul music a reinvenção é uma constante. O espetáculo se faz valer desses encontros misturando a tradicional chula gaúcha com o pop oitentista de Kleiton e Kledir no hit “Deu Pra Ti”.
Um dos exemplos da busca constante pela originalidade é a canção “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, que ressurge completamente renovada, não só pelo arranjo inédito, mas pelo rap escrito por Bauzys, incorporado à letra. “Na hora que a música fala, ‘Terra de Nosso senhor, ali já entra um rap que diz, entre outras coisas: Terra de Nosso Senhor, de Oxalá, de Iemanjá, de Jesus’. Exaltamos o sincretismo no Brasil, que é algo tão lindo no nosso país, essa pátria de todos”, revela.
O diretor musical, que já trabalhou com os Barbatuques, ressalta que o elenco é formado por atores que também são multi-instrumentistas, o que permitiu a criação de arranjos diferenciados e complexos para as canções, além da percussão corporal. São mais de 30 instrumentos como: berimbau de boca, ganzá e timbal.
Ficha Técnica
Gustavo Nunes: Idealização e Produção Geral
Ulysses Cruz: Direção Artística
Renata Mizrahi: Texto e letras das canções originais
Carlos Bauzys e Daniel Rocha: Direção Musical
Veronica Valle: Direção de arte e cenografia
Patrick Owondo: Coreografia
Carol Lobato: Figurino
Renato Machado: Iluminador
Uirandê Holanda: Visagismo
Mateus Viana: Cenógrafo
André Fuentes: Efeitos Especiais
Locuções: Cássia Kis em trechos O Povo Brasileiro, de Darcy Ribeiro, Edney Silvestre, Marília Gabriela, Sérgio Mastropasqua
Participação Especial: Locução Headlines.
Rio mais Brasil, O Nosso Musical
Teatro Frei Caneca
Shopping Frei Caneca
Rua Frei Caneca, 569 – Consolação
Tel.: 3472-2229
Capacidade: 600 lugares
Duração: 105 minutos
Estreia dia 3 de novembro, às 21 horas
Temporada: De 3 a 26 de novembro
Sextas e sábados, às 21 horas,
Domingos, às 19 horas
Ingressos:
R$ 100,00 (inteira)
R$ 50,00 (meia)
Classificação etária: 12 anos.
Vendas Online: Ingresso Rápido
Uma Produção de Turbilhão de Ideias Entretenimento
Apresentado por Ministério da Cultura e Ourocap – Lei de Incentivo à Cultura
Patrocínio Master: Ourocap
Realização
Ministério da Cultura
Brasil Governo Federal
Fotos: Leo Aversa
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