Em seu novo espetáculo o Grupo XIX de Teatro convida o público a caminhar pelas ruas do centro, contemplar espaços públicos e habitar uma estufa promovendo outras formas de ocupar e conviver no cotidiano urbano. Intervenção Dalloway: Rio dos Malefícios do Diabo estreia dia 27 de novembro…
A temporada segue até 14 de dezembro, com sessões de segunda a quinta-feira, sempre às 16h. A montagem tem o apoio da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
O espetáculo-performance é itinerante. A peça começa no edifício da SEL (Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo), um prédio histórico na Praça Antônio Prado, no Centro. Depois, o público é convidado para um trajeto até chegar ao local onde será construída uma estufa.
O romance Mrs Dalloway de Virgínia Wolf (1882-1941) norteia a construção da performance. O grupo se inspirou pela fábula de uma mulher de classe alta que sai pela cidade e ao fim do dia dá uma festa em sua casa. “O livro é também sobre olhar e ser olhado. Sobre o que vemos, como vemos e como somos vistos no emaranhando de corpos que desfilam pelos centros urbanos diariamente”, conta o diretor do grupo, Luiz Fernando Marques.
A obra se passa num dia na vida dessa mulher que decide ir comprar as flores para a festa que dará à noite. Ela caminha pela Londres do século 19 imersa em seus pensamentos, cruzando com outras pessoas também em seus próprios pensamentos, todos ligados por uma rede invisível, submersa, que os une. Estudantes, comerciantes, donas de casa, um homem que irá se matar, talvez a rainha, que passa num carro oficial, todas essas trajetórias individuais unidas na sincronicidade das horas. “Propomos assim, uma experiência de possíveis caminhos pela cidade de São Paulo do século 21, com suas contradições, sua frenética movimentação e todas as vidas individuais que se cruzam nesse espaço coletivo. Lembrando que é muito perigoso viver, por um só dia que seja”, explica a atriz Juliana Sanches.
A ideia de uma estufa, artificial e temporária, invasiva ao mesmo tempo que orgânica, aponta para o desejo de um diálogo físico e metafórico entre os artistas e o público, entre todos e a cidade. “Pretendemos sobretudo transformar o espaço do cotidiano em testemunho, em uma experiência vivida e compartilhada. Proporcionar um estado latente de presença diante de um ato, injetado artificialmente no hábito do cotidiano urbano”, fala Marques.
Ficha Técnica
Concepção, direção e performance: Janaina Leite, Juliana Sanches, Luiz Fernando Marques, Rodolfo Amorim e Ronaldo Serruya
Produção: Maria Carolina Dressler
Assistente de produção: Gabi Costa
Cenografia: Luiz Fernando Marques, Rodolfo Amorim, Ana Luisa Secco
Figurinos: Juliana Sanches
Contra regra: Roberto Oliveira
Provocadores do processo: Ricardo Siqueira, Rodrigo Munhoz, Francis Wilker
Preparação Corporal: Diogo Granato
Fotos, vídeos, mídias sociais e produção visual: Jonatas Marques
Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli
Intervenção Dalloway: Rio dos Malefícios do Diabo
Ponto de encontro: Edifício-sede da SELJ – Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo (antigo Banco de São Paulo)
Praça Antônio Prado, 9 – Centro, São Paulo.
Capacidade: 30 lugares
Duração: 90 minutos
Estreia dia 27 de novembro, segunda-feira, às 16h.
Temporada: Até 14 de dezembro
Segunda a quinta-feira, às 16h
Classificação etária: 12 anos
Ingressos: Grátis. Reservas de ingressos:
reservadalloway@gmail.com
Facebook / Grupo XIX de Teatro
O Grupo XIX de Teatro
Desde 2001 o Grupo XIX de Teatro desenvolve pesquisa autoral que deu origem aos espetáculos Hysteria, Hygiene, Arrufos, Marcha Para Zenturo (em parceria com o Grupo Espanca), Nada Aconteceu, Tudo Acontece e Tudo Está Acontecendo, Estrada do Sul (em parceria com o Teatro Dell’Argine) e Teorema 21. A exploração de espaços não-convencionais, a criação colaborativa e a relação direta com o público nas encenações são elementos constitutivos dessa trajetória. Todos os espetáculos seguem em repertório até hoje tendo sido apresentados em quase uma centena de cidades pelo Brasil e cinco países do mundo com as encenações realizadas em inglês, italiano e francês.
A partir de 2004, o grupo realiza uma residência artística na Vila Maria Zélia na Zona Leste de São Paulo. A “Vila” é hoje um espaço de pesquisa, difusão e formação que abriga projetos como os Núcleos de Pesquisa que acolhem anualmente cerca de cem artistas, além de diversos espetáculos e oficinas. Com esta ação contínua o grupo tem conseguido criar uma relação com o público da cidade de São Paulo que vai além de suas próprias peças e transborda o meio teatral fazendo parcerias com as áreas do cinema, das artes plásticas, dança, fotografia, arquitetura e história.
Este trabalho só é possível graças aos subsídios públicos com os quais o grupo vem contando de forma intermitente em sua trajetória. Em 2017, o grupo conta com o apoio da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo para o projeto A Estufa e Cidade.
Foto: Jonatas Marques
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