Tristorosa, romance de estreia de Eugen Weiss, é finalista do Prêmio Jabuti 2017

Lançado pela editora @link sob indicação do escritor e crítico literário Luiz Bras, o romance tem como mote o conflito de um pianista dividido entre a tradição herdada de sua família de concertistas e o desejo juvenil de ser afinador de instrumentos…

 

 

A 59ª edição do Prêmio Jabuti, o prêmio literário mais importante do Brasil, teve entre seus 10 finalistas Eugen Weiss, escritor italiano radicado no Brasil que lançou aos 70 anos o seu primeiro romance, Tristorosa. Publicado pela editora @link, o livro, com orelha assinada pelo escritor e crítico literário Luiz Bras, homenageia no título e na forma a valsa levemente sentimental para piano de Heitor Villa-Lobos.

Chamada também de novela-sonata, a obra de Eugen tem a estrutura formada por capítulos curtíssimos e alterações de ritmos pensados como se fossem ondas que se desenrolam em diferentes intensidades. A história se concentra em histórias amorosas de um pianista que prefere trabalhar como afinador de instrumentos. Escritor há cinco anos, Eugen se revela um autor de prosa simples. “Gosto da ideia de contar uma história, de pensar o tempo todo que haverá um leitor do outro lado e de usar a simplicidade ao meu favor”, diz. Antes publicado em antologias e publicações, Tristorosa é a primeira incursão de Eugen no gênero romance.

Engenheiro aposentado, o escritor nunca trabalhou diretamente com música, o que representou um dos maiores desafios na elaboração do livro. “A vivência do protagonista foi pedindo por essa aproximação com a obra do Villa-Lobos”, conta. A partir daí iniciou um processo amplo de pesquisa da obra do artista e dos termos próprios da área musical. O autor também ressalta a importância das oficinas de escrita criativa em sua trajetória como escritor. Eugen destaca as atividades coordenadas por escritores relevantes no cenário da literatura, como Marcelino Freire, Paulo Nogueira e Nelson de Oliveira. Tristorosa foi publicado em outubro de 2016 pela @link editora, idealizada e coordenada por Gláuber Soares.

Pelo Prêmio Jabuti, o romance de Eugen concorreu com A Tradutora (Cristovão Tezza), Como se Estivéssemos em Palimpsesto de Putas (Elvira Vigna), Descobri que Estava Morto (J. P. Cuenca), Machado ( Silviano Santiago) – romance vencedor do prêmio, O Marechal de Costas (José Luiz Passos), O Tribunal da Quinta-feira (Michel Laub), Outros Cantos (Maria Valéria Rezende), Simpatia Pelo Demônio (Bernardo Carvalho) e Soy Loco Por Ti America (Javier Arancibia Contreras).

 

Tristorosa

O primeiro detalhe que chama a atenção, em Tristorosa, de Eugen Weiss, é a estrutura formal: capítulos curtíssimos, prosa condensada, às vezes eliptíca, andamento ora moderato ora vivace, feito o desenrolar das ondas da praia.

Depois vem o detalhe profissional. O narrador-protagonista desta sinuosa novela-sonata é um concertista. O título inusitado dessa narrativa sobre amores complicados é uma incomum homenagem à Tristorosa, valsa levemente sentimental composta para piano por Villa-Lobos.

 

 

 

 

 

Editora @link
125 Páginas
R$ 35,00

 

 

Eugen Weiss
Eugen Weiss nasceu em Roma, na Itália, logo depois da segunda guerra. Refugiado e imigrante, chegou ao Brasil com seus pais. Participou de diversas antologias de contos, Tristorosa é o seu primeiro romance.

 

Editora @link e o editor Gláuber Soares
Jornalista e escritor, Gláuber Soares (48 anos, nascido em Itabuna, na Bahia) atuou em redações jornalísticas paulistanas no início dos anos 2000. Sempre conectado a uma interface do jornalismo que pudesse levá-lo à escrita literária, participou de oficinas de criação com escritores como Marcelino Freire e Luiz Bras – que o apresesentou a Eugen. Tristorosa é o primeiro título publicado pela @link que concorre a um prêmio literário.

Gláuber estreou em literatura com o livro de contos Remédio forte, publicado pela Terracota Editora em 2015. No ano seguinte, criou a @link editora, por onde publicou o seu primeiro romance, Face emplumada. O lançamento deste título aconteceu na Balada Literária, evento promovido anualmente pelo escritor e agitador cultural Marcelino Freire.

Com dez publicações de outubro de 2016 até agora (seis romances e quatro livros de contos), a @link é uma editora independente. Entre contos, romances e novelas apresentados em projetos gráficos de alta qualidade, o objetivo da editora é mostrar o Brasil sem se esquecer da conexão com o que se produz em literatura contemporânea no resto do mundo.

As três próximas publicações da @link são Desculpa a demora e outros contos, de Izilda Bichara, publicado em outubro de 2017; Às moscas, armas!, de Nelson de Oliveira e o novo romance de Gláuber Soares, Jardim Brasil, ambos a serem publicados no primeiro bimestre de 2018.

Foto destaque: Roberto Candido (reprodução do facebook) 

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