‘Aula Magna com Stálin’, uma sátira aos conflitos entre arte e poder da União Soviética, estreia em curta temporada no MASP Auditório no dia 06 de abril…
Ambientada no inverno russo, “Aula Magna com Stálin” se passa numa noite regada a cálices de vodka em que quatro figuras chave para a URSS se reúnem para discutir música: Stálin, Jdanov, seu mais fiel zelador de princípios artísticos, e os compositores Sergei Prokofiev e Dimitri Shostakovitch, interpretados respectivamente pelos atores Eduardo Semerjian, Luiz Damasceno, Carlos Palma e André Garolli.
Um espetáculo em dois atos. O primeiro, denso e dramático, carregado de opressão e violência. O segundo, uma sátira ao universo político e musical da União Soviética no ano de 1948.
Aula Magna com Stálin (Masterclass no original), do premiado romancista e dramaturgo britânico David Pownall foi escrita em 1982 e ganhou tradução de William Pereira em 1996, que também dirige a montagem.
Como nos lembra Edélcio Mostaço, crítico, ensaísta, dramaturgista e professor; ‘déspotas adoram malvadezas ao som de uma bela trilha sonora. Frederico II recebia Bach para jantares à luz de velas e ao som de um cravo bem temperado; Napoleão não dispensava acordes de Beethoven; Hitler costumava ouvir Wagner em seus momentos eufóricos e Stálin, o ditador soviético de origem georgiana, canções populares de sua terra natal.’
“Aula Magna com Stálin” é ambientada em janeiro de 1948, na véspera da realização do Primeiro Congresso de Compositores da URSS. O encontro entre o ditador soviético, seu encarregado de política cultural, Andrei Jdanov, e os compositores Serguei Prokófiev e Dmitri Shostakovitch aconteceu apenas na imaginação de Pownall. Tal imaginação, porém, foi solidamente amparada, nutrida e informada pelo contexto histórico da época.
Para o dramaturgo britânico, o que parecia atrair, desde o início, além dos conflitos entre arte e poder, era a simultaneidade de humor e horror presente na transcrição das atas do congresso de compositores da URSS: “Por um lado, aquelas atas eram de gelar o sangue, mas também faziam rir (…). Havia uma certa mistura de terror e zombaria… e eu imediatamente soube que queria escrever uma peça a respeito”, afirmou Pownall em entrevistas sobre seu texto de maior sucesso.
A encenação, por William Pereira
O espetáculo Aula Magna com Stálin de David Pownall é uma tragicomédia, mais comédia do que tragédia, e essa diferença de “tonalidade” entre os dois atos é acentuada, destacando toda a dramaticidade do primeiro ato e a comicidade do segundo.
A ação se desenvolve em um dos salões do Kremlin com um grande piano de cauda. Nesta encenação o espaço cênico é um arquivo com centenas de caixas onde são arquivados os dossiês, relatórios, fichas de todo o mundo artístico da União Soviética. Esse espaço uma espécie de repartição pública, bunker e almoxarifado de um Departamento de Propaganda e Agitação tão comuns em regimes totalitários é pano de fundo para uma grande discussão sobre os rumos da Arte, as ligações entre Arte e Política e engajamento e militância, a individualidade do artista confrontada com os deveres de Estado.
A linguagem realista do texto foi mantida, assim como a caracterização dos atores, para que se aproximem das figuras históricas retratadas: Stálin, Jdanov, Prokofiev e Shostakovitch.
A trilha sonora é composta por trechos das obras dos compositores-personagens, e música especialmente composta, utilizando-se procedimentos e características das obras de Prokofiev e Shostakovitch.
Ficha Técnica
Texto : David Pownall
Tradução : William Pereira
Direção, Cenografia e Trilha Sonora : William Pereira
Elenco : Eduardo Semerjian, André Garolli, Carlos Palma e Luiz Damasceno
Josef Stálin: Eduardo Semerjian
Andrei Jdanov: Luiz Damasceno
Sergei Prokofiev: Carlos Palma
Dimitri Shostakovich: André Garolli
Diretora Assistente : Angela Barros
Composições e Direção Musical : Miguel Briamonte
Diretor Musical Assistente : Marcel Baliero
Figurinos : Fabio Namatame
Iluminação : Caetano Vilela
Maquilagem : Eliseu Cabral
Alfaiate : Domingos De Lello
Peruca Stalin : Adriana Almeida
Programação Visual : Paulo Falzoni
Fotos e Video : Marcos Frutig
Assessoria de Imprensa : Adriana Monteiro
Operação de Luz : Sylvie Laila
Operação de Som : Tiano Andrade
Diretor de palco : Henrique Pina
Apoio de Palco e Camarins : Deoclécio Alexandre
Apoio Teórico e Texto do Programa : Irineu Franco Perpétuo
Coach de russo : Pedro Augusto Pinto
Assessoria Jurídica : Décio Alarcon
Assistente de Produção : Adriana Florence
Direção de Produção : Leopoldo De Léo Junior
Produção : LNW Produções Artísticas
Aula Magna com Stálin
MASP Auditório
Av. Paulista 1.578
Lotação: 374 lugares
Duração: 120 minutos, com intervalo de 15 minutos
Estreia sexta-feira, 6 de abril, às 21h
Temporada até 29 de abril
Sextas-feiras e sábados, às 21h
Domingos às 20h.
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00
Classificação etária: 16 anos
Horário de funcionamento da bilheteria:
Terça a domingo: das 10h às 17h30.
Quinta-feira: das 10h às 19h30.
Em dias de espetáculo nos Auditórios, a bilheteria funcionará até o horário de início da apresentação.
Venda pela internet: Ingresso Rápido
Venda call center: 4003 1212
Forma de pagamento:
Internet – crédito à vista.
Bilheteria – dinheiro, débito, crédito à vista e vale cultura.
Ar Condicionado
Estacionamento Conveniado
* Progress Park – Av. Paulista, 1636
Car Park – Al. Casa Branca, 41 *verificar horário de funcionamento
O autor David Pownall, por Irineu Franco Perpétuo
Nascido em Liverpool, em 1938, Pownall teve uma trajetória inicialmente ligada ao mundo corporativo, trabalhando na Ford Motor Company, na Inglaterra, e na companhia de mineração Anglo American PLC, em Zâmbia (África), na década de 1960. De volta ao Reino Unido, nos anos 1970, resolveu dedicar-se integralmente ao teatro, fundando a companhia itinerante Plaines Plough, e criando peças premiadas como “Music to Murder By” (1976) e “Richard III, Part Two” (1977), dentre outras.
“Stálin e Prokofiev debatendo o futuro da música russa pode não parecer muito uma ideia para uma peça”, escreveu o crítico Dan Sullivan, do Los Angeles Times, em 1987, sobre uma produção do espetáculo. O artigo prosseguia: “Mas espere até você ver o que o dramaturgo britânico David Pownall faz com ela em ‘Aula Magna com Stálin.”
A mescla de informação histórica, humor e drama fez de ‘Aula Magna com Stálin’ (Master Class, 1983) uma das obras de maior sucesso de Pownall – a ponto de render um livro do autor, “Writign Master Class” (Oberon Books, 2013), dedicado exclusivamente a descrever o processo de criação da peça.
Em entrevista ao jornal “The Seattle Star”, em 2012, Pownall conta que a gênese da peça ocorreu também em meio a muito álcool: “Na verdade, ela começou com um homem chamado a Julian Lee, que chegou a Lancashire, vindo do Canadá. Em suas próprias palavras, ele era ‘um ex-compositor de sucesso’. Era um homem que bebia muito, bastante, bastante inteligente, mas que virava a cara para qualquer ideia de sucesso. Ele decidiu que ia me educar em música. Era um músico muito bom. Então a gente se sentava com uma bebida e ele me ensinava música. Eu estava usando muita música naquela época, no teatro, mas isso era novo. Julian estava sempre por lá e sempre assistindo, uma pessoa muito construtiva. Ele me deu um livro que tinha a ver com Gesualdo, chamado ‘Carlo Gesualdo: Músico e Assassino’. Um tesouro que ele conservava há muito tempo, e que me deu com a finalidade expressa de que eu escrevesse uma peça. Foi o que fiz, e funcionou. Daí ele me deu um segundo livro, o relato de um correspondente da BBC da conferência dos músicos na União Soviética, em 1948, em Moscou, com as minutas do encontro. Um livro bem fino. Ele calculava que eu também seria sensível a ele, que nesse livro, assim como no outro, havia algo a que eu poderia corresponder. Foi assim que começou. Levei muitos anos, porque estava fazendo outras coisas. Tive que ir à Rússia, em 1978, como parte disso. Muitas aventuras! Eventualmente me levou a muitos lugares diferentes pelo mundo, pois se tornou parte de um grande movimento político, durante o colapso do império soviético. Muitos grupos queriam fazer a peça, por causa da história que contava, mas também pelo elemento cômico. É muito popular em todos os países escandinavos, Estônia, Hungria, Tchecoslováquia… todos aqueles lugares que estavam se libertando, enquanto, alguns anos antes, sob os regimes anteriores, estaria fora de questão”.
As bebedeiras com Lee renderam, assim, várias peças com temática musical – além de Gesualdo, Prokófiev e Shostakóvitch, Pownall também dramatizaria a existência do ícone britânico Edward Elgar (1857-1934). O autor também é um dos devotos mais apaixonados e criadores de drama de rádio nos últimos 50 anos, tendo escrito mais de oitenta e três peças para o rádio.
Eduardo Semerjian
Em 2018, Semerjian comemora 28 anos de carreira atuando ao lado de Paulo Autran, Thiago Lacerda, Maria Fernanda Cândido, Denise del Vecchio e Camila Morgado. Eduardo também coleciona uma participação especial na série ‘Sense8’ da Netflix
Destaque na minissérie Maysa, escrita por Manoel Carlos sob a direção de Jayme Monjardim, da TV Globo, Eduardo Semerjian, que deu vida a André Matarazzo, marido da protagonista em 2009, integra o elenco de quatro produções: ‘Rio Heroes’ pela Fox, ‘O Negócio’ pela HBO, ‘Rotas de Ódio’ pelo Canal Universal e ‘Aventuras de Poliana’ pelo SBT.
Pelo Fox Premium, Semerjian está em cartaz no seriado baseado em fatos reais, ‘Rio Heroes’, quartas, às 21h, como Ivan, o presidente da Federação de MMA.
Na última temporada da aclamada série produzida pela HBO, ‘O Negócio’, aos domingos, na faixa das 21h, que acompanha a trajetória de quatro garotas de programa de luxo que se destacam na elite paulistana, Semerjian é Cesar Moritz, ex-professor de esgrima da protagonista Karin (Rafaela Mandelli) desde a 1ª temporada, e atual gerente do Clube Blue, do qual as protagonistas são sócias.
No Canal Universal, Eduardo completa o time de ‘Rotas do Ódio’, domingos, às 23h, uma produção entre a Panorâmica, a Modo Operante e a NBCUniversal International Distribution. O ator interpreta Ralph Zooter, advogado reconhecido e pai de Guilherme Zooter (André Bankoff), a quem vai defender juridicamente.
Já pelo SBT segue gravando a nova novela escrita por Iris Abravanel, ‘As Aventuras de Poliana’, como Salvador.
Em 2018 o ator, de origem Armênia, completa 28 anos de trajetória artística e, no teatro, atuou ao lado de Paulo Autran, Thiago Lacerda, Maria Fernanda Cândido, Denise del Vecchio e Camila Morgado.
Eduardo também coleciona uma participação especial na série ‘Sense8’ da Netflix.
Eduardo Semerjian integra em 2018 o elenco de quatro produções inéditas na TV: Séries pela Fox, HBO e Canal Universal e uma novela pelo SBT.
Fotos: Divulgação
Foto Eduardo Semerjian: Heloisa Bortz
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