Contadores de Mentira se apresentam na Funarte

Contadores De Mentira aborda Canudos, Antonio Conselheiro, Medeia, Candomblé e Orixás da Cultura Afro Brasileira na Funarte em São Paulo…

 

 

 

 

O grupo Contadores de Mentira apresenta, até dia 24 de junho de 2018, o espetáculo de seu repertorio, Curra-Temperos Sobre Medeia (2008), duas demonstrações de trabalho, Pensar com os Pés e Rito de Partilha, e uma roda de conversa sobre Intolerância Às Culturas Afro-Brasileiras, com representantes de terreiros, pesquisadores da cultura afro e artistas. Todas as atividades são realizadas na Funarte São Paulo, e todo o projeto foi contemplado pela Fundação Nacional das Artes – FUNARTE no Edital de Espetáculos de Artes Cênicas e Música/2018.

Espetáculo – Curra-Temperos Sobre Medeia, o grupo se baseia nas tradições do corpo encontrado nos ritos profanos, nos brincantes populares e nas tradições do Candomblé e nos muitos Orixás da Cultura Afro Brasileira. Nesse espetáculo, uma cozinha funciona durante todo o tempo, provocando relações sensoriais em que a dança, a comida e a música celebram o mito da Medeia. Jasão é um orixá recebido pelo corpo de um cozinheiro. Medeia tem a força de Iansã e Glauce a beleza de Oxum.

São duas demonstrações de trabalho que o grupo traz para o público paulistano: Pensar com os Pés (14 de junho, às 20h30) é uma demonstração coletiva do grupo, uma partilha com o espectador sobre o processo de construção dos espetáculos, as pesquisas, os mergulhos e enfrentamentos do “Teatro de grupo”. É a intimidade da sala de treinamentos e ensaios, aberto ao público. Rito de Partilha (21 de junho, às 20h30) é a demonstração de trabalho de Daniele Santana, artista do grupo Contadores de Mentira, que estreou o espetáculo homônimo em Quito, no Equador, em 2015. Em janeiro de 2017, a atriz passou a integrar a rede de Magdalena Project – Rede Mundial de Mulheres do Teatro – em Santa Clara – Cuba. Nesta demonstração, a atriz compartilha com o público traços de uma construção artística desenvolvida pelo grupo, um Teatro de Metáfora, Rito e Celebração.

Histórico – O Grupo Contadores de Mentira nasceu em 1995 na cidade de Suzano, onde desde 2012 mantém também uma sede física o “Teatro Contadores de Mentira”. Há 23 anos produzem projetos, espetáculos, festivais, encontros, e, sobretudo, um diálogo de sobrevivência, crescimento, articulação e atitude entre cidadania e cultura.

Existem e resistem, fora do grande centro – trabalhando no fluxo contrário ao pensamento de que apenas os grandes centros são produtores de cultura – propondo novos espaços e novos olhares para um teatro voltado aos ritos, à pesquisa de linguagens, e à construção de identidade. Embasam seus trabalhos nos estudos do Teatro Antropológico, firmando suas pesquisas em três eixos: metáfora, rito e celebração. Buscam nos povos e em suas manifestações populares, o viveres para suas criações.

Há nos Contadores de Mentira uma natureza de criação que evoca quase sempre seus ancestrais. ‘Quase sempre partimos da natureza histórica, tentando desenterrar ossos que nos possam sustentar ao longo do processo de criação. Não temos pressa e não isolamos um trabalho do outro. É um caminho que liga um percurso ao outro, dando continuidade e transformando a obra ao longo dos anos.’

 

 

Contadores de Mentira
Funarte São Paulo
Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos
Tel.: 11 3662-5177
Até 24 de junho de 2018
Programação

De 15 a 24 de junho
Curra-Temperos Sobre Medeia
Sextas e sábados, às 20h30 e domingos, às 19h30
Duração: 80 minutos
Recomendação: 14 anos
Ingresso:
R$ 20,00
R$ 10,00 (meia)
Ingressos online: Sympla

Curra-Temperos Sobre Medeia é uma celebração afro sobre o mito clássico. Um terreiro, uma arena, um banquete. Bebida, comida e pés descalços para celebrar o efêmero. Este espetáculo faz parte de um caminho antropológico iniciado em 1995 pelo grupo. É baseado nas tradições do corpo encontrado nos ritos profanos, nos brincantes populares e nas tradições do candomblé e mitos Orixás da Cultura Afro Brasileira. No espetáculo, o público não é apenas expectador, é convidado para um “outro lugar”. Uma cozinha funciona durante todo o tempo provocando relações sensoriais onde a dança, a comida, a música celebram o mito da Medeia. Jasão é um orixá recebido pelo corpo de um cozinheiro. Medeia tem a força de Iansã e Glauce a beleza de Oxum. Creonte, senhor daquele terreiro exige o seu direito à propriedade enquanto crianças “Erês” cegas decidem o futuro da mãe.
Ficha Técnica: Direção e Dramaturgia: Cleiton Pereira / Atuadores: Cleiton Pereira, Daniele Santana, Kaique Costa, Narany Mireya, Pâmela Carmo, Samuel Vital, Soraia Amorim/ Direção Musical, Criação Musical e música ao vivo: Michael Meyson / Iluminação: Matheus Borges

 

Demonstrações de Trabalho

14 de junho, quinta, às 20h30
Pensar com os Pés
Duração: 80 minutos
Indicação: livre
Grátis
É a demonstração coletiva do grupo, onde são compartilhados pontos como direção, dramaturgia do ator, construção de cena e dramaturgia do espectador. Também são partilhadas técnicas e experiências no campo das energias, expressividade e pré-expressividade. Neste trabalho o grupo partilha com o espectador o processo de construção, as pesquisas, os mergulhos e enfrentamentos que fazem parte do “Teatro de grupo”. É a intimidade da nossa sala de treinamentos e ensaios, aberto ao público.

Atuadores: Cleiton Pereira, Daniele Santana, Kaique Costa, Matheus Borges, Narany Mireya, Samuel Vital / Direção: Cleiton Pereira/ Iluminação: Matheus Borges

 

 

21 de junho, quinta, às 20h30
Rito De Partilha
Duração: 80 minutos
Indicação: livre
Grátis

Rito de Partilha é a demonstração de trabalho da atriz Daniele Santana do grupo Contadores de Mentira e estreou em Quito no Equador no ano de 2015. Em janeiro de 2017 integrou a rede de Magdalena Project – Rede Mundial de Mulheres do Teatro – em Santa Clara – Cuba. Nesta demonstração, a atriz compartilha com o público traços de uma construção artística desenvolvida pelo grupo, um Teatro de Metáfora, Rito e Celebração. Este trabalho traz por meio de recortes de cenas, exercícios cênicos, a dramaturgia física do grupo, às vezes estranho à formação tradicional de atores. De modo a celebrar um tema e não apenas interpretá-lo na dramaturgia da razão. Partilhar experiências como essa é também uma forma de expansão criativa, uma maneira de estabelecer ainda mais a relação entre ator, teatro, obra e público.
Atuação: Daniele Santana / Direção: Cleiton Pereira/ Iluminação: Matheus Borges

 

 

Rodas de Conversa

20 de junho, quarta, às 20h30, Grátis
Intolerância às Culturas Afro-Brasileiras
*Presença de representantes de Terreiros, pesquisadores da cultura afro e artistas.

 

Foto: Divulgação

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