Em cartaz no Teatro Vivo, com sessões às terças-feiras às 20h, o espetáculo Pousada Refúgio tem a temporada prorrogada até 20 de novembro…
Com direção de Pedro Granato e texto de Leonardo Cortez, o elenco traz Daniel Dottori, Glaucia Libertini, Maurício de Barros e Tatiana Thomé, além do próprio autor da peça.
O espetáculo acaba de ser indicado ao Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) em duas categorias: Melhor Dramaturgia e Melhor Ator (Mauricio de Barros) e, ao Prêmio Shell de Teatro, na categoria Melhor Autor.
A trama apresenta dois casais que desejam construir um recanto no meio da natureza para fugir de suas várias crises. Durante um jantar para festejar a maquete da Pousada Refúgio, a realidade ameaça destruir o sonho do grupo. Nesse apartamento hipster, uma série de verdades sobre aquelas relações deterioradas ficam mais evidentes à medida que os convidados consomem bebidas alcoólicas.
Esse desmoronamento dos sonhos e slogans publicitários prontos para uma vida melhor coloca em choque universos em busca de harmonia. Para tratar de todas essas questões, o elenco tem um trabalho intimista ao expor pouco a pouco o ridículo da nossa tragédia. A situação se passa como um plano sequência, em que a ação acontece em um único espaço e em tempo real, sem elipses ou saltos.
A maquete representa o depósito de todos os sonhos dos casais. “Em um apartamento de classe média, focado em eletrodomésticos, adega, varanda gourmet, temos ali no centro um pedacinho de paraíso, cheio de verde, de coisas rústicas. É como quando você vai escolher uma viagem para suas férias e imagina um lugar lindo para onde gostaria de fugir. A ideia é trazer para a peça o contraste entre o que as pessoas idealizam e sonham com o que é a vida delas”, explica Granato.
As principais referências para a encenação são a própria realidade do Brasil e as pessoas com as quais o espectador convive diariamente. “Estamos falando da classe média, do amigo desempregado, dos amigos que têm filhos e veem o casamento entrar em crise, da frustração com a profissão, do desânimo provocado pelas crises econômica e política. O que eu acho mais legal é sair desse universo do teatro autorreferente, que só revisita textos clássicos, para falar sobre como as pessoas vivem hoje no país”, diz.
Esse desejo escapista, ainda segundo o diretor, revela uma dificuldade das pessoas para encarar seus problemas de frente. “Acho que um traço de personalidade do Brasil é essa baixa autoestima, essa ideia de que o país nunca vai dar certo. Alternamos entre o país do futuro e o país do eterno passado; raramente é do presente”, esclarece.
A cenografia e o figurino adotam como referência estética a moda hipster de roupa, de restaurantes, de comida natural, um universo que, de acordo o diretor, “contaminou até os mais playboys”. “As pessoas querem ser orgânicas em uma cidade extremamente poluída, campeã de doenças respiratórias. Quanto isso é tapar o sol com a peneira? Quanto queremos nos enganar de que temos uma vida sustentável em uma estrutura insustentável? Eu acho que o texto discute isso”, acrescenta.
Ficha Técnica
Direção: Pedro Granato
Dramaturgia: Leonardo Cortez
Elenco: Daniel Dottori (Ronaldo), Glaucia Libertini (Walkiria), Leonardo Cortez (Zé Carlos), Maurício de Barros (Pardela) e Tatiana Thomé (Cleide)
Iluminação: Beto de Faria
Figurinista: Marichilene Artisevskis
Assistência de Direção e Cenografia: Diego Dac
Assistente de cenografia: Paulo Viel
Cenotécnico: José Roberto Tomasim
Fotos: Ana Alexandrino
Logomarca do Espetáculo: Lucas Sancho
Produção: Contorno Produções e Pequeno Ato
Direção de Produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez
Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli
Apoio: Rick Cuckierma e Brechó Frou Frou Vintage
Pousada Refúgio
Teatro Vivo
Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 – Vila Cordeiro
Tel.: (11) 3279-1520
Capacidade: 274 lugares
Duração: 80 minutos
Temporada: Até 20 de novembro
Terças-feiras, às 20h
Ingressos: R$ 40,00
Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos.
Horário da Bilheteria: De terça a quinta: das 14h às 20h*. De sexta a domingo: das 14h até o início da peça. Fechado em horário de almoço: de terça a sábado, das 16h às 17h; no domingo, das 15h às 16h.
Estacionamento no local: R$ 20,00
Fotos: Ana Alexandrino
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