A MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo apresenta sua 6ª Edição

A MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo apresenta a programação da sexta edição para os eixos que guiam suas ações: Mostra de Espetáculos, MITbr – Plataforma Brasil, Ações Pedagógicas e Olhares Críticos. A Mostra acontece de 14 a 24 de março de 2019, em diversos espaços da cidade de São Paulo e traz artistas de vários países como Bélgica, Brasil, Chile, Congo, Itália, Reino Unido e Suíça…

 

 

 

 

A sexta edição da MITsp tem apresentação do Ministério da Cidadania e Itaú, realização da Olhares Instituto Cultural, ECUM Central de Produção, Itaú Cultural, Sesc São Paulo e correalização da Secretaria de Cultura e Economia Criativa – Governo do Estado de São Paulo, Prefeitura Municipal de São Paulo, Sesi-SP, Consulado Geral da França, Instituto Francês no Brasil, Pro Helvetia, Consulado Geral da República Federal da Alemanha em São Paulo, Goethe-Institut, British Council, Cultura Inglesa, Instituto Italiano de Cultura de São Paulo; patrocínio Sabesp; copatrocínio ASUS e Porto Seguro.

Serão nove montagens internacionais e dez nacionais, além de três estreias durante a programação. A Repetição. História(s) do Teatro (I) [La Reprise. Histoire(s) du Théâtre (I)], dirigido pelo suíço Milo Rau, artista internacional em foco da edição, abre o evento no dia 14 de março no Auditório Ibirapuera – o espetáculo teve grande repercussão no 72° Festival de Avignon, na França, e foi considerada uma das melhores montagens de 2018 pelo New York Times. À frente de uma central de criação multimídia, o International Institute of Political Murder, Rau também traz ao Brasil outras duas obras, Cinco Peças Fáceis (Five Easy Pieces) e Compaixão. A História da Metralhadora (Compassion: The History of the Machine Gun).

Vencedor do European Theatre Prize, Milo Rau se tornou um dos mais importantes diretores teatrais da atualidade ao colocar em cena trabalhos que unem teatro, cinema e documentário.

Outro destaque da Mostra é o grupo inglês Forced Entertainment. Com trinta anos de existência e vencedor do Prêmio Ibsen do Teatro, em 2016 (equivalente ao Prêmio Nobel para o teatro), a companhia apresenta no Brasil Mágica de Verdade (Real Magic). Compõem ainda a programação, O Alicerce das Vertigens (Les Socles de Vertiges), do congolês Dieudonné Niangouna; MDLSX, do italiano Motus; e Partir com Beleza (Finir en Beauté), de Mohamed El Khatib.

Da América Latina, participam desta edição Democracia, com direção de Felipe Hirsch e elenco chileno, uma parceria entre o Festival Santiago a Mil e a MITsp; e Paisagens para Não Colorir, dirigido por Marco Layera – diretor de umas das mais conhecidas companhias chilenas, La Resentida.

Três estreias de artistas brasileiros estão na programação da MITsp 2019, com trabalhos de experimentação cênica e diálogo com questões do Brasil atual: Manifesto Transpofágico, de Renata Carvalho; A Boba, de Wagner Schwartz e Altamira 2042, de Gabriela Carneiro da Cunha.

Esta edição da MITsp traz a consolidação da MITbr – Plataforma Brasil, programa lançado em 2018 como projeto-piloto, e este ano contempla espetáculos de vários estados brasileiros. Programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras, a ação lançou uma convocatória em agosto de 2018 para selecionar trabalhos nacionais. Foram 464 inscritos de 19 estados brasileiros. Com curadoria de Felipe de Assis, Sonia Sobral e Welington Andrade, os dez espetáculos selecionados cumprem a proposta de investigação cênica lado a lado com o compromisso de lançar perguntas sobre nosso tempo. Os grupos/artistas serão convidados a se apresentar para programadores de festivais nacionais e internacionais – um passo importante para a expansão do reconhecimento das artes cênicas brasileira no cenário internacional, fomentando sua circulação e visibilidade.

A MITbr – Plataforma Brasil terá como artista nacional em foco a coreógrafa e bailarina Marta Soares, que apresentará Vestígios. Com mais de 20 anos de carreira, é vencedora de quatro prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

 

MITsp: diálogos, investigações cênicas e extensões

Em seis anos consecutivos, Antônio Araújo (Teatro da Vertigem) e Guilherme Marques (Ecum – Encontro Mundial das Artes Cênicas), idealizadores da MITsp – diretor artístico e diretor geral de produção, respectivamente – mantêm e ampliam a ideia original de reunir em um festival espetáculos de impacto na experimentação e na investigação da linguagem cênica.

Nesta sexta edição da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a curadoria dos trabalhos apresentados e as propostas nos eixos Mostra de Espetáculos, Ações Pedagógicas, Olhares Críticos e MITbr – Plataforma Brasil seguem privilegiando novos olhares para a cena e diálogos a partir das questões que circundam esse fazer artístico. As montagens internacionais convidadas para 2019 são todas inéditas em São Paulo e trazem artistas de diversos países.

As discussões propostas por espetáculos reverberam nos eixos Ações Pedagógicas e Olhares Críticos.

Com curadoria de Luciana Romagnolli e Daniele Ávila Small, Olhares Críticos coloca em evidência, entre as ações já confirmadas nas Reflexões Estético-Políticas o tema O estatuto da arte no Brasil contemporâneo: silenciamentos, interdições e insubordinações. Completam ainda ações previstas: os Diálogos Transversais, o Pensamento-em-Processo, o Espaço de Ensaios e a Prática da Crítica.

Performatividades políticas – mobilizando corpos, poéticas e práticas é o tema que guia as Ações Pedagógicas, com curadoria de Maria Fernando Vomero. O eixo prevê a indagação sobre poéticas e práticas decoloniais numa cena ampliada, que borra as fronteiras artísticas e políticas, e abre espaço para a questão: que lugar ocupo com meu corpo no hoje e no agora?

Dentro dessa perspectiva, este ano, a MITsp também integra o Núcleo dos Festivais de Artes Cênicas do Brasil: plataforma de contato entre o Brasil e o Mundo. O projeto A Nova Dramaturgia Francesa e Brasileira, prevê tradução, publicação, leitura dramática e lançamento de oito textos de cada país em eventos e salas de espetáculos da França e do Brasil.

O dramaturgo brasileiro Gabriel F. é o responsável pela tradução e direção da leitura dramática de C’est la vie, de Mohamed El Khatib, com os atores Isabel Teixeira e Marat Descartes.

 

Mostra de Espetáculos
MITsp – Espetáculos internacionais e estreias

Um dos mais importantes nomes do teatro documental da atualidade, o diretor Milo Rau nasceu em Berna, na Suíça. Estudou sociologia e foi pupilo de Tzvetan Todorov e Pierre Bourdieu, formação com influência em seu modo de pensar e fazer teatro. Seus trabalhos carregam uma forte carga política, baseados em testemunhos e reconstruções de histórias verdadeiras, e utilizam uma linguagem multimídia na cena que funde teatro, cinema e documentário. À frente do Instituto Internacional de Assassinatos Políticos (IIPM) e desde o ano passado diretor do NTGent, na Bélgica, Milo Rau é vencedor de vários prêmios na Europa, e sua obra reflete sobre crimes e violência em nosso tempo.

A Repetição. História(s) do Teatro (I) foi a produção que “dominou as conversas” na última edição do Festival de Avignon, na descrição do jornal New York Times. A peça investiga o fazer teatral a partir da recriação de um caso de assassinato ocorrido em Liège, na Bélgica, em que um jovem homossexual foi torturado e morto por um grupo de garotos. Diante de câmeras, cada um dos atores profissionais e amadores da peça relatam fatos da história como se participassem de uma audição.

Milo Rau está interessado em colocar questões e pensar sobre a morte. O que há no começo de um crime? Intenção ou coincidência? Qual o papel do público? Qual é a culpa do coletivo? Um crime pode ser reconstruído? E quem vai estar no palco? São perguntas que circundam a peça. Quatro atores, Sara De Bosschere, Sébastien Foucault, Johan Leysen e Tom Adjibi, e dois amadores Fabian Leenders e Suzy Cocco, seguem as pistas desse crime capital, falando de perda e pesar, mentira e verdade, desastre e medo, crueldade e terror. A mesma matéria do New York Times destaca a atuação do elenco. “O crédito deve ir para o elenco extraordinário, especialmente os amadores que se misturaram perfeitamente: Suzy Cocco é de tirar o fôlego como mãe de Ihsane, enquanto Fabian Leenders, faz com sutileza um dos assassinos.” O mesmo jornal considerou A Repetição como um dos dez melhores espetáculo de 2018.

Em Cinco Peças Fáceis, Milo novamente se debruça sobre uma série de crimes ocorridos na Bélgica. Nessa peça, que faz referência à obra do compositor Igor Strawinsky, que escreveu sua “Five Easy Pieces” como uma ferramenta educacional para ensinar seus filhos a tocar piano. Outra referência são sete performances feitas por Marina Abramović, em 2015, chamada “Seven Easy Pieces”, no Museu Guggenheim. Milo Rau narra sua história em cinco cenas e, como Strawinsky, tem como protagonistas crianças e adolescentes de 11 a 15 anos. Em cena, elas retomam a biografia do criminoso Marc Dutroux para esboçar uma breve história da Bélgica e refletir a (re) apresentação de sentimentos humanos no palco. Os jovens atores representam diferentes papéis e entendimentos de cada um: um policial, o pai de Marc Dutroux, uma das vítimas ou os pais de uma menina morta por Dutroux.

O espetáculo, que se posiciona de forma bastante crítica em relação à violência sexual contra menores, reflete sobre o tema, colocando questões estéticas, teatrais e morais: como as crianças podem entender o real significado da narrativa, da empatia, da perda, da sujeição, da velhice, do desapontamento ou da rebelião? Em particular, o que isso diz sobre nossos próprios medos e desejos? Como em todos os trabalhos, as respostas para essas perguntas também geram uma experiência de confronto.

Para criar Compaixão. A História da Metralhadora, Rau e sua equipe viajaram para os pontos críticos do nosso tempo: as rotas mediterrâneas de refugiados do Oriente Médio e as zonas de guerra civil na África. Com duas atrizes em cena, por meio de texto semidocumental, a peça, irônica e ácida, coloca o dedo na ferida da Europa no seu modo de enxergar a colonização e na sua atuação ‘salvadora’. Foi baseada em entrevistas com trabalhadores de ONGs, clérigos e vítimas de guerra na África – como o genocídio de Ruanda – e na Europa.

Rau discute em cena as razões da compaixão e da falta de empatia. Como suportamos a miséria dos outros e por que a assistimos? Por que uma pessoa morta nos portões da Europa supera milhares de pessoas mortas nas zonas de guerra civil congolesas? Compaixão não apenas contempla os limites de nossa compaixão, mas também os limites do humanismo europeu.

O ator e diretor congolês Dieudonné Niangouna também parte de uma história de guerra em O Alicerce das Vertigens. Nascido em 1976 em Brazzaville, Niangouna tinha 17 anos quando eclodiu a primeira guerra civil no Congo. Como outros civis, fugiu pelo território e escapou de execuções de exércitos rivais. Seu teatro é marcado por sua história. Com cinco atores em cena, O Alicerce conta a trajetória de dois irmãos, Fido e Roger, um legítimo e outro renegado, e se passa nos bairros mais desfavorecidos de sua Brazzaville natal.

Os dois protagonistas partem da morte de seu pai para se voltar ao amor de Diane, a moça que escolheram amar. Entre a guerra, a máfia e a violência, eles precisam ouvir o silêncio da mãe, que tardiamente revela um segredo sobre os seus nascimentos. A narrativa é utilizada como uma metáfora para retratar as consequências da herança colonizadora no país do Congo. O Alicerce das Vertigens é o primeiro espetáculo de uma trilogia, composta por Shéda e Nkenguegi, que falam sobre a crise dos imigrantes e, sobretudo, da dificuldade do acolhimento deles em outros países.

Outro trabalho de destaque, Democracia, com direção do brasileiro Felipe Hirsch, obra especialmente preparada para a edição de 2018 do Festival Santiago a Mil, para comemoração dos 25 anos do evento, coprodução com a MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a Fundação Teatro a Mil e o Teatro da Universidade Finis Terrae. Inspirada nos textos de Alejandro Zambra e com atores chilenos, a montagem trata das conquistas íntimas, sociais e políticas que esse sistema teve na sociedade chilena. Com cenário de Daniela Thomas, a crítica local apontou a ousadia do olhar de Hirsch. “Democracia é o segundo trabalho com o qual o brasileiro Felipe Hirsch veio mostrar por que ele foi elogiado e honrado como o mais brilhante inovador teatral de seu país”.

Tópicos como a educação, os traços da ditadura, a transição democrática, a desigualdade, a ética e até a família estão em cena. Brincalhão, mordaz e crítico, este jogo nada mais é do que a jornada crítica de uma geração que carrega os sonhos, medos e frustrações do Chile de hoje.

Também do Chile, Paisagens para Não Colorir, dirigido por Marco Layera, foi resultado de um longo processo de criação realizado com onze adolescentes chilenas entre 13 e 17 anos. A partir dos seus depoimentos pessoais, que envolvem questões relativas aos preconceitos, sexualidade e violência, o espetáculo cria uma sensível e reveladora experiência para o espectador. Acompanhamos seus relatos de temores, desejos, vulnerabilidades, todos baseados em histórias reais por elas vividas. Presenciamos também seus posicionamentos e lutas diante de um mundo adulto que insiste em não lhes dar voz. O espetáculo foi um dos grandes destaques da última edição do Festival Santiago a Mil, em janeiro de 2019, não apenas pela originalidade da proposta, mas também pela força emocional que provoca.

Como em Cinco Peças Fáceis, Paisagens traz à tona problemas que são invisíveis ou silenciados pela sociedade, dá voz a segmentos vulneráveis, sensibilizando o público para temas complexos e ainda não suficientemente discutidos.

Com mais de trinta anos de existência, o grupo inglês Forced Entertainment é considerado um dos mais importantes coletivos britânicos, reinventando o teatro para falar do tempo em que vivemos. Prova de sua importância foi o Prêmio Ibsen, recebido por sua trajetória em 2016. Para esta edição da MITsp, o grupo apresenta Mágica de Verdade.

Com três atores em cena, a peça cria um game show, em que precisam acertar a resposta de uma única pergunta. A peça trabalha com um mundo de absurdas desconexões, lutas e repetições cômicas. Ao som de aplausos e gargalhadas pré-gravadas, um grupo de intérpretes revisita incessantemente momentos de derrota, esperança e antecipação. Preso em um mundo de segundas chances e segundos palpites, variações e mudanças, distorções e transformações, o Mágica de Verdade leva o público a uma jornada alucinatória, criando um desempenho convincente sobre o otimismo, a vontade individual e o desejo de mudança. Sobre o espetáculo, uma crítica do The Guardian escreveu: “As intermináveis perguntas vão direto ao topo do projeto, arrancando complexidade infinita de três artistas, seis palavras, uma infinidade de expressões faciais e o mesmo cenário repetido várias vezes… É diabolicamente simples e intrincado.”

Da Itália, a performance de Silvia Calderoni, do grupo Motus, lança um olhar para sua própria história para falar sobre identidade, androgenia, dor e aceitação, na peça MDLSX. Seu passado é contado através de fotografias e imagens caseiras antigas projetadas a partir de um vídeo na parte de trás do palco. Nos filmes antigos de Calderoni, ela é uma menina que esconde o rosto atrás de um cabelo curto. Mas, quando ela se torna adolescente, ficando mais alta do que a maioria de seus colegas e não se desenvolvendo da maneira usual, ela enfrenta uma grande questão: ela é um menino ou uma menina?

Ficção e realidade se encontram nesse eletrizante MDLSX: uma bomba de som, lisérgica, e um hino solitário à liberdade de ser diferente a partir dos limites do corpo, cor da pele, nacionalidade imposta, territorialidade forçada de pertencer a uma pátria. “Calderoni é selvagem, talentosa e carismática o suficiente para prender a atenção do público durante os 80 minutos”, escreveu uma crítica do The Guardin sobre esse trabalho.

Outro solo em destaque na Mostra é Partir com Beleza, de Mohamed El Khatib. A partir de entrevistas, e-mails, textos, documentos administrativos e outras fontes “reais”, o autor/ator (re)constrói, sozinho no palco, a história da dor pela morte de sua mãe. Um trabalho de memória, em uma espécie de diário escrito, que revista lugares e paisagens de um tempo. Uma conversa íntima com autor, sem deixar de lado o fazer teatral.

No palco, há apenas duas caixas, uma das quais suporta uma tela de televisão – que nos mostra poucos segundos de sua mãe já hospitalizada. Apesar da tristeza, há momentos de humor, histórias e muitas idas e vindas entre a França e o Marrocos. Partir com Beleza foi transformado em livro. Com a edição, Mohamed El Khatib venceu o Grand Prix de littérature dramatique em 2016.

Completam a programação três estreias nacionais: Manifesto Transpofágico, A Boba e Altamira 2042, que colocam em cena apontamentos que afloram no Brasil.

Manifesto Transpofágico, de Renata Carvalho, narra uma história da corporeidade travesti. Um Manifesto Trans feito e escrito por uma pessoa trans, uma antropofagia trans, uma “Transpofagia”. A peça narra o nascimento desses corpos, mostrando a construção social e a criminalização que os permeia, do imaginário à concretude. Corpos nomeados, expostos na vitrine ou em caixas. Um corpo observado que, neste encontro entre travestis e cisgêneros, quer que aconteça a humanização e naturalização.

Altamira 2042, de Gabriela Carneiro da Cunha, é uma instauração cênico-ritual criada a partir da escuta do testemunho do rio Xingu sobre a barragem de Belo Monte. Aqui todos os testemunhos falam através de um mesmo dispositivo ‘techno-xamânico’: caixas de som e pen-drives. Cada caixa de som porta uma voz escutada nas margens do Xingu: ribeirinhos afetados pela barragem, povos indígenas, lideranças de movimentos sociais, moradores de Altamira, funcionários do governo Federal e de instituições socioambientais, a mata, os animais da região, o vento, a chuva, até o próprio rio Xingu: uma polifonia de seres, línguas, sonoridades e perspectivas.

Wagner Schwartz, a partir do quadro A Boba, (1915-1916) de Anita Malfatti, criou seu trabalho de mesmo nome. A obra de Mafaltti teve uma dura repercussão crítica no Brasil quando foi apresentada pela primeira vez. Neste novo trabalho, Schwartz discute o sentimento de liberdade, e como ela (a liberdade) tem sido colocada em xeque no País e no mundo. Para tanto, coloca em cena o próprio corpo – um volume que ultrapassa sua própria existência. “Preciso fazer o funeral de um corpo inventado, de uma depressão cívica, de uma ideia constrangedora de nação. Preciso tomar a liberdade de fazer a meu modo.”

 

MITbr – Plataforma Brasil

A MITbr – Plataforma Brasil, programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras, entra em seu segundo ano ampliando sua atuação com a ideia de promover dez produções contemporâneas nacionais. As sessões dos espetáculos nacionais estão voltadas prioritariamente para os programadores de festivais internacionais que veem ao Brasil especialmente com essa finalidade. Outros curadores de eventos nacionais das artes cênicas também acompanharão a mostra, além do público em geral.

Com curadoria de Felipe de Assis, Sonia Sobral e Welington Andrade, a iniciativa reforça esse passo importante para a expansão do reconhecimento das artes cênicas brasileira no cenário internacional, fomentando sua circulação e visibilidade. A programação estará espalhada em diversos espaços da cidade, e traz espetáculos de dança, teatro e performance.

Nesta edição, a coreógrafa e bailarina Marta Soares é a artista brasileira em foco e apresenta Vestígios, que une performance, videoinstalação e dança. Tem como ponto de partida os aspectos monumental e sagrado dos sambaquis, sítios indígenas pré-históricos encontrados no litoral do Brasil, os quais são sobretudo cemitérios e, portanto, resultado da repetição de cerimônias fúnebres durante mais de mil anos. Ao resgatar a nossa memória ancestral pré-colonial, Vestígios propõe uma reflexão sobre a necessidade de trazer à tona, no campo das artes e da vida, as forças de criação e de resistência.

 

Programação Mostra de Espetáculos

 

A Repetição. História(s) do Teatro (I)
Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer
Av. Pedro Álvares Cabral – Vila Mariana
Dias 15 (PP*) e 16 de março, às 21h
Duração: 1h40 minutos
Recomendação: 16 anos
Ingressos:
R$ 30,00
R$ 15,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Desde o começo, o teatro tem sido um encantamento dos mortos, uma experiência ritualizada de pecados originais e traumas coletivos. Em A Repetição a primeira parte de uma série com curadoria de Milo Rau intitulado “História do Teatro”, o diretor e autor aborda a tragédia na forma de uma narrativa em múltipla perspectiva de um processo criminal em 5 atos. O que está no começo de um crime? Intenção ou coincidência? Qual é o papel do público? Qual a culpa do coletivo? E quem está no palco? Milo Rau e seus quatro atores, Sara De Bosschere, Sébastien Foucault, Johan Leysen e Tom Adjibi, assim como o lojista Fabian Leenders e a babá Suzy Cocco partiram para representar um crime capital, em busca das emoções essenciais de experiências trágicas: perda e tristeza, verdade e falsidade, desastre e medo, crueldade e terror. Seis atores profissionais e não-profissionais refletem sobre o glamour e a profundidade da vida e do teatro e assumem os papéis dos protagonistas envolvidos em um caso de assassinato brutal. Com esta produção, Milo Rau apresentará a série “História do Teatro”, um estudo performativo de longa duração sobre a forma de arte mais antiga da humanidade, que o coreógrafo congolês Faustin Linyekula continuará na temporada 2018/19. Rau e sua equipe voltam aos problemas fundamentais de seu trabalho artístico nos últimos 15 anos: a questão da representação da violência e dos eventos traumáticos no palco.

Ficha técnica: Concepção e direção: Milo Rau. Texto: Milo Rau e Companhia. Elenco: Sara De Bosschere, Suzy Cocco, Sébastien Foucault, Sabri Saad el Hamus, Fabian Leenders e Tom Adjibi. Pesquisa e dramaturgia: Eva-Maria Bertschy. Colaboração à dramaturgia: Stefan Bläske, Carmen Hornbostel. Cenários e figurinos: Anton Lukas. Vídeo: Maxime Jennes, Dimitri Petrovic. Iluminação: Jurgen Kolb. Som e direção técnica: Jens Baudisch. Gerência de produção: Mascha Euchner-Martinez e Eva-Karen Tittmann. Câmera: Maxime Jennes, Moritz von Dungern. Equipe técnica da turnê: Pierre-Olivier Boulant (vídeo e som), Sylvain Faye e Sebastian König (palco e iluminação) e Jim Goossens Bara (câmera). Assistência de direção: Carmen Hornbostel. Assistência de dramaturgia: François Pacco. Assistência de cenografia: Patty Eggerickx. Coreografia da luta: Cédric Cerbara. Preparador vocal: Murielle Legrand. Arranjos musicais: Gil Mortio. Relações públicas: Yven Augustin. Equipamentos: Oficinas e estúdios do Théâtre National Wallonie-Bruxelles. Elenco de apoio: Mustapha Aboulkhir, Stefan Bläske, Tom De Brabandere, Elise Deschambre, Thierry Duirat, Stéphane Gornikowski, Kevin Lerat, François Pacco, Daniel Roche de Oliveira, Laura Sterckx e Adrien Varsalona. Produção: International Institute of Political Murder (IIPM) e Création Studio Théâtre National Wallonie-Bruxelles. Apoio: Capital Cultural Fund Berlin, Pro Helvetia, Ernst Göhner Stiftung e Kulturförderung-Kanton St. Gallen. Coprodução: Kunstenfestivaldesarts, NTGent, Théâtre Vidy-Lausanne, Théâtre Nanterre-Amandiers, Tandem Scène Nationale Arras Douai, Schaubühne am Lehniner Platz Berlin, Théâtre de Liège, Münchner Kammerspiele, Künstlerhaus Mousonturm Frankfurt a. M., Theater Chur, Gessnerallee Zürich e Romaeuropa Festival. Suporte: ESACT Liège.

 

 

Cinco Peças Fáceis
Teatro Sérgio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista
Dias 19 (DT*), 20 e 21 de março, às 19h
Duração: 1h30 minutos
Recomendação: 12 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Esse trabalho do diretor suíço Milo Rau e seu Instituto Internacional de Assassinatos Políticos (IIPM) foi realizado em parceria com o centro de artes CAMPO, da cidade belga Ghent. Rau usa a biografia do criminoso Marc Dutroux para esboçar uma breve história da Bélgica e refletir a (re) apresentação de sentimentos humanos no palco. Os atores do projeto são crianças e adolescentes de 11 a 15 anos. Questões puramente estéticas e teatrais se misturam com questões morais: como as crianças podem entender o real significado da narrativa, da empatia, da perda, da sujeição, da velhice, do desapontamento ou da rebelião? Em particular, o que isso diz sobre nossos próprios medos e desejos. Como o nome sugere, em cinco exercícios simples, de cenas curtas e monólogos para a câmera, os jovens atores entram em diferentes papéis: um policial, o pai de Marc Dutroux, uma das vítimas ou os pais de uma menina morta. Eles adotam seu papel e destino por meio das reencenações que eles ensaiam junto com atores adultos. A peça desdobra um panorama da história belga, da declaração de independência do Congo à manifestação em massa da “Marcha Branca”.
Há cerca de cem anos, Igor Strawinsky escreveu seu “Five Easy Pieces” como uma ferramenta educacional para ensinar seus filhos a tocar piano. Marina Abramović fez “Seven Easy Pieces” como performance. Em sua Cinco Peças Fáceis, Milo Rau, trata dos absurdos emocionais e políticos do mundo adulto, se posicionando de forma crítica contra a violência sexual. É um experimento em narrar pedaços da história em cinco cenas.

Ficha técnica: Concepção, texto e direção: Milo Rau. Texto e interpretação: Aimone De Zordo, Fons Dumont, Arno John Keys, Blanche Ghyssaert, Lucia Redondo, Hendrik Van Doorn, Pepijn Siddiki e Eva Luna Van Hijfte. Interpretação (em vídeo): Sara De Bosschere, Pieter-Jan De Wyngaert, Johan Leysen, Peter Seynaeve, Jan Steen, Ans Van den Eede, Hendrik Van Doorn e Annabelle Van Nieuwenhuyse. Dramaturgia: Stefan Bläske. Assistência de direção e preparação de elenco: Peter Seynaeve Pesquisa: Mirjam Knapp e Dries Douibi. Equipe técnica: Bram Geldhof, Ian Kesteleyn e Piet Depoortere. Produção: CAMPO e IIPM. Assistência de produção e assistência às crianças: Ted Oonk e Valentine Galeyn. Coprodução: Kunstenfestivaldesarts Brussels 2016, Münchner Kammerspiele, La Bâtie – Festival de Genève, Kaserne Basel, Gessnerallee Zürich, Singapore International Festival of Arts (SIFA), SICK! Festival UK, Sophiensaele Berlin e Le phénix scène nationale Valenciennes. Produção executiva: CAMPO. IIPM conta com o apoio de Senatsverwaltung für Kultur und Europa Berlin, Pro Helvetia, GGG Basel, Ernst Göhner Stiftung e Fachausschuss Tanz und Theater BS/BL (Basel). CAMPO conta com o apoio do Flemish Government, Province of East Flanders e City of Ghent

 

 

Compaixão. A História da Metralhadora
Sesc Vila Mariana
Teatro
Rua Pelotas, 141 – Vila Mariana
Dias 20, 21 e 22 de março, às 21h
Duração: 1h45
Recomendação: 16 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Sesc | venda on-line e presencial

Rau e sua equipe viajaram para os pontos críticos do nosso tempo: as rotas mediterrâneas de refugiados do Oriente Médio e as zonas de guerra civil na África. Na peça, em texto de caráter semidocumental, Rau destaca a atuação de ONGs europeias em território africano. A montagem é conduzida pelas atrizes Ursina Lardi, nascida na Suíça, e Consolate Sipérius, de origem burundesa, e foi baseada em entrevistas com trabalhadores de ONGs, clérigos e vítimas de guerra na África – como o genocídio de Ruanda – e na Europa. O espetáculo discorre sobre as contradições e limitações de valores como compaixão, humanismo e altruísmo, a partir de uma crítica sobre os vestígios de colonialidade nas relações filantrópicas entre Europa e África. O espetáculo é o resultado de uma parceria entre o International Institute of Political Murder (IIPM) e o Teatro Schaubühne, de Berlim.

Ficha técnica: Direção: Milo Rau. Elenco: Ursina Lardi e Consolate Sipérius. Dramaturgia: Florian Borchmeyer. Pesquisa e colaboração na dramaturgia: Mirjam Knapp e Stefan Bläske. Cenário e figurinos: Anton Lukas. Design de som e vídeo: Marc Stephan. Iluminação: Erich Schneider. Em cooperação com a Rede de Teatro Europeu PROSPERO (Schaubühne Berlin, Théâtre National de Bretagne/Rennes, Théâtre de Liège, Emilia Romagna Teatro Fondazione, Göteborgs Stadstheater, Croatian National Theatre/World Theatre Festival Zagreb e Athens & Epidaurus Festival)

 

 

Mágica de Verdade
Teatro Sesi SP – Centro Cultural Fiesp
Av. Paulista, 1313 – Cerqueira César
Dias 19, 20 e 21 de março, às 20h
Duração: 1h40
Recomendação: 16 anos
Ingressos: Gratuito
Agendamento no site Meu Sesi

Com três atores em cena, a peça cria um game show, em que precisam acertar a resposta de uma única pergunta. A peça trabalha com um mundo de absurdas desconexões, lutas e repetições cômicas. Ao som de aplausos e gargalhadas enlatadas, um grupo de intérpretes revisita incessantemente momentos de derrota, esperança e antecipação. Preso em um mundo de segundas chances e segundos palpites, variações e mudanças, distorções e transformações, o Mágica de Verdade leva o público a uma jornada alucinatória, criando um desempenho convincente sobre o otimismo, a agência individual e o desejo de mudança.

Ficha técnica: Direção: Tim Etchells. Criação e elenco: Jerry Killick, Richard Lowdon e Claire Marshall. Colaboração à criação: Robin Arthur e Cathy Naden. Iluminação: Jim Harrison. Design: Richard Lowdon. Gerência de produção: Jim Harrisona. Assistência ao projeto: Anna Krauss. Técnicos de som: Greg Akenhurst e Doug Currie. Música eletrônica e edição de som: John Avery, Loops Tim Etchells e ‘Grave’, a partir de Telemann Fantasia Number 1 em Be-Flat Major, de Aisha Orazbayeva, Produtor: Forced Entertainment.

 

 

MDLSX
Teatro João Caetano
Rua Borges Lagoa, 650 – Vila Clementino
Dias 22 e 23 de março, às 21h
Dia 24 de março, às 18h
Duração: 1h20
Recomendação: 16 anos
Ingressos:
Para a sessão do dia 22 de março, os ingressos custam R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia)
As sessões dos dias 23 e 24 são gratuitas
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Estruturado como o set de um DJ, com seleções musicais de repertório pop e indie, o solo MDLSX, da atriz Silvia Calderoni, reivindica o direito de não pertencer a nenhuma identidade. O eixo dramatúrgico da montagem é a personagem intersexual Calíope. Em sua atuação, são sobrepostas imagens em vídeo da infância e da adolescência da atriz, que sempre foi alvo de preconceito por sua andrógina ambiguidade física. Na montagem, são abordadas as tensões relacionadas à identidade e a forma como as pessoas reagem em relação à possibilidade da superação do comportamento binário, conduzindo a um discurso mais amplo de respeito às diferenças. Para isso, a narração conta com alguns manifestos transfeministas e queer, de autores como Judith Butler, Donna Haraway e Paul Preciado. O espetáculo integra o projeto 2011> 2068 Animale Politico, que busca refletir sobre as incertezas do futuro próximo.

Ficha técnica: Direção: Enrico Casagrande e Daniela Nicolò. Dramaturgia: Daniela Nicolò e Silvia Calderoni. Elenco: Silvia Calderoni. Som: Enrico Casagrande. Colaboração: Paolo Panella e Damiano Bagli. Iluminação e vídeo: Alessio Spirli. Produção: Motus 2015, em colaboração com La Villette – Paris (résidence d’artistes 2015), Create to Connect (EU project) Bunker/Mladi Levi Festival Lubiana,Santarcangelo Festival Internazionale del Teatro in Piazza 2015, L’arboreto – Teatro, Dimora di Mondaino, Marche Teatro, com o suporte de MiBACT e Regione Emilia-Romagna.

 

 

Democracia
Teatro FAAP
Rua Alagoas, 903 – Higienópolis
Dias 18, 19 e 20 de março, às 21h
Duração: 1h45
Recomendação: 12 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Faap

O diretor Felipe Hirsch investiga as inerentes consequências sociais, políticas e pessoais para a sociedade chilena pós-ditadura das atuais contradições e complexidades da democracia no mundo. Baseado em Facsímil (2014), do escritor chileno Alejandro Zambra, a dramaturgia utiliza a lógica e a estrutura de um teste de competência para o ingresso em universidades, fazendo uma crítica à ideologia dominante da meritocracia. A peça se converte em um jogo trágico, um reflexo da trajetória desta geração, que tem de sustentar os sonhos, os medos e as frustrações do Chile. Mesclando traços autobiográficos dos atores, a montagem destaca aspectos que marcaram a transição para a democracia e a sua consolidação nos últimos 30 anos: as sequelas da ditadura, a educação, a economia, a desigualdade, a ética e, inclusive, a família. Democracia é uma coprodução da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp), e das chilenas Fundación Teatro a Mil e Teatro Universidad Finis Terrae.

Ficha técnica: Direção: Felipe Hirsch. Dramaturgia: Baseada no texto Facsímil, de Alejandro Zambra. Elenco: Trinidad González, Manuela Martelli, Rafael Contreras, Moisés Ângulo e Matteo Citarell. Assistente de direção local: Daniel Recabarren. Direção de arte: Daniela Thomas e Felipe Tassara. Iluminação: Beto Bruel. Música original: Arthur de Faria e Mariá Portugal. Vestuário: Carolina Norero. Coprodução: Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp), Fundación Teatro a Mil e Teatro Universidad Finis Terrae.

 

 

O Alicerce das Vertigens
Sesc Pinheiros
Teatro Paulo Autran
Dias 15 e 16 (DT) de março, às 21h
Dia 17 de março, às 18h
Duração: 1h45
Recomendação: 16 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Sesc | venda on-line e presencial

A montagem conta uma história ficcional ambientada na cidade de Brazaville, na República Democrática do Congo. Dois irmãos, Fido e Roger, veem a sua estrutura familiar abalada: os protagonistas partem da morte de seu pai, Joachim, para a retomada do amor por Diane, desejada por ambos. Na sequência, compreendem o silêncio de sua mãe, Jane, que tardiamente revela um segredo sobre os seus nascimentos. Também são retratadas, na fábula, a máfia na área e o isolamento da região. A narrativa é utilizada como uma metáfora para retratar as consequências da herança colonizadora no país do Congo. O Alicerce das Vertigens é o primeiro espetáculo de uma trilogia, também composta por Shéda e Nkenguegi, que falam sobre a crise dos imigrantes e, sobretudo, da dificuldade do acolhimento deles nas grandes potências.

Ficha técnica: Dramaturgia e direção: Dieudonné Niangouna. Elenco: Sthyk Balossa, Dorient Kaly, Papythio Matoudidi, Arnold Mensah, Lazare Minoungou e Dieudonné Niangouna. Músico: Pierre Lambla Vídeo: Aliénor Vallet. Cenotécnico: Nicolas Barrot e Laurent Vergnaud. Iluminação: Laurent Vergnaud. Som: Félix Perdreau. Cenografia: Ludovic Louppé, Papythio Matoudidi e Dieudonné Niangouna. Figurinos: Ulrich N’Toyo. Coprodução: Théâtre Nanterre-Amandiers, La Villette – Paris (résidence d’artistes 2011), Festival International des Francophonies en Limousin – Limoges, Théâtre de Saint-Quentin-en-Yvelines e ARCADI, com o suporte de DRAC Île-de-France –, Centre National du Théâtre, Fonds SACD Théâtre, Institut Français, ADAMI e Espace Tiné – Brazzaville.

 

 

Partir com Beleza
Casa do Povo
Rua Três Rios, 252 – Bom Retiro
Dia 19 de março, às 20h e 22h
Dia 20 de março, às 18h, 20h e 22h
Dia 21 de março, às 20h e 22h
Duração: 50 minutos
Recomendação: 10 anos
Ingressos:
R$ 40,0
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Mohamed El Khatib (re) constrói, sozinho no palco, a história da dor pela morte de sua mãe: uma situação universal, mas totalmente privada. A partir de entrevistas, e-mails, textos, documentos administrativos, memórias, lugares e outras fontes “reais”, o autor (e ator) conta a história do luto, da descoberta inesperada do câncer ao falecimento de sua mãe, em 2012. Durante a apresentação, ele compartilha os momentos de dor, fala sobre a família e os irmãos, e sobre o amor eternizado pela figura materna. Esse material íntimo extravasa a singularidade do indivíduo e passa a ser comum, de todos os que, em algum momento, partilham o sentimento de luto. O espetáculo foi criado em outubro de 2014, no Festival Actoral, em Marseille, na França.

Ficha técnica: Texto, concepção e interpretação: Mohamed El Khatib. Direção geral: Zacharie Dutertre. Ambientação visual: Fred Hocké. Ambientação sonora: Nicolas Jorio. Produção: Zirlib e Martine Bellanza. Coprodução: Tandem Douai-Arras/Théâtre d’Arras, Montévidéo – créations contemporaines (Marseille), Théâtre de Vanves, Centre Dramatique National Orléans/Loiret/Centre e Scène Nationale de Sète et du Bassin de Thau. Apoio à produção: Association Beaumarchais – SACD
Apoio à criação: Festival Actoral. Patrocínio: Fonds de Dotation Porosus. Divulgação: Martine Bellanza. O texto foi escrito com o apoio do CnT, além de ter recebido suporte, para escrita e edição, da Association Beaumarchais – SACD. Foi publicado na França pela Les Solitaires Intempestifs, e pela L’L édition, na Bélgica.

 

 

Paisagens para Não Colorir
Teatro Porto Seguro
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos
Dias 20 e 21 de março, às 19h
Duração: 1h27
Recomendação: 14 anos
Ingressos:
Plateia:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Balcão e frisa:
R$ 30,00
R$ 15,00 (meia)
Vendas On-line: Tudus

Paisagens para Não Colorir, dirigido por Marco Layera, foi resultado de um longo processo de criação realizado com onze adolescentes chilenas entre 13 e 17 anos. A partir dos seus depoimentos pessoais, que envolvem questões relativas aos preconceitos, sexualidade e violência, o espetáculo cria uma sensível e reveladora experiência para o espectador. Acompanhamos seus relatos de temores, desejos, vulnerabilidades, todos baseados em histórias reais por elas vividas. Presenciamos também seus posicionamentos e lutas diante de um mundo adulto que insiste em não lhes dar voz. O espetáculo foi um dos grandes destaques da última edição do Festival Santiago a Mil, em janeiro de 2019, não apenas pela originalidade da proposta, mas também pela força emocional que provoca.

Ficha técnica: Criação coletiva baseada nos testemunhos do elenco e de mais de 100 adolescentes chilenas Direção: Marco Layera Elenco: Ignacia Atenas, Sara Becker, Paula Castro, Daniela López, Angelina Miglietta, Matilde Morgado, Constanza Poloni, Rafaela Ramírez e Arwen Vásquez Assistente de direção: Carolina de la Maza Dramaturgia: Carolina de la Maza e Marco Layera Assessoria dramatúrgica: Anita Fuentes e Francisca Ortiz Assistente de cena: Francisca Hagedorn e Soledad Escobar Psicóloga: Soledad Gutiérrez Cenografia e iluminação: Pablo de la Fuente Figurino: Daniel Bagnara Diretor técnico: Karl Heinz Sateler Música: Tomás González Som: Alonso Orrego Produção: GAM (Centro Cultural Gabriela Mistral) Coprodução: Compañía de Teatro La Re-Sentida

 

 

Estreia Nacional

 

Manifesto Transpofágico
Biblioteca Mario de Andrade
Rua da Consolação, 94 – República
Dia 20 de março, às 20h
Dia 21 de março, às 18h e 20h (PP)
Dia 22 de março, às 18h e 20h (DT)
Duração: 50 minutos
Recomendação: 18 anos
Ingressos: Gratuitos

Manifesto Transpofágico, de Renata Carvalho, parte da pesquisa da própria autora e atriz para falar do corpo travesti. Em cena, a peça revela a exclusão histórica, a construção social, a criminalização, a sexualização, folclorização, patologização e a zootificação dessa corporeidade. A partir disso, coloca em xeque estruturas transfóbicas enraizadas na arte, na gramática, no judiciário, na medicina, na literatura e na sociedade. E aponta para caminhos possíveis de encontros.

Ficha técnica: Criação, Dramaturgia e Interpretação – Renata Carvalho. Direção – Luis Fernando Marques. Criação de luz – Nicolas Boudier. Produção: Corpo Rastreado. Co-Produção: Risco Festival e Corpo Rastreado.

 

 

Altamira 2042
CRD – Centro de Referência da Dança
Galeria Formosa – Baixos do Viaduto do Chá, s/n – Centro
Dia 19 de março, às 20h (PP)
Dia 20, às 17h e às 21h (DT)
Dia 21 de março, às 17h e 21h
Duração: 1h30
Recomendação: 16 anos
Ingressos: Gratuitos

Altamira 2042 é uma instauração cênico ritual criada a partir da escuta do testemunho do rio Xingu sobre a barragem de Belo Monte. Aqui todos os testemunhos falam através de um mesmo dispositivo tecno-xamânico: caixas de som e pen-drives. Cada caixa de som porta uma voz escutada nas margens do Xingu: ribeirinhos afetados pela barragem, povos indígenas, lideranças de movimentos sociais, moradores de Altamira, funcionários do governo Federal e de instituições socioambientais, a mata, os animais da região, o vento, a chuva, até o próprio rio Xingu: uma polifonia de seres, línguas, sonoridades e perspectivas.

Ficha Técnica: Idealização e concepção: Gabriela Carneiro da Cunha. Direção: Rio Xingu e Gabriela Carneiro da Cunha. Orientação de direção e Parteira: Cibele Forjaz. Diretor Assistente: João Marcelo Iglesias. Assistente de direção: Clara Mor. Pesquisa, Interlocução artística e olhar sempre atento: Sonia Sobral. Orientação da Pesquisa e interlocução artística: Dinah de Oliveira. Texto Originário e Interlocução: Eliane Brum. Montagem de Vídeo: João Marcelo Iglesias, Gabriela Carneiro da Cunha e Rafael Frazão. Montagem Textual Sonora: Gabriela Carneiro da Cunha e João Marcelo Iglesias. Dramaturgia: Raimunda Gomes da Silva, João Pereira da Silva, Povos indígenas Araweté e Juruna, Eliane Brum, Antonia Mello, Mc Poeta Marginal, Mc Fernando, Thais Santi, Thais Mantovanelli, Marcelo Salazar. Desenho Sonoro: Felipe Storino. Figurino: Carla Ferraz. Iluminação: Cibele Forjaz
Concepção Instalativa: Carla Ferraz e Gabriela Carneiro da Cunha. Realização Instalativa: Carla Ferraz e Cabeção. Criação Multimídia: Rafael Frazão e Bruno Carneiro. Trabalho Corporal: Paulo Mantuano e Mafalda Pequenino. Imagens: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Clara Mor e Cibele Forjaz. Pesquisa: Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Cibele Forjaz, Clara Mor, Dinah de Oliveira, Eliane Brum, Sonia Sobral, Mafalda Pequenino e Eryk Rocha. Diretora de Produção: Gabriela Gonçalves. Realização: Corpo Rastreado e Aruac Filmes.

 

 

A Boba
Teatro Cacilda Becker
Rua Tito, 295 – Lapa
Dia 17 de março, às 20h
Dias 18 (DT), 19 (PP), 22, 23 de março às 21h
Dia 24 de março, às 20h
Duração: 50 minutos
Recomendação: Livre
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

A relação entre o performer Wagner Schwartz e a obra A Boba, de Anita Malfatti, é o ponto de partida do espetáculo. A pintura criada entre 1915 e 1916, ao longo da estadia da artista nos Estados Unidos, é umas das criações mais contundentes do modernismo brasileiro, como também o clímax de sua produção expressionista. Schwartz percebe no quadro as cores da bandeira nacional. A partir dessa constatação, o performer se vê confrontado com a ideia de “nação” – segundo ele, “uma fantasia de continuidade histórica constituída e mantida através da opressão” –, e passa a frequentar o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo de cujo acervo o quadro de Anita Malfatti faz parte. A primeira visita é registrada por uma fotógrafa e os gestos contidos nas imagens são revisitados em cena. O espetáculo é uma coprodução entre a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) e a Corpo Rastreado.

Ficha técnica: Concepção, roupa, texto e performance: Wagner Schwartz. Colaboração dramatúrgica: Ana Teixeira, Elisabete Finger. Direção técnica, iluminação: Juliana Vieira. Produção: Gabi Gonçalves / Corpo Rastreado. Coprodução: Corpo Rastreado / MITsp. Apoio: Casa Líquida. Apoio cultural: Instituto Anita Malfatti. Objeto: Réplica do quadro A Boba, de Anita Malfatti. Agradecimento: Sylvia Malfatti, Paula Malfatti, Júlia Feldens, Lucas Länder, Iris de Souza, Renata Carvalho, Maikon K.

 

 

Programação MITbr – Plataforma Brasil

 

Altíssimo | TREMA! Plataforma de Teatro | PE
Itaú Cultural
Av. Paulista, 149 – Bela Vista
Dia 19 de março (PP), às 16h
Dia 20 de março, às 18h e 21h
Duração: 50 minutos
Recomendação: 16 anos
Ingressos: Gratuitos

Altíssimo é o primeiro espetáculo da TREMA! Plataforma de Teatro, núcleo desenvolvedor das artes cênicas sediado em Recife. Ao longo dos últimos anos, o encenador Pedro Vilela em parceria com o dramaturgo paulista Alexandre dal Farra, tem investigado a fé em nosso país, a partir da compreensão e estudos de processos nas religiões neopentecostais. O espetáculo foi desenvolvido ao longo de dois anos entre leitura bibliográfica sobre o assunto, visitas a templos em diferentes partes do país e encontros presenciais em Recife e São Paulo, entre Vilela e dal Farra. A ideia de Altíssimo é “não a mera reprodução destes cultos. Compreender como essa religião se estabelece em nosso país, o que faz indivíduos recorrerem a estas denominações é o que nos interessa”, diz Pedro Vilela.
Ao apagar as fronteiras entre público e plateia, lembra constantemente o espectador que ele está no teatro, interpondo narradores entre a ação representada e aquele que a assiste, pervertendo a configuração tradicional de categorias dramáticas como tempo, espaço, ação e diálogo.

Ficha técnica: Encenação e atuação: Pedro Vilela; dramaturgia: Alexandre dal Farra; assistente de encenação e designer gráfico: Thiago Liberdade; consultoria de encenação: Marcondes Lima; desenho de luz e som: Pedro Vilela; produção: Pedro Vilela; realização: Trema! Plataforma de Teatro

 

 

Boca de Ferro | Marcela Levi e Lucía Russo| RJ
Funarte – Sala Renée Gumiel
Al. Nothmann, 1058 – Campos Elíseos
Dias 20 e 21 (PP) de março, às 20h
Duração: 50 minutos | Recomendação: 16 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Musicalmente, o estado do Pará é um caribe amazônico formado graças às rotas de contrabando. Nos anos 1950, os navios que traziam perfumes e uísques carregavam também vinis de merengue, salsa e zouk. Sessenta anos depois, a influência das sonoridades caribenhas fez a música paraense desaguar no tecnobrega – gênero musical criado por apropriação e alteração de músicas populares. A paisagem de partida Boca de Ferro é a palavra “Belém”: lugar onde há confusão, caos, barulho e barafunda. Uma dança-rapsódia-infernal irreverente, brincalhona, provocadora, indecente, furiosa, astuciosa e sensual. Uma dança emanada por um corpo carregado de outros, de contradições, ambiguidades, bens e males, ou seja, um corpo humano, de gente. Que tal um solo mega sonoro, uma metralhadora giratória, uma dança-aparelhagem, um corpo-nave que se descola da identidade e rebola e treme furiosamente?

Ficha técnica: Direção artística: Marcela Levi & Lucía Russo; performance e cocriação: Ícaro dos Passos Gaya; assistência: Tamires Costa; desenho de luz: Isadora Giuntini; figurino: Levi e Russo; desenho de som: toda a equipe; vídeo: Tristán Pérez-Martín. Apoio: Graner, Teatro Hiroshima e Sâlmon Festival (Barcelona); Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, Consulado da Argentina, Espaço Cultural Sítio Canto da Sabiá e Festival Dança Gamboa (Rio de Janeiro). Realização artística e produção: Improvável Produções

 

 

Colônia | Dir. Vinícius Arneiro | RJ
Oficina Cultural Oswald de Andrade
Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro
Dia 19 de março, às 18h
Dia 20 de março, às 15h e às 21h (PP)
Duração: 60 minutos
Recomendação: 14 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Nesta peça-palestra atravessada por memórias e afetos, Renato Livera interpreta um professor em uma sala de aula. Em seu monólogo, fala da multiplicidade de sentidos da palavra “colônia”. Sob direção de Vinícius Arneiro e texto autoral de Gustavo Colombini, Livera faz seu primeiro monólogo da carreira de mais de 20 anos. No palco, o ator passeia pela biologia, pela sociedade e pela condição colonial do Brasil – com muitos aspectos da colonização ainda em vigor nas dinâmicas e nas mentalidades –, até a referência ao Hospital Colônia de Barbacena, onde 60.000 pessoas foram torturadas e mortas nos anos 1960 e 1970.

Ficha Técnica: Idealização e atuação: Renato Livera; dramaturgia: Gustavo Colombini; direção: Vinicius Arneiro; projeto de som, cenário e luz: Renato Livera e Vinicius Arneiro; iluminador: João Gaspary; produção: Meta Produções Artísticas; distribuição: Metropolitana Gestão Cultural, assessoria de imprensa: NOVA Comunicação.

 

 

Cria | Grupo Suave | RJ
Teatro Sérgio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista
Dia 23 de março (PP), às 17h
Duração: 50 minutos. Recomendação: 14 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Com dez dançarinos em cena, Cria, da coreógrafa e diretora Alice Ripoll, fala sobre ser cria de um local e uma família, sobre criação artística e também sobre ter a própria “cria”. O espetáculo mescla o virtuosismo do passinho e o questionamento e a teatralidade da dança contemporânea. Uma mistura de estilos alcançada em mais de um ano de pesquisa capaz de expressar a ginga da dança nascida nas favelas. O trabalho passeia pela dança afro, o afrofunk, o passinho, a dancinha, o contato-improvisação e ainda por uma elaborada pesquisa sonora. Cria fala, acima de tudo, da busca pela força criadora que mantém o desejo de estar vivo, em movimento.

Ficha técnica: Direção: Alice Ripoll; interpretação: Tiobil Dançarino Brabo, Kinho JP, VN Dançarino Brabo, Nyandra Fernandes, May Eassy, Romulo Galvão, Sanderson Rei da Quebradeira, Thamires Candida, GB Dançarino Brabo, Ronald Sheik; assistência de direção/operador de som: Alan Ferreira; produção: Rafael Fernandes; iluminação: Andréa Capella; figurino: Raquel Theo; direção Musical de funk: DJ Pop Andrade; fotos e vídeo: Renato Mangolin; costureira: Lucia Lima; professor de dança: Tony Ewerton; interlocução: Laura Samy; participantes no processo de criação: Jéssica Queiroz, Rodrigo Ninja e Foguinho.

 

 

Isto é um negro? | Grupo E QUEM É GOSTA? | SP
Teatro Alfredo Mesquita
Av. Santos Dumont, 1770 – Santana
Dia 20 de março, às 21h e 21 de março (PP), às 17h
Duração: 100 minutos
Recomendação: 18 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

O que é um negro? Essa e muitas outras perguntas são feitas pelos atores durante a peça. Isto É um Negro? explora questões sobre o que é ser negra ou negro na atual sociedade brasileira. Com direção de Tarina Quelho, a peça mistura linguagens e formatos diversos – do stand-up ao videoclipe. O texto do trabalho tem como base a produção de pensadores como o camaronês Achille Mbembe, a norte-americana Angela Davis e a brasileira Sueli Carneiro, além da experiência pessoal de cada um dos intérpretes – Ivy Souza, Lucas Wickhaus, Mirella Façanha e Raoni Garcia. Essa viagem histórica do texto passa pela colonização, escravidão, imigração, navios negreiros, até chegar à discriminação no presente.

Ficha Técnica: Atores: Ivy Souza, Lucas Wickhaus, Mirella Façanha e Raoni Garcia. Direção: Tarina Quelho. Codireção: Lucas Brandão. Dramaturgia: Mirella Façanha e Tarina Quelho. Som: Tom Monteiro. Operação de som: Fernanda Feliz. Luz: Lucas Brandão. Cenotécnicos: Lam Matos e Alexandre Peixe. Fotos: Rodrigo Oliveira. Produção: Dani Façanha.

 

 

Lobo | Carolina Bianchi | SP
Teatro de Contêiner Mungunzá
Rua dos Gusmões, 43 – Santa Ifigênia
Dias 20 (PP) e 21 de março, às 23h
Duração: 1h40 | Recomendação: 18 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Em Lobo, a atriz, performer, diretora e dramaturga Carolina Bianchi propõe um embate em o instinto e a civilização por meio de coreografias e práticas performáticas em uma fábula de terror episódica que mescla paixão, morte e erotismo. Carolina divide a cena com 15 artistas homens – atores, bailarinos e músicos –, selecionados a partir de uma residência realizada pela autora no ano passado. No espetáculo, a figura do lobo representa uma reflexão sobre a própria criação, nos mais diversos níveis. “O lobo para mim é o outro, é aquilo que não é o homem, é o fracasso da civilização, talvez. O lobo para mim é o pré-racional, aquilo que estava antes de a gente começar a formular uma frase e a dizer coisas dessa forma de dar limites a elas, o que é e o que não é”, define a diretora.

Ficha Técnica: Concepção, direção e dramaturgia – Carolina Bianchi. Performers – Allyson Amaral, Antonio Miano, Carolina Bianchi, Chico Lima, Eduardo Bordinhon, Felipe Marcondes, Gabriel Bodstein, Giuli Lacorte, João Victor Cavalcante, José Artur Campos, Kelner Macedo, Maico Silveira, Murillo Basso, Rafael Limongelli, Tomás Decina, Gustavo Saulle e Blackyva. Assistência de direção – Joana Ferraz, Marina Matheus e Debora Rebecchi. Produção – AnaCris Medina y Lu Mugayar. Som- Joana Flor. Luz- Alessandra Domingues. Pesquisa de trilha sonora- Carolina Bianchi. Fotos- Mayra Azzi. Vídeos – Fernanda Vinhas. Efeitos- Gustavo Saulle. Objetos de Cena- Tomás Decina, Rafael Limongelli e Nelson Feitosa. Figurinos- Antonio Vanfill e Carolina Bianchi. Distribuição/produção Internacional- Metropolitana Gestão Cultural Carla Estefan. Realização- Cara de Cavalo

 

 

Protocolo Elefante | Cena 11 | SC
Teatro Sesi SP – Centro Cultural Fiesp
Av. Paulista, 1313 – Cerqueira César
Dias 23 de março (PP), às 20h e 24 de março, às 19h
Duração: 60 minutos
Recomendação:16 anos
Ingressos: Gratuitos
Agendamento no site Meu Sesi

Protocolo Elefante investiga na ação de afastamento e isolamento do elefante na iminência de sua morte uma metáfora de separação e exílio. Um questionamento sobre o modo como fatores contidos no ambiente ao qual pertencemos (pessoas, comportamentos, línguas, afetos, objetos e dispositivos relacionais de convívio) são afetados quando migramos a sós para um contexto diverso e distante destas familiaridades e simetrias do pertencer. O acionamento do sentimento de falta, produzido por este encontro assimétrico de identidades, é um importante objeto condutor para algumas perguntas chave que conduziram a pesquisa: O que é pertencer ou necessidade de pertencimento? Qual é a nossa definição de identidade? Protocolo Elefante é um ritual de descontinuidade e vestígio, é propor um Grupo compartilhando a solidão que nos define.

Ficha técnica: Criação, Direção e Coreografia: Alejandro Ahmed. Criação e Performance: Aline Blasius, Edú Reis Neto, Hedra Rockenbach, Jussara Belchior, Karin Serafin, Marcos Klann, Mariana Romagnani e Natascha Zacheo. Direção de trilha, iluminação e Performance: Hedra Rockenbach. Assistência de Criação: Mariana Romagnani. Direção de Figurino e assistência de direção: Karin Serafin. Assistência de ensaio e preparação técnica: Malu Rabelo. Artistas convidados etapa espelho: Wagner Schwartz, Michelle Moura e Eduardo Fukushima. Produção: Gabi Gonçalves. Elementos de cena: Roberto Gorgatti. Sede e Preparação Técnica: Jurerê Sports Center. Solilóquio: Alejandro Ahmed, Aline Blasius, Anderson do Carmo, Edú Reis Neto, Hedra Rockenbach, Jussara Belchior, Karin Serafin, Malu Rabelo, Marcos Klann e Mariana Romagnani. Livro Rumor: Pedro Franz e Grupo Cena 11. Artista convidada Solilóquio/2015 e Residência Vestígio e continuidade 2016: Priscilla Menezes. Design Gráfico: BALACLAVA Studio. Residência Vestígio e Continuidade: Bienal SESC de Dança 2015. SESC Consolação 2016. Projeto Selecionado RUMOS ITAÚ CULTURAL. Este projeto foi contemplado pelo Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2014 Projeto realizado com o apoio do Estado de Santa Catarina, Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, FUNCULTURAL e Edital Elisabete Anderele/2014.

 

 

Vestígios | Marta Soares | SP
CCSP – Centro Cultural São Paulo
Espaço Cênico Ademar Guerra
Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso
Dias 20 (DT) e 21 de março, às 21h
Duração: 60 minutos
Recomendação: livre
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Vestígios tem como característica a interseção entre as linguagens da performance, videoinstalação e dança. Usa como ponto de partida a pesquisa sobre o monumental e o sagrado dos sambaquis, sítios indígenas pré-históricos encontrados no litoral do Brasil, os quais são sobretudo cemitérios e, portanto, resultado da repetição de cerimônias fúnebres durante mais de mil anos. O trabalho se baseia no método desenvolvido pelo artista de “land art” Robert Smithson sobre a relação entre o “lugar” e o “não lugar” (o “lugar’ sendo a realidade crua e física, a terra ou o chão dos quais não somos realmente conscientes quando estamos no interior de uma sala ou algo do gênero; o “não lugar” sendo a galeria ou o estúdio para o qual ele transferia o material encontrado no “lugar’ durante o processo de criação de suas obras). Inspirado nesse estudo, Vestígios propõe uma viagem ficcional entre o “não lugar”, a instalação coreográfica, e o “lugar”, o espaço de fora, onde se encontram os sambaquis pesquisados.

Ficha Técnica: Concepção, direção e performance: Marta Soares. Desenho de som: Lívio Tragtenberg. Captação de som: Fernando Mastrocolla de Almeida. Desenho de luz: André Boll. Operação de luz: Silviane Ticher. Espaço cenográfico: Renato Bolelli Rebouças. Assistente de cenografia: Beto Guilguer. Vídeo: Leandro Lima. Fotografia do vídeo: Ding Musa. Assistente de palco: Manuel Fabrício. Cenotécnico: Valdeniro Paes. Produção: Cais Produção Cultural. Produtores: Beto de Faria e José Renato de Fonseca de Almeida. Este trabalho foi realizado com o subsídio do Programa Rumos Dança do Itaú Cultural 2009/2010 e do VII Programa Municipal de Fomento à Dança da Secretaria da Cultura da Cidade de São Paulo.

 

 

(ver[ ]ter) à deriva
Cia. Les Commediens Tropicales | SP
Avenida Paulista, altura do 1700, em frente ao parque Trianon
Dias 21, 22 e 23 de março, às 15h
Duração: 60 minutos
Recomendação: livre
Gratuito

(ver[ ]ter) à deriva é formado por um conjunto de intervenções cênicas propostas para espaços externos e públicos, que dialogam com o silêncio das imagens expostas de uma metrópole, congregando diversas manifestações artísticas, como o grafite, a videoarte, a performance, o teatro, a dança, a música e as artes plásticas. Nas intervenções, os artistas invadem os espaços com sons, imagens, danças e ações criadas a partir das obras do artista britânico Banksy. A montagem também se inspira no questionamento edipiano “Para que ver, se já não poderia ver mais nada que fosse agradável aos meus olhos?”. Quatro das cenas foram propostas por Andréia Yonashiro, Coletivo Bruto, Georgette Fadel e Tica Lemos, todos artistas convidados. Os músicos do quarteto de jazz À Deriva executam a música ao vivo.

Ficha Técnica: Encenação: Cia. Les Commediens Tropicales, Quarteto à Deriva e artistas convidados: Andréia Yonashiro Coletivo Bruto, Georgette Fadel e Tica Lemos. Elenco: Carlos Canhameiro, Daniel Gonzalez, Michele Navarro, Paula Mirhan, Rodrigo Bianchini e Tetembua Dandara. Músicos: Quarteto À Deriva: Beto Sporleder, Daniel Muller, Guilherme Marques e Rui Barossi. Trilha sonora: Cia. Les Commediens Tropicales e Quarteto À Deriva. Assessoria de imagem: Mônica Zaher Cenografia: José Valdir Albuquerque. Produção: Cia. Les Commediens Tropicales e Mariana Pessoa.

 

 

V:U:L:V:A | Mariana Senne | SP
Teatro Sérgio Cardoso
Sala Paschoal Carlos Magno
Rua Rui Barbosa, 153 – Bela Vista
Dia 22 de março, às 17h
Dia 23 de março, às 19h (PP) e 21h30
Duração: 1h30
Recomendação: 18 anos
Ingressos:
R$ 40,00
R$ 20,00 (meia)
Vendas on-line: Ingresso Rápido

Idealizado pela atriz e criadora Mariana Senne, uma das fundadoras da Cia. São Jorge de Variedades, o trabalho fala sobre como no linguajar popular várias palavras são usadas como sinônimos de órgão sexual feminino. Mas por que raramente empregamos a palavra vulva? Quando a nomeamos, sempre temos a impressão de que falamos algo indecente, algo que é definido pelo “não dizer”. Inspirado na história em quadrinhos A origem do mundo, da quadrinista sueca Liv Strömquist, e no livro Vulva – A revelação do sexo invisível, de Mithu M. Sanyal, o espetáculo aborda o tabu em relação à genitália feminina, devolvendo o protagonismo das mulheres em relação ao próprio corpo e a sua sexualidade. A montagem explicita relações entre arte e conhecimento, a partir de uma entrevista-performance sobre a história do órgão sexual feminino, contada sob a perspectiva da anatomia clássica, mas com humor satírico, defendendo a necessidade de deter o desejo da sociedade de colonizar o corpo das mulheres.

Ficha Técnica: Concepção e direção: Mariana Senne. Dramaturgia: Katrin Heinau e Mariana Senne. Performance: Mariana Senne e Laura Salerno. Assistentes de direção: Isabel Soares e Lua Gabanini. Produção: Isabel Soares e Mariana Senne. Vídeo: Bruna Lessa, Laura Salerno e Mariana Senne. Som: Julia Teles e Laura Salerno. Espaço cênico: Renan Marcondes e Mariana Senne. Luz: Laura Salerno. Montagem de luz: Douglas Amorim. Projeto gráfico: Ieltxu Ortueta

 

 

Ações Pedagógicas | Destaques

Intercâmbio Artístico

 

Eu, o espelho do outro. Com Arkadi Zaides (Israel/França)
TUSP
Rua Maria Antônia, 294 – Vila Buarque
De 18 a 22 de fevereiro, das 9h às 13h.

Quando veio ao Brasil em 2015, com Arquivo, o coreógrafo e bailarino israelense Arkadi Zaides surpreendeu o público ao dançar os movimentos dos colonos judeus nos territórios palestinos ocupados, partindo da mimese dos gestos e ações registrados em vídeo pela ONG israelense B’Tselem. Em seu retorno a São Paulo, depois de quatro anos, Arkadi partirá de cenas brasileiras para, com os participantes do laboratório, dançar o poder e o contrapoder, os movimentos que nos humanizam e aqueles que nos desumanizam.

 

 

Coletividades em cena – encontros de resistência
Casa do Povo
Rua Três Rios, 252, 2º andar – Bom Retiro.
De 11 a 15 de março, das 9h às 13h

Existe a performance cidadã? Como ações performativas promovidas por movimentos sociais tensionam as fronteiras entre política e arte? Ao longo de cinco dias, performers e representantes de movimentos sociais da América Latina – todos eles com histórico de participação em atos públicos – experimentam uma proposta de convívio a fim de compreender e partilhar as causas que os movem. O desafio, proposto ao grupo, é o da criação de uma intervenção coletiva, em qualquer formato (manifesto, ato público, marcha, ação artística etc.) e usando materiais trazidos de seus contextos, que dê conta dos desejos e lutas de todos e na qual todos se sintam contemplados. Estarão presentes integrantes de: Ni Una Menos, Argentina; H.I.J.O.S (Hijas e hijos por la identidad y la justicia contra el olvido y el silencio), Colômbia; Grupo VIDA, México; Movimiento Madres y Padres de Ayotzinapa, México; Marcha das Margaridas, Brasil; Mães de Maio, Brasil; além de duas performers, uma mapuche e outra venezuelana. Os encontros estarão abertos a participantes brasileiros, mediante inscrição.

 

 

Reflexões Estético-Políticas | Destaques

Conversas

 

Infância e Juventude, direito e liberdade de expressão
Centro Cultural São Paulo
Espaço Cênico Ademar Guerra (porão)
Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso
Dia 15 de março, das 11h às 13h.

Em 2016, o sistema de saúde registrou 22,9 mil atendimentos a vítimas de violência sexual no Brasil, e em 57% dos casos as vítimas tinham até 14 anos. A peça Cinco Peças Fáceis, apresentada pelo diretor Milo Rau na MITsp 2019, denuncia um célebre caso de violência sexual, ocorrido na Bélgica, sob a narrativa de pré-adolescentes. Como o teatro contribui para a compreensão de temas como a violência sexual? A arte é a expressão da visão de mundo de seus criadores e serve de testemunho de seu tempo. O teatro, em especial, sempre buscou formas de representação da realidade e se preocupa, dentre outras funções, em fornecer ao público um mínimo de reflexão sobre a vida cotidiana, sobretudo o que conhecemos como teatro documentário. É inegável que arte e sociedade, assim como arte e política, andam juntas, e a primeira é um caminho para a melhor compreensão da segunda. E, para isso, liberdade de expressão é indispensável. No nosso Estado Democrático de Direito, a liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença, é um direito fundamental, garantido pela Constituição Federal, nossa lei maior. O objetivo desta mesa é debater a realidade social da infância e juventude no Brasil, o papel do teatro nesse contexto e a liberdade de expressão.

 

 

Arte: mantenha fora do alcance das crianças
Itaú Cultural
Sala Vermelha
Av. Paulista, 149 – Bela Vista
Dia 15 de março, das 14h às 17h.

Qual a lugar da subjetividade da criança e da mediação do adulto nas relações entre infância e arte? A manutenção do lugar de ignorância faz parte de uma cultura facilitadora da violência na infância?
Com Vera Iaconelli (SP), Elisabete Finger (PR), Crislei Custódio (SP). Mediação: Luciana Romagnolli (MG).

Especial

Masterclass com Carol Martin
Itaú Cultural
Sala Multiuso
Av. Paulista, 149 – Bela Vista
Dia 19 de março, das 14 às 16h

Carol Martin é Professora de Teatro da Universidade de Nova York (NYU) e referência internacional na pesquisa sobre teatros do real e teatro documentário. Nessa masterclass, ela aborda os temas de sua pesquisa em relação a espetáculos apresentados na MITsp, como A Repetição, Compaixão, O Alicerce das Vertigens e MDLSX.
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*PP – PENSAMENTO-EM-PROCESSO (Encontros com os artistas dos espetáculos da mostra, que compartilharão questões de seus processos criativos, mediados por pesquisadores brasileiros.)

*DT – DIÁLOGOS TRANSVERSAIS (Comentários críticos realizados logo após uma apresentação de um espetáculo, no próprio teatro e em diálogo com o público. Convidamos artistas e pensadores provenientes de outros campos do conhecimento para lançarem olhares transversais, cruzarem as fronteiras e ampliarem as leituras das obras.)

 

 

Foto Cena do espetáculo A Repetição. História(s) do Teatro (I), escrito e dirigido pelo suíço Milo Rau, parte da programação da sexta edição da MITsp: Divulgação

 

 

 

 

1 comentário em “A MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo apresenta sua 6ª EdiçãoAdicione o seu →

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