Sem abandonar o DNA do projeto que busca contribuir para o fortalecimento da arte contemporânea brasileira por meio de mostras, cursos, oficinas, projetos de residência e formação de público, Adelina abre novos caminhos comerciais…

 

 

 

 

Em 2017, o empresário Fabio Luchetti abriu uma galeria de arte com proposta que buscava aproximar arte contemporânea de público não especializado e estimular o segmento. Assim surgiu a Adelina Galeria. Com o nome, Fabio prestou uma homenagem à sua mãe, que inspirou os pilares do empreendimento: respeito, ética, o cuidado com tudo e todos e o apreço pela educação.

Passados dois anos da inauguração, o projeto ganha novo perfil: as ações com foco em contribuir para o desenvolvimento do segmento de artes continuam, mas o modelo de galeria deixa de existir e o foco comercial do projeto será por meio de uma loja de arte e design, além de um café. A ideia é que parte do lucro dos dois novos braços contribua para a manutenção das ações do Adelina Instituto.

Desde a abertura do espaço, Fabio Luchetti deixou clara sua vontade de trabalhar com arte de forma diferente. O que se viu nesse período inicial é que a Adelina Instituto caminhou muito bem. Mas, para manter os projetos de formação de público, cursos, oficinas, exposições e programas de residência, foi necessário buscar uma outra solução comercial e Fabio fez o que se propôs desde o início: “pivotou” a Adelina buscando novos rumos. O café já previsto abre no próximo mês de maio e junto com ele, a loja abrigará nomes do design, fotos, serigrafias e outras peças de arte com custo mais acessível.

“Percebemos o sucesso da Adelina principalmente com o público da região onde nos instalamos, que viraram frequentadores ativos. Com bom número de visitas de escolas e grupos que trabalham com idosos, nosso programa de residência tem sido uma experiência fantástica, mas precisávamos de mais resultados na venda de obras.

As pessoas vinham aqui e adoravam os trabalhos à venda, mas se assustavam com os preços. Estávamos disputando os colecionadores, que nem sempre se abrem para nomes novos, com as diversas galerias existentes.

As galerias que estão no mercado já realizam um bom trabalho e, para concorrer com elas, teríamos que nos adequar a um modelo de operação padrão, não trazendo “nosso novo” para o meio. Para manter-me firme na ideia de contribuir com os objetivos mais fortes da Adelina, resolvemos adequar o rumo e investir na loja, que, junto com o nosso café, irá contribuir para a manutenção dos projetos artísticos e sociais”, explica Luchetti.

 

Mudanças começaram no fim do ano
Toda transformação para o novo momento da Adelina Instituto começou no fim de 2018, quando o espaço parou de representar artistas com exclusividade e abriu oportunidades para outros tipos de parcerias com os nomes que tinha no time, além de outros artistas e designers.

“Desde o início, sempre tivemos a noção de que a cidade de São Paulo e novos artistas, ou pouco conhecidos, precisam de incentivos e espaços que realmente se abram para eles, possibilitando maior troca, visibilidade, acolhimento e experiência. Como galeria, iniciamos esse processo que queremos intensificar na nova fase, no papel de instituto e estabelecendo outras relações com artistas, curadores, espaços de artes e faculdades”, afirma Luchetti.

Um dos projetos que fazem parte do novo momento da Adelina é uma parceria do Instituto com o Centro Universitário Belas Artes e a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP), por meio dos seus cursos de Artes Visuais e Arte: História, Crítica e Curadoria, respectivamente.

A ideia é que formandos dos dois cursos participem de projetos na Adelina, o que os possibilitará produzir com foco na exposição, além de ter contato com todos os players do setor de artes assim que saem da graduação e terem acesso a um espaço para expor seu trabalho logo no começo de suas carreiras.

O curador Mario Gioia também estará presente nessa nova fase da Adelina. Ele será o responsável pelo projeto Perímetros, que traz para São Paulo artistas que ainda não apresentaram uma individual na cidade. A ideia é trazer uma diversidade de linguagens, meios e abordagens. Nessa primeira edição, o brasiliense João Trevisan apresenta seu trabalho a partir de 25 de maio, com tridimensionais de diferentes escalas, pinturas e desenhos.

A Residência Adelina, que aconteceu ano passado, também se mantém e já está recebendo inscrições para a sua segunda edição até 12 de maio. A primeira edição do projeto, em 2018, recebeu o mineiro Efe Godoy, gaúcha Élle de Bernardini, além de Abigail Reyes, de El Salvador, e Natalia Forcada, da Argentina.

Os cursos de arte continuam na grade de programação, com temas como moda, história da arte, teoria do bordado e também serão abordados curso e palestras para o desenvolvimento pessoal e profissional inspirados na Antroposofia, que segue todo um conceito humanístico entre outros.

 

Loja e café
Algumas mudanças físicas aconteceram no prédio do número 1285 da Rua Cardoso de Almeida para essa nova fase. A loja será no térreo, ao lado do café, que fica no espaço vizinho à construção já existente, enquanto a parte de projetos artísticos será no primeiro andar da construção. O segundo pavimento continua dedicado a cursos e oficinas.

A Adelina Instituto contará com um café. O cardápio remete a sabores familiares – D. Adelina era grande cozinheira! – Pratos simples e guloseimas para café da manhã, almoço, lanches rápidos, happy hour e levar para casa.

Teremos cafés e outras bebidas a base de café. O grão de um pequeno produtor do interior de São Paulo, a Virginia Coffee Roasters possui processo artesanal, focado na qualidade do grão. No cardápio também haverá opções de vinho e cerveja artesanal. O espaço terá um empório onde os visitantes poderão levar para a casa itens do café e outras guloseimas. A consultoria do Café Adelina ficou a cargo de Ana Soares, da Mesa III. O restauranteur Nelson Soto Calatayud (Rede Santinho e Gemma) apoiou com a consultoria de gestão. A arquitetura do espaço do novo café é assinada pelo escritório Triplo R e o projeto de design de interiores foi desenvolvido pela Casa Goia. A construção ficou a cargo da M2A.

Na loja Adelina, os clientes poderão encontrar uma apurada curadoria para peças de design, fotos e serigrafia, além de objetos assinados, que serão constantemente renovados. Decoração, jóias, utensílios de cozinha e papelaria são alguns dos exemplos do que estará a venda. Livros ligados ao mundo da arte e design também poderão ser encontrados. A Casa Goia, além do suporte à curadoria do acervo, assina a ambientação e o desenho de mobiliário da loja. A abertura dos dois novos espaços (café e loja) deve acontecer em maio.

 

 

Adelina Instituto
Rua Cardoso de Almeida, 1285 – Perdizes
Tel.: +55 (11) 3868-0050
Horário de funcionamento espaço expositivo: de terça a sexta-feira, das 10h às 19h; e, aos sábados, das 10h às 16 horas.
Horário de funcionamento loja: segunda a sexta, das 10 às 19 horas, sábado, das 10 às 16 horas.
Horário de funcionamento café: segunda a sexta, das 8 às 20 horas, sábado, das 8 às 16 horas.
Estacionamento conveniado: 25% de desconto para visitantes (Rua Caiubi, 308). O espaço também contará com valet na porta para maior conveniência dos clientes.

 

Foto: Daniela Ramiro