A Cia Núcleo Sem Querer de Tentativas Teatrais, apresenta a comédia Conto de Inverno no Viga Espaço Cênico até o dia 21 de maio…
Leontes, Rei da Sicília, se convence de que seu amigo de infância Políxenes, Rei da Bohêmia, vive um caso de amor com sua esposa, a rainha Hermione. Enlouquecido de ciúmes manda prender sua esposa que está grávida e rejeita sua filha, Perdita, esta que após 16 anos é acolhida por pastores e vive um romance com Florizel, príncipe da Bohêmia.
A comédia Conto de Inverno, escrita por William Shakespeare entre 1610 e 1611 foi a obra escolhida pelo Núcleo Sem Querer de Tentativas Teatrais para encerrar a Trilogia da Taverna, uma seleção de peças de diferentes períodos, nacionalidades e temáticas encenadas pelo grupo desde 2015. O núcleo se propõe a nos levar ao universo do Shakespeare, que pode ser compreendido nos novos tempos, por meio da tradução e adaptação feita por Bruna Longo. A intenção é apresentar ao público jovem um espaço que transita entre a Tragédia e a Comédia, a interpretação realista e a catártica, além do teatro popular farsesco e burlesco. A peça está em cartaz no Viga Espaço Cênico, com sessões aos domingos, segundas e terças.
“Acreditamos que dar acesso a uma obra tão rara e tão pouco conhecida desse autor é difundir a teatralidade em sua essência”, conta Juliano Barone, diretor do espetáculo, sobre a escolha de encenar Conto de Inverno. O elenco é formado por 16 atores/músicos que ocupam a Sala Taverna, espaço criado pelo multi-artista Kleber Montanheiro que se tornou o palco da companhia, desde seu primeiro trabalho. O desafio da obra é dar vida aos cinco atos da peça inglesa tendo como base a discussão sobre a loucura e o autoritarismo sem perder de vista a esperança e o otimismo inerentes à vida humana. O enredo nos conta sobre um rei que fica louco de ciúmes e manda prender e matar a própria esposa por acreditar que ela está se relacionando com seu amigo de infância.
O diretor conta que a Trilogia da Taverna é composta por três peças que evidenciam questões importantes na sociedade em diferentes épocas tais como: o papel da mulher na sociedade, o autoritarismo, o machismo enraizado, o fomento a cultura e ao teatro e a autocrítica dos atores do núcleo como artista são a base da escolha das obras para a trilogia. As duas primeiras peças são O Impostor Geral, baseado em O Inspetor Geral, do dramaturgo russo Nikolai Gogol; e Fuente Ovejuna, do dramaturgo espanhol Lope de Vega. “Também são peças que permitem o estabelecimento de certa intimidade entre os artistas e o público, pois as questões são muito do nosso contexto social e político”, explica Juliano.
Nas três montagens, também há uma progressão de densidade, sendo a primeira a mais leve e, a mais recente, a que contempla temas e passagens mais espinhosas. Nos três trabalhos foi utilizado o recurso do teatro de máscaras, uma linguagem que vem se tornando parte da estética da companhia. A primeira peça utiliza máscaras inspiradas nos bufões; a segunda usa máscaras expressivas e, a terceira, máscaras expressivas próprias da commedia dell’arte.
Além disso, o diretor também destaca que as três peças não contam com uma grande quantidade de montagens profissionais, o que reforça a importância de estarem sendo exibidas ao público sob a linguagem do grupo. “São espetáculos de extrema importância para todos aqueles que estudam e trabalham com teatro de maneira geral, mas que pouco podem ver essas obras em cartaz com frequência. ”, complementa Juliano Barone.
Ficha Técnica
Texto: William Shakespeare
Direção Geral: Juliano Barone
Assistente de Direção: Marcus Veríssimo
Tradução e Adaptação: Bruna Longo
Direção Musical: Wagner Passos
Composição: Lino Colantoni, Lisi Andrade, Marcus Veríssimo e Wagner Passos
Músicos: Gabriel Ferrara, Lino Colantoni, Lisi Andrade, Marcus Veríssimo e Murilo Inforsato
Treinamento em Máscara: Joca Andreazza
Treinamento Musical: Lino Colantoni
Treinamento em Música Tribal: Kjell Sandvik
Direção de Movimento: Bruna Longo
Confecção de Máscaras: Jair Correia
Cenário /Figurino: Kleber Montanheiro
Assistente de Figurino: Thais Boneville
Iluminação: Gabriele Souza
Identidade Visual: Danilo Ferrara
Produção: Maju Tóffuli
Assessoria de Imprensa: Ensaio Comunicação
Elenco: Ana Hikari, Evas Carretero, Juliane Arguello, Leonardo Vaz, Lino Colantoni. Lisi Andrade, Lucas Lentini, Mariele Goergen, Marcus Veríssimo, Monique Fraraccio, Murilo Inforsato, Pedro Casali, Priscilla Dieminger e Rodrigo Holanda
Stand-in: Daniela Duarte e Cássio Prado
Elenco de Apoio: Daniela Duarte e Gabriel Ferrara
Conto de Inverno
Viga Espaço Cênico
Sala Taverna
Rua Capote Valente, 1232 – Pinheiros
Capacidade: 40 pessoas
Duração: 110 minutos
Temporada: até 21 de maio
Domingos, segundas e terças, às 15 horas
Ingressos:
Domingos, R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Segundas e terças, grátis.
Classificação indicativa: 14 anos
Sobre a Cia
O Núcleo Sem Querer de Tentativas Teatrais foi criado pelo pesquisador Juliano Barone em comunhão com os atores Juliane Arguello, Marcus Veríssimo, Monique Fraraccio, Pedro Casali e Priscilla Dieminger, com o objetivo de ser um espaço de tentativas estéticas propostas pelos integrantes do núcleo, tendo como foco de trabalho a transposição de clássicos para uma instalação cênica hoje localizada no Viga Espaço Cênico.
O diferencial está na apresentação de um trabalho com extremo rigor estético, músicas ao vivo, composições originais, produções cuidadosas e bem elaboradas que agradam o público de todas as faixas etárias, tendo sempre como premissa a pesquisa do trabalho do ator com a máscara, o teatro épico e a música cênica.
O Núcleo ainda conta com artistas convidados que trabalham nos treinamentos e pesquisas em parceria com o elenco e equipe de produção. São estes Joca Andreazza (treinamento em máscara), Jair Correia (confecção de máscaras), Wagner Passos (direção musical e composição), Kleber Montanheiro (cenário e figurino), Guryva Portela (direção de movimento), Daniela Biancardi (treinamento em bufão), Angélica Salom (acrobacias circenses), Kjell Sandvik (Treinamento em Música Tribal) e Bruna Longo (direção de movimento). A estreia oficial aconteceu com o espetáculo O Impostor Geral, com direção de Juliano Barone no Viga Espaço Cênico, em 2015.
Foto: Danilo Ferrara
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