O Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS-SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, inaugura “Pintura Ibero-Andina – A arte religiosa na América Hispânica”, com curadoria de Beatriz Cruz. A exposição apresenta a mais recente incorporação ao acervo do MAS-SP, um conjunto precioso de 10 obras de arte ibero-andina – doação realizada pelo engenheiro e colecionador Ladi Biezus…
As peças expostas nesta nova mostra temporária do MAS-SP possuem inestimável relevância não apenas pela temática retratada, mas por revelarem o início da produção artística no continente americano. “Sua existência está intimamente relacionada aos fatos ligados à dominação espanhola na América, justificada, entre outros fatos, pelas bulas alexandrinas, editadas pelo Papa Alexandre IV, em 1493, nas quais se concedia aos reis católicos, Fernando e Isabel, a posse sobre terras descobertas. Em troca, a coroa espanhola assumia o compromisso de realizar uma ação efetiva de evangelização e conversão ao catolicismo dos povos da América”, comenta o diretor executivo do MAS-SP, José Carlos Marçal de Barros.
A partir de então, o continente americano era sustentado por dois poderes, o temporal e o espiritual – a Coroa e a Igreja. Ambos necessitavam se fazer presentes no Novo Mundo, algo possível apenas por meio de múltiplas representações, tanto para os nativos quanto para os que ali passaram a residir de forma a legitimar esses poderes. “Para cumprir os desígnios da evangelização, a Igreja lançou mão principalmente da arte como um recurso essencial para a difusão da fé. Del Caprio resume bem sua utilização ao definir a arte neste período como ‘um meio de expressão que exercia um especial fascínio sobre os indígenas, convertendo-se em um excelente suporte para as explicações didáticas sobre a doutrina católica’”, explica o diretor executivo do MAS-SP.
Logo, obras que retratavam cenas bíblicas do Novo Testamento, a vida dos santos, anjos, arcanjos, querubins e não raras cenas da Virgem Maria quando Menina e a vida de Jesus, feitas na Europa, aportam no Novo Mundo – e passam a ser reproduzidas por artistas e artesãos nativos ou europeus ali radicados, incorporando elementos da fauna e flora locais. Desta forma, no século XVII, um grande centro de produção artística é formado na região de Cusco, atraindo também artistas de outras cidades. Nos dizeres de Gonçalo Ivo, artista, arquiteto e escritor: “É num contexto como este que surge a Escola Cusquenha. Imagens que serviram à catequese, evidenciam o encontro entre culturas de diferentes mundos. Revelam algo de fresco, puro e primitivo. São joias coloridas no céu tosco do novo mundo”.
A partir de 1960, passa a integrar importantes coleções em São Paulo uma parcela dessa infindável produção artística de temática católica, onde é exibida em paredes, juntamente com mobiliários coloniais, imaginaria e outros objetos de culto, como cálices e ambulas. “Nesta mostra, o Museu de Arte Sacra traz um pouco desta forma de ver e exibir este tipo de expressão da fé, em conjunto com outras peças de seu acervo, como parte da política de dinamização da cultura da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado”, conclui José Carlos Marçal de Barros.
Exposição: “Pintura Ibero-Andina – A arte religiosa na América Hispânica”
Curadoria: Beatriz Cruz
Museu de Arte Sacra de São Paulo
Av. Tiradentes, 676 – Luz (estação Tiradentes do Metrô)
Tel.: 11 3326-5393 – agendamento / educativo para visitas monitoradas
Abertura: 18 de maio de 2019, sábado, às 11h
Período: 19 de maio a 2 de junho de 2019
Horários: De terça-feira a domingo, das 9 às 17h | Presépio Napolitano: das 10 às 11h, e das 14h às 15h
Ingresso:
R$ 6,00 (Inteira)
R$ 3,00 (Meia entrada nacional para estudantes, professores da rede privada e I.D. Jovem – mediante comprovação)
Grátis aos sábados
Isenções: crianças de até 7 anos, adultos a partir de 60, professores da rede pública, pessoas com deficiência, membros do ICOM, policiais e militares – mediante comprovação
Número de obras: 10
Técnica: Pintura
Dimensões: Variadas
O museu
O Museu de Arte Sacra de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, é uma das mais importantes do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 18 mil itens no acervo. O museu possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.
Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS/SP
Presidente do Conselho de Administração – José Roberto Marcelino
Diretor Executivo – José Carlos Marçal de Barros
Diretor de Planejamento e Gestão – Luiz Henrique Marcon Neves
Diretora Técnica – Maria Inês Lopes Coutinho
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