Xico Sá homenageia obra de Paulo Mendes Campos no Projeto Sinapses Poéticas

O projeto Projeto Sinapses Poéticas traz para o palco a reunião de convidados com a obra de escritores, dramaturgos, músicos, cineastas e antropólogos de estilos e linguagens diferentes. Para o encontro de julho, que acontece dia 31, quarta-feira, às 20h, no Centro da Terra, o jornalista e escritor Xico Sá acentuará algumas singularidades em comum entre a sua obra e do escritor, poeta, cronista, tradutor e jornalista mineiro Paulo Mendes Campos…

 

 

 

 

Ao lado de Fernando Sabino, Otto Lara e Hélio Pellegrino, o belo-horizontino Paulo Mendes Campos faz parte da grande geração de poetas e cronistas mineiros. Foi amigo de Pablo Neruda e publicou dezenas de crônicas e poesias, incluindo O Domingo Azul do Mar (1966), Transumanas (1977), Trinca de Copas (1984), Os Bares Morrem Numa Quarta-Feira (1980), entre outras antologias e compilações.

Como tradutor se debruçou nas obras de Oscar Wilde, Shakespeare, Charles Dickens, Jorge Luis Borges, T.S. Eliot, Emily Dickinson, Rosália de Castro e muitos outros.

Em 2019, faz 40 anos do lançamento de Poemas (1979) e 50 anos do seu livro de crônicas O Anjo Bêbado (1969).

Jornalista, escritor e cronista, o cearense Xico Sá, que já lançou mais de 13 livros, começou a carreira em Recife onde se destacava na imprensa alternativa local. Em seguida, já nos anos 1990, se mudou para São Paulo como jornalista investigativo da Folha de São Paulo. Paralelamente, foi lançando livros de crônicas, escrevendo colunas semanais e participando de mesas sobre futebol na TV.

 

Encontros mensais
Idealizado e dirigido por Eduardo Beu (criador dos Trovadores do Miocárdio, Black Poetry e Microtragédias do Desejo), Projeto Sinapses Poéticas torna o “verbo” como o seu cerne. O projeto, que teve início em março de 2019 com Fausto Fawcett e a obra do músico Lou Reed, tem a palavra como fio condutor, apresenta encontro entre os trabalhos de grandes escritores, dramaturgos, músicos, cineastas e antropólogos de estilos e linguagens heterogêneas e convidados com declamação de poemas e recortes literários trazendo à cena em um novo contexto das obras poéticas.

Na sequência de apresentações, Projeto Sinapses Poéticas terá Cida Moreira em homenagem a Silvia Plath (28 de agosto).

 

Conexão da oralidade
Projeto Sinapses Poéticas é estruturado na conexão da oralidade (declamação de poemas, recortes literários e sínteses biográficas) com breves reflexões e entrevistas com convidados, tendo em alguns momentos a intersecção de LP’s de poesia declamada tocado ao vivo e fragmentos de vídeos dos autores homenageados recitando seus próprios textos.

“O convidado da noite refletirá sobre os aspectos estéticos, filosóficos e socioculturais desse autor, trazendo um novo contexto em torno de parte de sua obra poética. Além disso, recitará os poemas e fragmentos literários preferidos”, adianta ele.

Para Eduardo Beu, Dylan Thomas, e.e. cummings, Pablo Neruda, Florbela Espanca, Silvia Plath, Lou Reed, Werner Herzog, Augusto dos Anjos, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Adalgisa Nery, Jorge Amado, Cassiano Ricardo, Marguerite Duras, Pier Paolo Pasolini, Jean Genet, W. H. Auden, Robert Frost e Jeremy Narby, entre outros, formam um amálgama de escritores, dramaturgos, músicos, cineastas e antropólogos de estilos e linguagens heterogêneas.

“Todos eles desbravadores da alma humana e dos mistérios da vida. Todos eles possuem o calhamaço de chaves que abrem as portas enferrujadas das nossas inquietações ancestrais, todos eles nos ajudaram a destravar sentimentos adormecidos lá no quarto escuro da nossa inconsciência, jogando luz através da literatura, da poesia, do verbo e do pensamento. Todos eles convergem para a palavra ou concernem da palavra. Cada um através de suas ferramentas investigativas criaram suas sinapses poéticas”, explica.

 

Espaço de experimentação
O projeto de literatura Projeto Sinapses Poéticas integra a programação do Centro da Terra. O espaço cultural abre as portas para receber apresentações de teatro, música, dança e performance, além de trabalhos de artes visuais naquilo que mais lhe parece óbvio: o experimentar. Sem a busca por produtos definitivos ou meras apresentações circunstancias para cumprir temporadas, os artistas são convidados a construírem experiências cênicas e musicais, estéticas, dramatúrgicas, coreográficas, performáticas e conceituais.

Ficha Técnica
Direção, Roteiro e Concepção Artística – Eduardo Beu
Performer e Mediação – Ian Uviedo.

 

 

 

 

 

Projeto Sinapses Poéticas
Paulo Mendes Campos com Xico Sá
Centro da Terra
Rua Piracuama, 19 – Perdizes
Tel.: (11) 3675-1595
Capacidade: 100 lugares
Duração: 70 minutos
Quarta-feira, 31 de julho, às 20h
Recomendado para maiores de 16 anos
Ingressos: Ingresso consciente (o público, consciente do trabalho envolvido para realização do espetáculo, e do valor que ele dá para vivenciar esta experiência, escolhe quanto acha adequado pagar pelo seu ingresso, de acordo com sua condição financeira)
Vendas pelo site Sympla

 

Café do Centro da Terra – de segunda a sexta-feira, das 12h até o início dos espetáculos.

 

O Centro da Terra é um espaço cultural independente sem fins lucrativos mantido por Keren e Ricardo Karman. Inaugurado em 2001 e reformado em 2015, suas instalações abrangem um teatro com palco italiano, um ateliê, uma praça de convivência com um café, um terraço e salas multiuso.

O teatro situa-se doze metros abaixo da superfície terrestre e foi aberto, após dez anos de obras e escavações no quarto e quinto subsolos de um edifício, no bairro de Perdizes, na capital paulista. Seu nome vem da sua localização subterrânea e é, também, uma homenagem ao espetáculo Viagem ao Centro da Terra realizado, em 1992, pela Kompanhia do Centro da Terra.

A programação é dirigida a todos os públicos, focada em produções, apresentações e ações de formação em Música, Artes Cênicas e Visuais que priorizem a linguagem contemporânea, e que dialoguem com a pesquisa da Kompanhia do Centro da Terra. A escolha da programação é feita por uma equipe de curadores que, a partir de suas pesquisas autorais, trazem para o Centro da Terra trabalhos experimentais de artistas emergentes e/ou consagrados, lançamentos, remontagens, temporadas pós estreia e projetos especiais.

O local também abriga a escola de Arte Grão do Centro da Terra, que desenvolve um curso livre em que crianças e adolescentes participam de experiências nas diversas linguagens artísticas e que tem como fundamento a liberdade de criação, a ludicidade e a participação coletiva em percursos singulares. Atualmente o espaço conta com o Edital de Apoio aos Espaços Independentes da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

 

Foto: Johnny Macedo

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