Alexandre Arez por Tarso Araújo

“E por falar em saudades”, bolero é daqueles tipos de música que marcam a vida das pessoas. Bolero embala o amor, abala os corações mais endurecidos.

 

 

O projeto Segue o Baile, do Sesc Pompéia, que ocorre toda quarta-feira para o público da terceira idade, trouxe no último dia 7 toda essa força musical e sentimental do Bolero com Alexandre Arez, cantor que dá ares de vivo momento a essa experiência que pulsa dos corações, que convida para a dança dos corpos ligados pela vida e pela canção.

Mesmo quando dá licença ao bolero e galopa no foxtrote de Wando ou vira a mesa num samba de Alcione e noutro de Beth Carvalho, ele, sem lero-lero, num bole bole de bamba joga a bola da alegria para os casais.

E Amélia, sem a menor vaidade, se entrega à luminosidade das Ritas, das Marias, das Anas e tantas mais que num “tiro ao álvaro” certeiro, não perdem jamais o trem de Adoniran, porque, como diz a música de Gonzaguinha que Alexandre traz, enquanto carrega o seu patuá de poesia e voz, é preciso “viver e não ter a vergonha de ser feliz”.

Alexandre Arez, enquanto canta, mostra que sabe o que o coração é: “um louco alucinado meio inconsequente”, e que, num falsete de cristal em “All I ask you”, numa paixão sem falsidade, canta e diz: “Vem, vem, vem, vem sentir esse calor” no bolero, no samba, no Tim Maia sem meias palavras, no além do horizonte com Jota Quest, na Jovem Guarda e tudo mais que na voz de Arez resguarda a mocidade de todos nós, afinal, ser feliz e amar não tem idade; é isso que importa, como reforça o refrão de Roberto Carlos que diz na lata “que tudo mais vá pro inferno” para elevar ao máximo o amor de todos os casais.

 

 

Tarso Araújo

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