Com repertório delicado e arranjos calcados numa sonoridade especialíssima, a voz de Carlos Navas dialoga com o sitar (*) do hispânico brasileiro Marcus Santurys. A única apresentação acontece dia 24 de agosto, no espaço da Casa dos Trovadores Urbanos, que comporta apenas 50 pessoas, no Bairro das Perdizes, sem amplificação, em formato completamente acústico…
Cantor e instrumentista se conheceram através das redes sociais. Carlos fez uma postagem manifestando a intenção de realizar um concerto em voz e sitar (*). Vários músicos se interessaram, mas a conexão com Santurys (único sitarista no Brasil que estudou com Ravi Shankar, guru musical dos Beatles) foi imediata, o que se confirmou nas mensagens trocadas por wapp e num primeiro encontro presencial.
Num momento delicado pelo qual atravessam o Planeta, a humanidade, o Brasil e as artes, os dois imantam a urgente egrégora do diálogo através do som, suas infinitas cores e texturas e, também, do silêncio. O concerto alterna momentos instrumentais e duos.
Neste segundo aspecto, Navas apresenta tanto novas versões para algumas canções já gravadas por ele anteriormente, caso de “Ânima” (Milton Nascimento/ Zé Renato) e “O Espantalho” (Claudio Nucci/Paulinho Tapajós), como releituras que serão mostradas em primeira mão: “Something” e “While my Guitar”, de George Harrison (assim como Marcus Santurys, um discípulo de Ravi Shankar), “Visão da Terra” (Tetê Espíndola/ Carlos Rennó) , “Tristeza do Jeca” (Angelino de Oliveira) e “Asa Branca” (Luiz Gonzaga/ Humberto Teixeira).
Carlos Navas & Marcus Santurys
“Música & Expansão de Consciência”
Casa dos Trovadores Urbanos
Rua Aimberê, 651 – Perdizes
Informações: 2595 0100 / WhatsApp 11 9 6177 6802
Capacidade: 50 pessoas
Duração: 55 minutos
Sábado, 24 de agosto, às 20h
Ingresso: R$ 40,00
Venda Online: Sympla
Classificação etária: recomendação 10 anos
Marcus Santurys
Sitarista, compositor, produtor musical hispano brasileiro, viveu na Europa 15 anos e 1 ano na India, em aprendizados em sua tradição musical clássica. Único sitarista no Brasil que estudou diretamente com o o grande mestre Ravi Shankar ,guru musical dos Beatles, e que hoje utiliza os mesmos modelos de sitar que Ravi e sua filha Anoushka Shankar, construídos por Sanjay Rikhi Ram, em 2014, também únicos no país.
Para isso, desenvolveu uma técnica própria, modificando o instrumento, que é diatônico, tornando o cromático, com a orientação do mestre Shankar. É o introdutor no Brasil da Arpa Saltério Persa, antecessor mais antigo do piano ocidental, de origem babil}onica do século VII A.C. Introduziu a linguagem da World Music por aqui, após vários anos vivendo na Espanha, onde participou da fundação dos grupos Rádio tarifa, Cálamus e Ojos de Brujo.
Atuou por 3 anos com Wagner Tiso em gravação de discos e shows, acompanhado do cantor Salif Keita e do violonista flamenco Vicente Amigo. Entre outras parcerias, figuram expoentes da atual música instrumental espanhola, como Javier Paxariño, Eduardo Logullo e Suso Sáiz, e da brasileira, como Ná Ozzetti, Grupo Mawaca, Renato Teixeira, Ivan Vilela, Ná Ozzetti e Ana Maria Kieffer.
Carlos Navas
O intérprete paulistano tem dez discos solo elogiados. Em seu repertório, reúne autores contemporâneos expressivos como Alzira E, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Marina Lima e Vitor Ramil.
Em 22 anos de carreira, lançou álbuns temáticos dedicados a Mario Reis e Custódio Mesquita e também dois cd´s infantis: “Algumas Canções da Arca… “(2004) e ”Canções de Faz de Conta” (2007), onde interpreta, respectivamente, Vinicius de Moraes e Chico Buarque para crianças.
Em 2013, chegou ao mercado o DVD ENSAIO, que registra sua passagem pelo programa homônimo, dirigido por Fernando Faro. Neste mesmo ano, idealizou e produziu o concerto e álbum “Nazareth Revisitado”, para o pianista João Carlos Assis Brasil, do qual participa , ao lado de Alaíde Costa.
O acústico “Crimes de Amor” (2015) é seu décimo álbum e mereceu elogios unânimes da crítica, ganhando uma nova tiragem física em 2017. Em 2016, lançou seu primeiro single digital com a releitura em voz e piano de “O Chamado”, hit de Marina Lima dos anos 1990. No ano seguinte, foi convidado pelo músico Guga Stroeter para ser a voz do espetáculo em homenagem aos 30 anos do quinteto de jazz Nouvelle Cuisine.
(*)Sitar é um instrumento musical de origem indiana, que é da família do alaúde. É um símbolo da música da Índia. Pra esclarecer a diferença entre o sitar e a cítara é que esta e os integrantes de sua família são classificadas como um tipo de cordofone que, suas cordas se estendem junto à caixa de ressonância. Já o alaúde e sua família como adexe, sentar (persa), sitar ou a veena, possui suas cordas esticadas além da caixa de ressonância, ou seja, num braço. O nome “sitar” provém do persa, e significa “de três cordas”, o que é uma alusão à forma original do instrumento. Atualmente o sitar apresenta um grande número de cordas, em geral dezoito, sendo as mesmas subdivididas em três categorias: as cordas de execução, as cordas de bordão ou pontuação, e as cordas simpáticas, ou simpatéticas. Muitos sitars atualmente possuem um segundo ressonador, feito de cabaça, posicionado atrás do braço, em posição oposta à do bojo do instrumento. Alguns sitars ainda possuem trastes móveis, o que permite que o músico toque com mais facilidade determinadas peças musicais.
Foto: Victor Soldano
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