De 22 a 25 de agosto (quinta-feira a domingo) o Itaú Cultural resgata parte da memória cultural da cidade de São Paulo em celebração aos 40 anos do teatro Lira Paulistana…
Situado em um velho porão da conhecida rua Teodoro Sampaio, no bairro de Pinheiros, tornou-se um importante palco da vanguarda paulistana entre 1979 e 1986. Com apresentação de Laert Sarrumor, um dos membros do Língua de Trapo, a cada dia, uma penca de convidados remanescentes daquela época passa, agora, pela sala de espetáculos do instituto da avenida Paulista.
Ná Ozzetti, Passoca e Chico Pardal abrem os shows no primeiro dia, quinta-feira. Um dia depois, é a vez de Jica, Turcão, Wandi, Wilson Souto e o próprio Sarrumor, ao lado de mais um Língua de Trapo, Sérgio Gama. No sábado, o palco é de Taciana Barros, da Gang 90, Finho, do grupo 364, Paulo Barnabé, membro da Patife Band, e Fernandinho Lira. Fecham as apresentações no domingo, Arrigo Barnabé, Tetê Espindola e Vania Bastos. Todos os dias, os convidados são embalados pela Banda Base, formada por Paulo Lepetit, no baixo e direção musical, Mário Manga, na guitarra e cello), a bateria de Marcos Costa e a voz de Andreia Dias.
Esta programação oferece reserva de ingressos. Gratuitos, como todas as atividades do instituto, eles ficarão disponíveis, para quem fez a reserva, até três horas antes do início de cada apresentação. Caso os lugares não se esgotem na plataforma online, as entradas remanescentes serão disponibilizadas para retirada na bilheteria física do instituto.
O velho Lira
Criado pelo produtor musical Wilson Souto, o administrador Chico Pardal, o produtor de teatro Plínio Chaves, o comunicador visual Ribamar de Castro e o jornalista Fernando Alexandre, no velho galpão da Teodoro Sampaio, o Lira Paulistana rapidamente se transformou em um espaço de vanguarda e agito cultural.
Ao mesmo tempo que era palco para música, funcionava como espaço para teatro, cinema, artes plásticas, literatura e jornalismo. Por ali passaram nomes como Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Na Ozzetti e Paulo Tatit (Grupo Rumo), Suzana Salles, Cida Moreira, Nelson Ayres, Jorge Mautner, Laura Finocchiaro, Marcelo Tas, Maurício Kubrusly, Elias Andreato, Paulo Caruso, Língua de Trapo, Premeditando o Breque, Titãs do iê iê iê, Ira, Ultraje a Rigor, entre outros artistas que vivenciaram um dos mais estimulantes movimentos experimentados pela capital paulista.
Lira Paulistana – 40 anos
Itaú Cultural
Sala Itaú Cultural
Av. Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Tel.: 11. 2168-1777
Capacidade: 224 lugares
De 22 a 25 de agosto
De quinta-feira a sábado, às 20h
Domingo às 19h
Duração: 80 minutos
Classificação indicativa: Livre
Entrada gratuita
Interpretação em Libras
Acesso para pessoas com deficiência física
Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:
3 horas: R$ 7,00; 4 horas: R$ 9,00; 5 a 12 horas: R$ 12,00
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
Wilson Souto Júnior
Estudou Arranjo e Regência na Escola de Música de São Caetano do Sul. Em 1979, foi o idealizador, em São Paulo, do Teatro Lira Paulistana, um marco cultural paulistano que abrigou e difundiu a chamada Vanguarda Paulistana da década 80. O Lira foi um centro de animação cultural, de produção de eventos e difusão artística, composto por teatro, gráfica e um selo fonográfico. O Lira Paulistana foi ainda epicentro de artistas e grupos como Itamar Assumpção, Tetê Espíndola, Premeditando o Breque, Língua de Trapo, de vários expoentes do rock (Titãs, Ultraje à Rigor) e da música instrumental brasileira, como Pau Brasil, Grupo Um entre outros.
No período de 1983 a 1989 ocupou o cargo de Diretor de Artistas e Repertório Nacional e Internacional da então “Gravações Elétricas” (Discos Continental e Chantecler), tendo como principais artistas Olodum, Chiclete com Banana, Tim Maia, Milionário e José Rico, Roberta Miranda, Daniel, Gaúcho da Fronteira, Asa de Águia, Beto Barbosa, Araketo, Pixote, Arrigo Barnabé, Banda Mel . Selecionou e gravou quase a totalidade das músicas que compuseram o movimento da Lambada, internacionalmente , inclusive a música “ Chorando se foi”, sucesso mundial na interpretação do grupo Kaoma . Este movimento resultou num faturamento de cerca de U$20 milhões a todos os envolvidos, tendo só “Gravações Elétricas” obtido um faturamento líquido de 25% deste valor.
Em 1996 lançou o Grupo Carrapicho de Manaus, que estourou em todo mundo com a música tic tic tic tac ( “Bate forte o tambor , eu quero tic tic tic tac”) colhida nas festas de Bumba meu boi de Parintins . O faturamento mundial deste sucesso superou o do grupo Kaoma e resultou na criação da Atração Fonográfica Ltda.
Como presidente da Warner Music Do Brasil (WMB) – cargo que assumiu em 1999 – recolocou a gravadora na liderança do mercado de música popular brasileira, alcançando resultados financeiros expressivos e recontratando artistas tradicionais de seu cast, que tinham migrado para gravadoras multinacionais concorrentes.
Atualmente é proprietário do Grupo Atração Fonográfica Ltda, composto por três empresas do segmento de entretenimento (editora, gravadora e empresa de eventos), com sólida experiência de atuação no setor da música. A Atração, com sua equipe de profissionais, se configura como uma empresa cuja respeitabilidade, know how técnico/gestão e credibilidade são reconhecidos por toda a cadeia produtiva da economia da música brasileira.
Foto Wilson Souto Junior: Reprodução do Facebook
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