MITbr – Plataforma Brasil 2020

A MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo tem data marcada no calendário para sua sétima edição: de 5 a 15 de março de 2020 em diversos teatros e espaços da capital. Um dos eixos da mostra, a MITbr – Plataforma Brasil – programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras – recebeu 791 inscrições para a Convocatória #MITbr2020, encerrada na última quarta-feira, dia 27 de agosto de 2019…

 

 

 

Em 2018, 464 projetos se inscreveram na #MITbr e 10 trabalhos foram selecionados e apresentados em março de 2019 na capital paulista. O resultado com os grupos e artistas pré-selecionados para compor a programação da #MITbr2020 será divulgado no dia 14 de novembro no site mitsp.org.

 

MITbr e sua trajetória
Em 2020 será a terceira edição da MITbr – Plataforma Brasil. O programa de internacionalização das artes cênicas brasileiras da MITsp foi se aperfeiçoando ao longo dos anos. Lançada em 2018, recebeu em suas duas edições anteriores o total de 477 propostas, de 19 estados brasileiros (AL, AM, BA, CE, DF, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS e SC). Desse montante de inscrições, 34 trabalhos foram selecionados e apresentados, mais 6 aberturas de processo compuseram a programação, para que 68 curadores internacionais e 17 nacionais pudessem fruir um recorte da produção nacional recente. O público também se beneficiou com o programa: mais de 5 mil pessoas assistiram às apresentações nos teatros e espaços da capital paulista.

A primeira e segunda edição teve a equipe curatorial composta por Christine Greiner (2018), Felipe de Assis, Sonia Sobral (2019) e Welington Andrade. Em 2020, os trabalhos selecionados serão escolhidos pelos artistas Alejandro Ahmed, Francis Wilker e Grace Passô.

 

MITbr 2020
O desejo para a edição da MITbr de 2020 “é poder lançar um olhar sensível para a multiplicidade de nossa produção cênica num momento tão complexo do Brasil, em que o mundo nos mira com olhos apreensivos. A MITbr é hoje um espaço ímpar para criar pontes entre a cena brasileira e outras geografias (…) Nosso papel é conseguir traçar uma paisagem contundente que seja capaz de potencializar as muitas vozes e corpos de nosso tempo espalhados de Norte a Sul do país nos teatros, nas ruas, nas cidades”, resume um dos curadores Francis Wilker.

 

Impressões dos curadores internacionais a respeito da última MITbr (2019):
“A MITbr ampliou meu conhecimento e curiosidade sobre o panorama das artes cênicas brasileiras”. Daniela Nicolò/ Santarcangelo Festival

“Muito útil conhecer artistas brasileiros e ter noção da amplitude da cena”. Mark Ball/ Manchester International Festval

“O programa do festival me permitiu mergulhar em uma grande variedade de propostas brasileiras, muito diferentes, mas a maioria deles política ou socialmente envolvidas, ressoando fortemente em questões reais e muitas vezes inscritas no contexto brasileiro, que foi muito interessante, isso tudo ampliou minha visão de quais são as lutas e dinâmicas no país”. Mélanie Dumont/ Ottawa National Arts Center

“A MITsp expandiu meu conhecimento sobre artistas contemporâneos do Brasil e me inspirou a gerar novos projetos que incluam esses artistas”. Cecilia Kuska/ Festival Proximamente em Bruxelas

“Todos os artistas que descobri durante a Plataforma expandiram meus conhecimentos sobre a cena contemporânea brasileira”. Arthur Nauzyciel/ TNB – Théâtre National de Bretagne

“Foi uma excelente oportunidade ver o trabalho dos artistas brasileiros, o que eles estão fazendo agora, quais perguntas estão se fazendo e eu entendo que essas questões respondem a um contexto sociopolítico, portanto é também abordar esse contexto, não através das notícias, mas através de leituras artísticas. (…) Eu pude ver a profundidade com que os artistas trabalham, a enorme proposta reflexiva, inteligente e sensível que eles sugerem”. Paula Giuria/ FIDCU – Festival Internacional de Danza Contemporánea de Uruguay

 

Minibios

Alejandro Ahmed
Coreógrafo, diretor artístico e bailarino do Grupo Cena 11 Cia. de Dança. As investigações atuais de Alejandro Ahmed estão situadas em novas definições do conceito de coreografia. Termos como “situação coreográfica”, “coreografia imaterial” e “dança generativa” indicam as áreas de interesse em que Alejandro Ahmed desenvolve seus procedimentos de trabalho com o Cena 11 e como artista solo. Suas novas proposições teóricas e práticas estabelecem a tríade correlacional EMERGÊNCIA-COERÊNCIA-RITUAL como diretrizes de suas ações.

Francis Wilker
É artista da cena, pesquisador, curador e professor do curso de Teatro do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará. É um dos fundadores do grupo brasiliense Teatro do Concreto. Como curador, colaborou com o Festival Internacional de Teatro de Brasília – Cena Contemporânea; com a Mostra Baiana do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC-BA), com o Festival Nordestino de Tetro de Guaramiranga e com o Maloca Dragão (ambos do CE). Mestre e doutorando em Artes Cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). É autor do livro Encenação no espaço urbano (editora Horizonte, 2018) e têm artigos publicados em sites e revistas dedicados ao pensamento sobre o teatro brasileiro contemporâneo.

Grace Passô
Atriz, diretora e dramaturga brasileira, desenvolve seu trabalho em parceria com diversos artistas e companhias teatrais brasileiras. Dentre seus trabalhos, dirigiu “Contrações” (Grupo 3 de Teatro, SP), “Os Bem Intencionados” (LUME Teatro, SP); atua nas peças “Krum” (Companhia Brasileira de Teatro, PR) e em espetáculos do repertório do grupo Espanca!, grupo mineiro que fundou em 2004 e que permaneceu por dez anos, assinando a dramaturgia de espetáculos como “Marcha para Zenturo” (em parceria com o Grupo XIX de Teatro, SP), “Amores Surdos”, “Congresso Internacional do Medo” e “Por Elise”, sendo diretora destes dois últimos trabalhos. Em 2016, estreou o espetáculo solo “Vaga Carne”, no qual atua e assina o texto. Dentre os prêmios e indicações recebidos, estão o Prêmio Shell, APCA – Grande Prêmio da Crítica, Prêmio Questão de Crítica, APTR, Cesgranrio, Prêmio Leda Maria Martins, Prêmio Bravo! Prime de Cultura, Festival do Rio, Festival de Brasília (Troféu Candango), Festival de Turim e Medalha da Inconfidência.

 

Foto Boca de Ferro: Guto Muniz

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