Criação inédita de dança da Amarela Plataforma propõe experiência cênica no Pico do Jaraguá

Criado com apoio do Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais – VAI, (nome do espetáculo) faz primeira temporada no Pico do Jaraguá e, em seguida, reestreia um novo formato no entorno de estações paulistanas de trem e metrô…

 

 

 
Artistas jovens da dança e do teatro que se cruzaram durante suas formações, eventos e apresentações se uniram para fundar a Amarela Plataforma, um coletivo estreante que tem como principal objetivo a proposição de trabalhos cênicos em multiplataforma. A primeira criação do grupo, EKOa, tem estreia prevista para o dia 22 de janeiro, quarta-feira, e ocorre no Pico do Jaraguá, um site-specific que discute a relação com a natureza dentro da megalópole de São Paulo. Os ingressos são gratuitos e será disponibilizado pelo grupo um transfer entre a estação Vila Clarice até o topo do Pico do Jaraguá, local de início para apresentação. Para assistir, basta preencher o formulário disponível neste link: EKOa

EKOa nasce primeiramente da relação dos criadores da plataforma – Adélia Wellington, Luann Dias, Ricardo Januário e Victor Pessoa – com o bairro do Jaraguá, em que os artistas moram ou moraram. “Começamos a dialogar sobre os formatos de muitas danças na cidade que ocorrem apenas no centro e atingem as mesmas pessoas. A partir do descontentamento com esse cenário é que decidimos ocupar outros espaços, testar outras possibilidades em dança”, conta Victor Pessoa.

As pesquisas para a obra se iniciaram com um projeto que nomearam Laboratório do Sensível – Camada do Outro em Mim, que consistia em incursões por diversos espaços do bairro a fim de entender mais sobre suas dinâmicas, o comportamento dos moradores e os hábitos locais.

A dança em EKOa assume um lugar minimalista, propondo fortalecer a poesia presente na natureza do espaço, além de explorar outras materialidades, como o figurino terroso e fluido criado por Adélia Wellington e as instalações de argila criadas por Bruna Hirai. A relação direta entre público, performers e natureza será costurado por um áudio que o público irá receber no celular dias antes da apresentação para ser executado durante a trilha, compostos por textos que dão uma nova camada de percepção sobre a experiência.

 

 

Próximas temporadas

Ainda estão previstas sessões de EKOa em estações de trem e metrô, com datas a serem divulgadas. Para essas apresentações, a Amarela Plataforma estabelece uma relação diferente com o entorno, propondo um contraste, e não similaridade, como caracterizava-se o primeiro formato. Com figurinos mais coloridos e gestos muito lentos, cria-se uma espécie de lupa no ritmo acelerado dos locais onde irão performar. “Cada lugar fará a obra acontecer de um jeito diferente, e nas estações a experiência irá acolher tanto quem optar parar para assistir a obra inteira quanto os que só a assistirem por alguns momentos”, diz Ricardo Januário.

O grupo também já fez experimentações artísticas em algumas estações para entender as dinâmicas desses espaços. Foi justamente em uma dessas ocasiões que o nome da plataforma foi criado. “Eu estava dançando com uma camiseta de um tom muito forte de amarelo e percebemos que o contraste da cor e do movimento em meio a um local tão acelerado e cinza como o de uma estação diziam muito sobre nossas propostas”, conta Victor.

Os gestos rompantes, a luz, a emanação de vida e uma frequência diferente da que acontece em outros espaços caracterizam a Amarela Plataforma. Os integrantes revelam interesse em seguir experimentando criações em formatos que cruzem as diferentes linguagens da cena nas suas próximas obras. “Queremos proporcionar um lugar aberto e liberto para diferentes criações que possam incluir vídeo-arte, residências artísticas, entre outras manifestações”, conta Luann Dias.

 

Sobre os artistas

Ricardo Januário é bailarino e performer. Natural de Passos-MG, mora em São Paulo há mais de dez anos. Se interessa atualmente pela fricção entre dança e outras linguagens das artes, já tendo trabalhado com Shamel Pitts (USA), Morena Nascimento (BR) e Naufus Ramirez Figueroa (GUA), entre outros.

Adélia Wellington é artesã bailarine figurine-estiliste e dedica-se ao estudo das figuras que comunicam vida e possibilidades através do corte e costura enquanto atravessade por sonoridades; assume assim a relação de seu corpe e danças e vestimentas, um amplo espaço de existências outras dentro e fora de si.

Luann Dias é natural de Sergipe. Artista-pesquisador do movimento, interessa-se em práticas com abordagens somáticas e práticas corporais orientais. Também é massoterapeuta atuante.

Victor Pessoa é artista da cena, com formação em teatro e dança. Em sua produção, busca fazer propostas que trabalhem a interseccionalidade das linguagens, já tendo trabalhado com Katie Duck (HOL), Sandro Borelli e Wellington Duarte.

Bruna Hirai é artista visual, tatuadora e arte-educadora. O enfoque de sua produção está na relação dos objetos de arte com os espaços públicos da cidade (e não cidade), e de que forma esses objetos contribuem para construção de novos afetos.

Alice Vasconcelos trabalha com dança desde 2012 e com fotografia desde 2013. No último ano, mesclou um ofício no outro, e se concentrou em produzir fotografias de movimento. Acredita na poética e na potência das imagens dançadas.

Ficha Técnica EKOa
Performers: Adélia Wellington, Luann Dias, Ricardo Januário e Victor Pessoa. Artista visual: Bruna Hirai. Fotos: Alice Vasconcelos. Trilha sonora: Mauricio M.

 

 

 

 

 

 
EKOa
Parque Estadual Jaraguá
Rua Antônio Cardoso Nogueira, 539 – Vila Chica Luisa
Capacidade: 20 pessoas
De 22 de janeiro a 1º de fevereiro, quarta-feira a sábado
Horário: 15h às 16h40 (100 minutos)
Classificação Indicativa: Livre
Ingressos: Grátis. É necessária inscrição prévia por meio do site EKOa 

Cronograma
14h30 – Chegada do público na Estação Vila Clarice (Linha 7-Rubi da CPTM) e ida de carro até o topo do Pico do Jaraguá
15h – Início da deriva performática EKOa no topo do Pico e descida pela trilha do Pai Zé
16h40 – Encerramento

Informações e recomendações sobre a trilha do Pai Zé
– Trata-se de uma trilha de dificuldade média e sua extensão é de 1,8 km.
– Recomenda-se o uso de roupas e tênis confortáveis, protetor solar e repelente de insetos.
– Recomenda-se que os participantes tenham sido vacinados contra a febre amarela
– É proibido alimentar os animais da trilha.
– É proibido levar qualquer tipo de folhagem, inseto ou material orgânico do local.

 

Foto: Alice Vasconcelos

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