Teatro de Contêiner Mungunzá lança Plataforma Digital

Coletânea online de produções artísticas em suas diversas ramificações, como teatro, dramaturgia, encenação, música, artes visuais, dança, circo e literatura, a Mungunzá Digital pretende criar um acervo de conteúdos digitais de artistas de várias partes do mundo…

 

 

 

 

Com as atividades artísticas suspensas devido a pandemia do novo coronavírus, o Teatro de Contêiner Mungunzá, que se mantém aberto para atividades relacionadas aos direitos humanos, se mobilizou para seguir atuando artisticamente e criou um novo projeto: a Mungunzá Digital. O Teatro agora estará aberto numa plataforma online produzida por artistas e que pretende ser, antes de tudo, uma possibilidade de encontro.

A programação eclética abrigará uma diversidade de conteúdos artísticos, culturais e sociais, pesquisas e projetos de variados artistas, criando um vasto acervo que abre espaço para conversas e aprofundamento nas obras e conteúdos dispostos. A Mungunzá Digital foi a forma que os artistas do Teatro de Contêiner Mungunzá encontraram para, num mundo virtual, em tempos de pandemia mundial, se manterem em movimento criando uma rede para que se possa articular e pensar novas formas e estratégias mais criativas de enfrentar esses novos tempos.

Para que todo conteúdo seja disponibilizado de forma mais rápida, o Teatro de Contêiner Mungunzá passa a contar com perfil próprio nas redes sociais. O @teatrodeconteiner foi criado especialmente para a divulgação da plataforma Mungunzá Digital e entra no ar dia 15 de maio, sexta-feira, com uma série de 10 episódios que narra todo o processo de idealização, construção e manutenção do Teatro de Contêiner Mungunzá até os primeiros dias da pandemia.

De acordo com Lucas Beda, um dos integrantes da Cia Mungunzá de Teatro, o projeto tem objetivo de inaugurar novas possibilidades de produção, curadoria e programação culturais e artísticas. “A ideia é conectar artistas, técnicos, produtores e pensadores, numa rede afetiva que se propõe a experimentar caminhos alternativos que perdurem para além do cenário atual”, conta ele.

 

Mostra Aquilombamento Digital

A Mungunzá Digital será lançada dia 25 de maio, segunda-feira, às 19h, ao vivo, por uma plataforma live stream onde os artistas receberão o público numa sala digital para uma conversa sobre a plataforma e os novos caminhos pensados para esse momento de quarentena com espaços culturais fechados. A programação tem início com a Mostra Aquilombamento Digital com curadoria de Filipe Ramos, integrante do Teatro de Contêiner Mungunzá, que irá pensar, discutir, fomentar e conhecer as produções negras criando um espaço de compartilhamento e visibilidade, que articule diferentes formas de pensamento e produções criativas negras.

Na área de dramaturgia, a mostra contará com depoimentos de Jhonny Salaberg, dramaturgo dos espetáculos Buraquinhos ou o Vento é Inimigo do Picumã e Mato Cheio e Luh Maza, autora de mais de dez 10 peças encenadas no Rio, São Paulo e Portugal, como Três t3mpos, Restos, A memória dos meninos e Carne Viva. Já o ator e diretor Ícaro Rodrigues, do espetáculo Quando eu morrer vou contar tudo a Deus fala sobre direção e encenação.

Jé Oliveira, diretor, ator e idealizador dos projetos Farinha com Açúcar e Gota D’água Preta fala sobre música em cena e Lilyan Teles, atriz e palhaça idealizadora do coletivo Circo di SóLadies aborda o tema humor e palhaçaria.

A cada mês uma nova curadoria será lançada na plataforma digital. Depois da Mostra Aquilombamento Digital, será a vez de uma mostra com artistas da Bahia.

 

Programação online e apoio entre artistas

O conteúdo da Mungunzá Digital já conta com espetáculos filmados da Cia Mungunzá de Teatro: Epidemia Prata, Poema Suspenso para uma Cidade em Queda, Luis Antonio – Gabriela, Por que a Criança Cozinha na Polenta? e Era uma Era; da Cia do Tijolo: Concerto de Ispinho e Fulô, O Avesso do Claustro, Cantata para um Bastidor de Utopias e Ledores do Breu; do Grupo XIX de Teatro: Hysteria e Hygiene, e do Grupo Magiluth: Luiz Lua Gonzaga, Viúva, Porém Honesta e O Ano que Sonhamos Perigosamente, além de trilhas sonoras, shows e filmes de Evaldo Mocarzel.

A ideia é que outros artistas integrem a plataforma e assim criar um acervo de conteúdos digitais de várias partes do mundo. Para isso, estará disponível no site www.teatrodeconteiner.com.br um formulário para inscrição de propostas, que pretende obter, além de aspectos técnicos, informações sobre as necessidades e desafios do artista durante o enfrentamento da pandemia.

A Mungunzá Digital é uma plataforma feita por artistas e para artistas, nas suas pluralidades de ideias, corpos e possibilidades, e para um público que se interessa por arte. “Pretendemos fazer um mapeamento de possibilidades das produções artísticas, para os artistas se reconhecerem, trocarem, se inspirarem, facilitando para produtores e pesquisadores culturais e o seu público interessado, além de criar uma rede de afetividade e produção artística, mesmo que não presencialmente”, explica Lucas Beda.

 

 

 

 

 

 

Mungunzá Digital
Sexta-feira, 15 de maio

Mostra Aquilombamento Digital
Lançamento dia 25 de maio, segunda-feira, às 19h.

Site: teatrodeconteiner.com.br

Instagram: @teatrodeconteiner

Facebook: @ciamungunzadeteatro

 

 

 

 

A Cia. Mungunzá

A Cia. Mungunzá de Teatro iniciou suas atividades em 2008, com uma pesquisa realizada em parceria com o diretor Nelson Baskerville, em torno do teatro épico de Bertolt Brecht, que gerou o espetáculo Por que a criança cozinha na polenta?. Entre 2008 e 2010, a peça realizou temporadas em São Paulo e participou de festivais em todo o Brasil, recebendo mais de 30 prêmios. Entre 2011 e 2013, também com a direção de Nelson Baskerville, a companhia realizou o premiado Luis Antonio – Gabriela, que narrava a história de transformação do irmão de Nelson Baskerville na travesti Gabriela. Concebido na perspectiva do teatro-documentário ou documentário cênico, Luis Antonio – Gabriela fez temporadas em São Paulo, além de circular por todo o Brasil e fazer apresentações em Portugal recebendo vários prêmios, entre eles o Shell e o APCA, o da Cooperativa Paulista de Teatro e o Prêmio Governador do Estado de São Paulo. Em 2015 estreia Era uma Era, que inaugura o repertório infantil da Cia. e no mesmo ano, o grupo leva aos palcos Poema Suspenso para uma Cidade em Queda, onde desdobra o tema da família em uma pesquisa sobre os relicários pessoais dos atores e pedaços de histórias, que se unem a experiências universais.

Em 2017 A Cia inaugura o Teatro de Contêiner Mungunzá, formado por 11 contêineres marítimos em um antigo terreno abandonado no bairro da Luz, centro da cidade de São Paulo. Vencedor do Prêmio APCA na categoria especial de teatro e um dos indicados ao Prêmio Shell de inovação pelo uso arquitetônico inédito voltado para o teatro, inserido na região degradada do centro da capital paulista, o Teatro de Contêiner Mungunzá recebeu, em dois anos, 549 apresentações teatrais (113 espetáculos diferentes). No ano seguinte, o grupo estreia Epidemia Prata, com direção de Georgette Fadel, que comemora 10 anos do coletivo e devolve ao público de forma engajada e poética a experiência vivida em um ano no centro de São Paulo, desde a criação do espaço na região da Luz. Também em 2018, a Cia lança o livro-arte sobre os 10 anos do grupo – Mungunzá: Obá! Produção Teatral em Zona de Fronteira… – com assinatura do pesquisador teatral Alexandre Mate e colaboração de José Cetra. No início de 2020, Epidemia Prata é encenado na Índia no Festival Internacional de Teatro de Kerala.

 

 

Foto Teatro de Contêiner Mungunzá: Victor Iemini

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