O que você diria a um fascista? Correspondências trocadas por atrizes, atores, dramaturgos e dramaturgas compreendem em cartas a ele. respostas artísticas a um opressor desconhecido por meio de vídeo monólogos e a criação de um texto teatral inédito.
Em cartas a ele., grupo apresenta work in progress online e com programação que tem início com aula pública de Marcia Tiburi
Formado por artistas vindos do Instituto de Artes da UNESP e da SP Escola de Teatro, o Núcleo Barro 3 tem uma pesquisa fundamentada na investigação e criação dramatúrgica por meio da escrita de cartas. Em 2021, o grupo irá compartilhar o seu processo de pesquisa de cartas a ele. com o público por meio de uma série de atividades online. A programação será aberta no dia 6 de fevereiro, com a aula pública de Marcia Tiburi (professora de filosofia, escritora e artista visual), que tenta responder à pergunta “O que você diria a um fascista?”. A aula acontece no Instagram e YouTube do Núcleo Barro 3. O projeto cartas a ele. foi contemplado pelo edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc Nº36 (2020) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. O Núcleo Barro 3 conta com a participação artistas convidados no elenco e dramaturgia desse projeto.
A pergunta e a aula pública serão disparadores para criação de ações artísticas híbridas entre teatro e o audiovisual. Elas irão contribuir para que oito dramaturgos diferentes criem cartas que serão transformadas em monólogos (escritos e interpretados por nomes diferentes), exibidos também pelo Instagram e YouTube do Núcleo Barro 3, entre 17 e 24 de março.
No elenco estão os atores Catarina Milani, Gutto Vieira, Ivy Souza, Jefferson Brito, Letícia Oliveira, Lucas França, Manu Figueiredo e Rosana Pimenta. O time de dramaturgia é composto por Dani Nega, Felipe Dias, Jé Oliveira, Júlia Carrera, Maria Giulia Pinheiro, Regi Ferreira, Samira Calais e Victor Nóvoa. A concepção e direção ficam a cargo de Lucas França. Além dos monólogos, os questionamentos à ideologia fascista vão se transformar também em um texto final, que será apresentado em forma de leitura dramática, também em março, do dia 26 a 28 desse mês.
Lucas França, diretor do projeto, explica que o grupo acabou optando pela realização online devido o contexto pandêmico mas, no fim, isso acabou contribuindo para socialização, descentralização e democratização do acesso ao material. “O momento político que vivemos não só no Brasil, como em outros lugares do mundo, nos mostra que precisamos entender que a ideologia fascista se apresenta de maneira quase sempre velada no cotidiano mundial por meio de discursos, ações e movimentos que buscam a manutenção do poder e da autoridade de um grupo específico em detrimento a pluralidade”, conta.
Ficha Técnica
Concepção e direção – Lucas França
Elenco – Catarina Milani, Gutto Vieira, Ivy Souza, Jefferson Brito, Letícia Oliveira, Lucas França, Manu Figueiredo e Rosana Pimenta.
Dramaturgia – Dani Nega, Felipe Dias, Jé Oliveira, Júlia Carrera, Maria Giulia Pinheiro, Regi Ferreira, Samira Calais e Victor Nóvoa.
Trilha Sonora – Leandro Simões
Preparação de elenco – Júlia Carrera
Visagismo – Eliseu Weide
Produção – Catarina Milani
cartas a ele. –
Aula pública com Marcia Tiburi – O que você diria a um fascista?: Sábado, 6 de fevereiro, ás 16h – no Instagram e YouTube do Núcleo Barro 3.
Duração 90 minutos.
Lançamento dos monólogos on-line produzidos:
17 a 24 de março às 12h no Instagram e YouTube do Núcleo Barro 3
Leituras dramáticas on-line do novo texto produzido
26, 27 de março às 20h e 28 de março às 18h
iNBOx CUltural
Rua Teodoro Sampaio, 2355 – Metrô Faria Lima
Classificação: 14 anos
Ingressos pela plataforma Sympla no link Sympla Núcleo Barro 3
R$30,00 (inteira)
R$15,00 (meia)
Sobre o Núcleo Barro 3
O Núcleo Barro 3 é um coletivo teatral formado em 2016 a partir do encontro de artistas egressos do Instituto de Artes da UNESP e da SP Escola de Teatro Tem como fundamento para cena a pesquisa associada a diversos procedimentos de investigação e criação dramatúrgica por meio da escrita de cartas e da relação com o espaço urbano. Seu primeiro espetáculo, Barro Homem Barra Mulher – com texto de Regi Ferreira – trouxe para a cena figuras arquetípicas que põem em discussão as representações sociais sobre o feminino. A peça foi produzida com recursos arrecadados em uma plataforma de financiamento coletivo, estreou no Espaço Cultural A Próxima Companhia, ficando em temporada entre outubro e novembro de 2017. O espetáculo Também participou da terceira edição do Festival Pé Dentro, Pé Fora na Oficina Cultural Oswald de Andrade à convite da Cia. Livre em 2017. Logo depois, integrou a 2a Edição do evento O Humano e O Urbano – Mulheres e (R)existências, em 2018. A obra foi selecionada, também, para fazer parte da programação do Teatro iNBOx Cultural, no mês de agosto de 2018, onde realizou sua segunda temporada. No mesmo ano, o espetáculo ainda participou da 33ª Edição do Festivale, tradicional festival teatral de São José dos Campos, recebendo crítica positiva e grande público.
Atualmente, o Barro 3 também possui dois outros projetos em andamento. Um deles é o cartas a ele., que tem como mote disparador a questão: “O que você diria a um fascista?”. À vista disso, o trabalho busca reunir, por meio de uma linguagem híbrida entre o teatro e o audiovisual, elementos de nosso cotidiano que possam estar em diálogo com tendências autoritárias no atual cenário brasileiro e mundial. A pesquisa conta com a colaboração criativa de diversos artistas convidados e foi contemplada pelo edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc Nº36 (2020) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
O outro trabalho é Aos professores, aos miseráveis, a Paulo, adeus, que fabula a travessia de uma professora por um Brasil áspero e distópico projetado em 2030. O processo, que também é tramado por ações pedagógicas, derivas e performances, põe em discussão as relações entre educação e democracia em diferentes temporalidades. Esse trabalho foi contemplado pelo 17º edital do Programa de Valorização a Iniciativas Culturais – Modalidade 2 (2020) da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo e pelo edital ProAC Expresso Lei Aldir Blanc Nº36 (2020) da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
Foto: Wanezza Soares
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