Tema de Schumann ganha letra em gravação de Daniela Mercury e Marcelo Quintanilha

Daniela Mercury é a convidada de Marcelo Quintanilha para dividir os vocais em Carnaval de Viena, canção do álbum EruDito, sobre o Intermezzo do Carnaval de Viena Op. 26 de Robert Schumann. A canção chega às plataformas digitais no dia 19 de fevereiro…

 

 

 

 

 

Marcelo Quintanilha escreveu a letra poética como uma homenagem à nossa maior festa popular, o carnaval. A ideia veio dos personagens da Comedia dell’arte, de onde também buscou a inspiração para o CD Pierrot e Colombina, que lançou em 2005 pelo selo Yb Music, em parceria com Vania Abreu.

Para trazer à peça um tom de contemporaneidade, a melodia ganhou versão em marcha-rancho, embalada pela clarineta de Luca Raele, baixo acústico de Danilo Viana, percussão de Danilo Moura, violão e bandolim de Camilo Carrara e a participação especial de Edmilson Capelupi no violão de 7 cordas.

“Num ano em que o carnaval não poderá ser comemorado e brincado na sua essência, os versos da letra, menos expansivos e mais reflexivos (sem fantasia, viro pirata, rei ou querubim/mas só queria não ver mais nada e esquecer de mim) dão o tom preciso do momento atual ao mesmo tempo em que reverenciam este carnaval diferente. Ninguém melhor do que a Rainha para cantar comigo essa homenagem”, fala Quintanilha.

 

Sobre o álbum EruDito

Em 2020, Marcelo Quintanilha compôs onze letras para melodias de dez compositores clássicos. Com direção artística de Luca Raele e Camilo Carrara, três singles já foram lançados: Nem Pais Nem Paz, a partir do Poco Allegretto da Terceira Sinfonia de Brahms, com participação de Padre Fábio de Melo; Três Sinais, a partir do Improviso Op. 90 n˚3, de Schubert, com Mônica Salmaso; Bem Me Quer, a partir da Abertura Romeu & Julieta, de Tchaikovsky, com participação de Virginia Rodrigues.

Toda a pesquisa, escolha de repertório, conceito musical e arranjos foram feitos a seis mãos, por Luca, Camilo e Quintanilha. Entre as peças clássicas escolhidas estão composições de Johann Sebastian Bach (1685-1750), Claude Debussy (1862-1918), Antonio Vivaldi (1678-1741), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Franz Schubert (1797-1828), Frédéric Chopin (1810-1849), Johannes Brahms (1833-1897) e Piotr Ilitch Tchaikovski (1840-1893).

As músicas têm como base um quarteto formado por Marcelo Quintanilha (voz e violões); Camilo Carrara (violões, bandolim e guitarra), Luca Raele (piano e clarinete) e Danilo Vianna (baixo acústico), além da participação de Peu Del Rey e Danilo Moura (percussão) e Edmilson Capelupi (violão 7 cordas) em duas faixas.

E, para criar essa mistura entre o popular e o erudito, as canções ganharam versões bem brasileiras, passando pela bossa-nova, moda de viola, marcha-rancho, samba-choro e congado. Com versos inteligentes, sensíveis e atuais, as letras foram compostas com todo rigor e respeito às melodias originais, e tratam de temas variados, do social (como a questão dos refugiados), ao romântico e lírico.

Marcelo Quintanilha teve o cuidado de respeitar os temas evocados pelas próprias peças eruditas para criar as letras. Para o compositor, este foi o trabalho mais difícil de sua carreira, que chega agora ao seu décimo segundo álbum. E este projeto permite trazer aos ouvidos de uma nova geração o acesso e o interesse pela música erudita de uma maneira totalmente inovadora, quebrando as barreiras e criando uma ponte entre a música clássica e a canção popular.

Para ouvir

Nem País Nem Paz (part. Pe. Fábio de Melo) – Lançada em outubro de 2020
Johannes Brahms / Marcelo Quintanilha
Sobre Poco Allegretto da Terceira Sinfonia

Três Sinais (part. Monica Salmaso) – Lançada em novembro de 2020
Franz Peter Schubert / Marcelo Quintanilha
Sobre Improviso Op. 90 n˚3

Bem Me Quer (part. Virginia Rodrigues) – lançada em dezembro de 2020
Pyotr Ilyich Tchaikovsky / Marcelo Quintanilha
Sobre Abertura Romeu & Julieta

Carnaval de Viena (part. Daniela Mercury) – lançamento em fevereiro de 2021
Robert Schumann / Marcelo Quintanilha
Sobre o Intermezzo do Carnaval de Viena Op. 26

 

 

Sobre Marcelo Quintanilha

Marcelo Quintanilha é paulistano e cresceu em um meio musical. Em 1992, aos 23 anos, Quinta, como se tornou conhecido, classificou-se como o “compositor mais jovem” entre os finalistas do Festival da Record com a canção Domingo Outra Vez, homenagem aos festivais dos anos 60.

Ao longo de seus quase 30 anos de carreira, já lançou 12 discos, entre eles, CAJU – As Canções de Cazuza por Marcelo Quintanilha (2018), Eu Inteiro Só (2016), Cumulus Samba (2012), Quinto (2008), Pierrot & Colombina (2006), Mosaico (2005), Sala de Estar (2003), Quinta (1998) e Metamorfosicamente (1995).

Faz parte, com Jota Velloso e Thathi, do coletivo Os Marchistas, banda que desde o carnaval de 2013 vem se destacando na folia de Momo com seu show contagiante e irreverente. Em 2014, Os Marchistas lançaram seu primeiro CD, homônimo.

Além disso, é parceiro em muitas canções de Daniela Mercury, Carlos Careqa e Tenison Del Rey, e teve suas composições gravadas por artistas como Vania Abreu, Padre Fabio de Melo, Belô Veloso, Péri e Nando Reis.

 

Sobre Luca Reale

Clarinetista, pianista, arranjador e compositor nascido em São Paulo. Entre 1990 e 1995 integrou a Orquestra Sinfônica Municipal e a Jazz Sinfônica. A partir de 1987, participa do grupo Nouvelle Cuisine (prêmios Sharp e APCA), e desde 1991 do conjunto de clarinetas Sujeito a Guincho (Prêmio Eldorado de Música e Sharp).

Com o Sujeito a Guincho obteve reconhecimento internacional, principalmente através dos convites para apresentações no Clarinetfest (organizado nos EUA) em 1997, 1998, 2001; em Washington e Miami (Broward Center), com Mônica Salmaso, em 2006; e no Conservatório Tchaikovski em Moscou, em 2008. Em julho de 2004, integra o World Clarinet Quartet, com Claudio Puntin, Paulo Sérgio Santos e Gabriele Mirabassi, no Traumzeit Festival em Duisburg, Alemanha. Indicado ao Prêmio da Música Brasileira em 2015 como arranjador.

Em gravações ou concertos, atuou junto a artistas e grupos como o Quarteto Guarnieri, Quarteto de Cordas Municipal (SP), Orquestra Experimental de Repertório, Mônica Salmaso, Nelson Ayres, Paulinho da Viola, Egberto Gismonti, André Mehmari, Marisa Monte, Milton Nascimento e Antônio Nóbrega, entre outros.

 

Sobre Camilo Carrara

Camilo Carrara é diretor e produtor musical, violonista, multi-instrumentista, arranjador, compositor, professor e consultor de sound branding (Identidade Sonora das Marcas). É bacharel pelo Departamento de Música da ECA-USP e especialista em Gestão de Marketing Estratégico com MBA pela FEA-USP. É também professor de violão do Nacional Music Festival, em Maryland (EUA), do Departamento de Música da Faculdade Cantareira e da Pós-Graduação da Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo. Sua discografia consiste em mais de 80 CDs, entre colaborações e trabalhos solo.

 

Foto Marcelo Quintanilha: Luan Cardoso

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