Bambaquerê faz apresentações virtuais

Primeiro espetáculo infantil do Grupo Corpo Molde traz à cena coreografia inspirada na infância. Além dos movimentos dos bailarinos, montagem apresenta uma nova dança entre cenografia e iluminação…

 

 

 

Bambaquerê, palavra de origem nigeriana, que vem do Nagô Yorùbá, quer dizer dança que acaba em confusão. A sonoridade e o significado dialogam com a temática de jogos e brincadeiras da infância presentes na coreografia do Grupo Corpo Molde. Além disso, o título relaciona-se com a música de percussão corporal e coco de roda, uma herança africana presente na montagem, que ganha apresentações virtuais gratuitas – viabilizadas pelo Proac Expresso e Lei Aldir Blanc – nas redes sociais de vários equipamentos culturais da cidade de São Paulo.

Com direção artística e coreografia de Renan Marangoni e cenografia e iluminação da arquiteta Helena Caixeta, Bambaquerê ganha o universo online com sessões dias 12 de março, sexta-feira, às 12h e 18h, na Fábrica de Cultura do Capão Redondo; 13 e 14 de março, sábado e domingo, às 16h, no Teatro Paulo Eiró; 19 de março, sexta-feira, às 12h e 18h, no Centro de Culturas Negras Mãe Sylva – Jabaquara; e 26 de março, às 12h e 18h, na Casa de Cultura do Campo Limpo.

Criado em 2017 em uma parceria do Grupo Corpo Molde com a Escola da Cidade, Instituto Ana Rosa, Casa de Cultura do Campo Limpo e Samba de Coco Raízes do Arcoverde, Bambaquerê aborda e convida o público a refletir sobre a infância, através da dança contemporânea e as danças tradicionais/ clássicas brasileiras, mesclando em sua composição sonora uma viagem entre o erudito e o popular, em sua cenografia e iluminação a leveza e a tecnologia.

Para o coreógrafo Renan Marangoni, a dança que acaba em confusão, aborda o desenvolvimento motor, como processo de formação infantil em seus padrões sociais, familiares e lúdicos. “A representação da temática infância na montagem reconhece e incentiva o processo recreativo no desenvolvimento da criança e busca representar esse cenário por meio da sincronicidade entre iluminação e trilha sonora originalmente composta para a dança”, explica ele.

 

Cultura popular

Com nove cenas, que se interligam entre si, Bambaquerê convida o público a viajar entre brincadeiras e danças presentes nas manifestações da cultura popular. De forma lúdica e poética, a coreografia vai da origem do feto até o florescer da juventude e passa por temas como amizade, desafio, festa, diversidade e jogos.

Na última cena, ao som de percussão, o público é convidado a viajar para o universo da sua criança interior, já que os bailarinos usam a coreografia para demonstrar os olhares de suas próprias infâncias. “Dizem que na vida adulta, ao decorrer do dia, vivemos várias sensações de fases da nossa vida (infantil, adolescência, juventude e adulta) e neste momento ao final do espetáculo, trazemos a importância de valorizar as nossas experiências e incentivar o brincar”, conta Renan.

 

Dança e arquitetura

Bambaquerê surge a partir do convite da arquiteta Helena Caixeta, que conheceu o trabalho do Grupo Corpo Molde, por meio do projeto Estúdio Vertical da Escola da Cidade. Em um encontro com o grupo, a arquiteta propôs uma produção de dança, sendo a mesma responsável pelo estudo cenográfico e de iluminação e o grupo com a realização do projeto de espetáculo no campo coreográfico, figurino e trilha sonora.

Dentro da cena contemporânea e pesquisando tecnologias atreladas a evolução do universo da dança, a cenografia é composta pela pesquisa de construção da orientação espacial, dando ao espetáculo uma forte relação entre dança e arquitetura, em um jogo do qual a cenografia e a iluminação interferem no ambiente do espetáculo. A partir destas percepções, a cenografia foi construída com nove tecidos voils em posições diferentes, todos com uma ribalta led conectados por um circuito DMX.

Para a arquiteta Helena Caixeta, a ideia é explorar os recursos visuais da iluminação como elemento que ocupa a cena e contribui para a construção do espaço de forma significativa. Em diálogo com a cenografia e iluminação, a trilha sonora explora sons percussivos, piano, batimentos cardíacos e sons do cotidiano. Ao final do espetáculo temos a releitura da cantiga de roda Cirandeiro, reforçando o cenário infantil do espetáculo.

Ficha Técnica
Direção Artística e Coreografia – Renan Marangoni
Ensaiador – André Santana
Artista Convidado – Fernando Souza
Elenco – Camila Amaral, Eduardo Braga, Katherine HnatiuK, Natália Cunha e Tatiane Santos
Cenografia e Iluminação – Helena Caixeta
Figurinos – Felipe Guedes
Trilha Sonora – Frank Van Garret
VideoMaker – Laio Rocha
Mídias Sociais e Fotografia – Victor Paris
Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta
Produção – Pin Rolê Invenções
Assistentes de Produção – Ane Matos e Jakeline Lima
Apoio – Associação Maria Flos Carmeli, Estúdio de Ballet Cisne Negro, Atêlie Felipe Guedes e Inspiração 6
Realização – Grupo Corpo Molde, Pin Rolê Invenções, Proac Lab Aldir Blanc através do Governo do Estado de São Paulo via Secretaria de Cultura e Economia Criativa e Secretaria Especial de Cultura do Governo Federal.

 

 

 

 

 

Bambaquerê
Com o Grupo Corpo Molde
Duração: 35 minutos
Sexta-feira, 12 de março, às 12h e 18h, pelo YouTube da Fábrica de Cultura do Capão Redondo
Sábado e domingo, 13 e 14 de março, às 16h, pelo Facebook do Teatro Paulo Eiró e @teatropauloeiro
Sexta-feira, 19 de março, às 12h e 18h, no Centro de Culturas Negras Mãe Sylva pelo Facebook e @ccnegras
Sexta-feira, 26 de março, às 12h e 18h, na Casa de Cultura do Campo Limpo pelo Facebook e @ccampolimpo
Livre para todos os públicos
Grátis

 

 

Sobre o Grupo Corpo Molde

O Grupo Corpo Molde nasceu em 2013 dentro do território do Campo Limpo localizado na Zona Sul de São Paulo, através do bailarino Renan Marangoni. Desde então já realizou mais de 160 ações em sua maioria nas periferias da Zona Sul da capital paulista impactando cerca de 8 mil pessoas. O grupo possui em sua essência a iniciação de jovens na linguagem artística da dança, pelo qual os intérpretes-criadores, passam por diversas aulas em seu processo de formação. Ao decorrer dos anos o grupo realizou a montagem de seis espetáculos e várias ações artísticas. No ano de 2015 foi contemplado pelo Edital VAI-I com o projeto Expansão Corpo Molde e no ano de 2016, foi contemplado pelo edital VAI-II, pelo projeto Ausência. Em 2020 realizou diversas iniciativas em suas redes sociais durante o período da pandemia e isolamento social, como entrevistas com personalidades da Dança de São Paulo e do Rio de Janeiro, debates sobre a importância da luta feminina e cursos de capacitação para produtores e trabalhadores do setor cultural e de dança com aulas teóricas e práticas.

Facebook e Instagram – @corpomolde.

 

Foto: Victor Paris

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