Espetáculo foi uma das obras selecionadas entre as 1800 propostas apresentadas para integrar o 67° Salão de Arte Paranaense, do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR)…

 

 

 

De hoje em diante não quero alisar meu cabelo. Não quero e vou rir daqueles, que por evitar — segundo eles — que por evitar-nos algum dissabor chamam aos negros de gente de cor.

E de que cor!
NEGRA
E como soa lindo! NEGRO
E que ritmo tem!
(…)
Afinal
Afinal compreendi
Já não retrocedo
E avanço segura
Avanço e espero
E bendigo aos céus porque quis Deus
que negro azeviche fosse minha cor
E já compreendi
Já tenho a chave!
Victoria Santa Cruz

“Todos Te Amam Até Você Se Assumir Preta” é a terceira criação da Coletiva 3 de Nós, idealizada, escrita e performada por Jessica Madona.

Estreou em 7 de março e segue em curta temporada de oito apresentações até 17 de março, transmitidas ao vivo, diretamente da residência da atriz pelo Zoom, de quarta a domingo, às 20h.

Além das apresentações serão realizadas duas conversas abertas ao público, dias 08 e 15 de março sobre o processo criativo e as descobertas do pertencimento étnico/racial de Jessica Madona.

O levante antirracista nos EUA e no mundo, após o assassinato de George Floyd, reacendeu a chama para a montagem desta obra.

Em consonância com o momento histórico atual, Jessica Madona revisita a sua própria história, os preconceitos que sofreu e sofre, expõe estereótipos racistas e ressignifica experiências, imagens e relações vividas em sua diáspora pessoal de Nilópolis a Botafogo.

Tendo como referência os autores Frantz Fanon, Grada Kilomba e Victoria Santa Cruz, bem como as mulheres de sua família que a antecederam, Jessica reflete sobre os atravessamentos do racismo e por meio do seu corpo e de suas memórias, encara a sua vivência afro-diasporica.

Todos Te Amam Até Você Se Assumir Preta evidencia um sistema estruturado em prol de um grupo (branquitude) e extermínio de outro (negritude) e aponta a urgência de transformação desta estrutura, que silencia e estigmatiza corpos pretos.

Ficha Técnica
Realização – Coletiva 3 de Nós
Dramaturgia e Performer – Jessica Madona
Direção Geral/Direção artística – Kamilla Neves e Savina João
Direção de movimento (afroexpressividade) – Kamilla Neves
Direção de fotografia e câmera – Savina João
Sonoplastia – Camila Borges
Figurino e direção de arte – Gabi Gomes
Iluminação – Elton Pinheiro

 

 

 

 

“Todos Te Amam Até Você Se Assumir Preta”
Temporada:
De quarta a domingo
14 a 17 de março, às 20h
Classificação indicativa: 16 anos
Grátis
Duração: 40 minutos
Transmissão ao vivo pelo Zoom da casa da atriz no link Sympla 

 

 

 

Jessica Madona
Roteirista, atriz, palhaça, performer e arte-educadora. Bacharel e licenciada em Teatro pela Universidade Cândido Mendes (RJ). Pós-graduanda em Cinema e Audiovisual pela Universidade Cândido Mendes.

Em audiovisual, roteirizou e protagonizou o curta-metragem “A Mais Forte” (2019), dirigido por Savina João e Clara Eyer, selecionado pelos seguintes festivais:

– IV Rota / Festival de Roteiro Audiovisual (2020), que concorreu na Mostra Competitiva de Curtas e conquistou o prêmio de Melhor Roteiro pelo Juri Popular;
– 15o Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões (2020), que concorreu na Mostra Competitiva de Curtas e conquistou os prêmios de Melhor Atriz (Jessica Madona) e Melhor Montagem (Clara Eyer);
– Mostra de Cinema Se Mostra! 2020 (Centro Cultural da Penha/SP), que concorre na Mostra Competitiva de Curtas;
– 25o Rabat International Author Film Festival, de Marrocos (2020), que participou da Mostra Competitiva Internacional de Curtas;
– First-Time Filmmaker Sessions, da Inglaterra (2020);
– 5o Ocupação Ovárias, do Brasil (2020);
– 17o Tirana International Film Festival (TIFF), da Albânia (2019).

Escreveu o argumento “Pátria que te pariu”, semi-finalista do Prêmio Cardume-Cabíria 2020.

Atuou também em “Marielle’s Legacy Will Not Die”, de Leonard Cortana, selecionado e exibido pelo Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul (2020); na webserie “O Encontro” (2019), dirigido por Aline Mohamad; em “O Poste”, de Lucas Vinhas e Gabriela Giffoni, selecionado e exibido pelo

28o Festival Internacional de Cinema de São Paulo – Kinoforum (2017); e, “Corpo Cru”, de Marina Martins.

Em teatro, concebeu e protagonizou o solo performativo “Todos Te Amam Até Você Se Assumir Preta” (2020), selecionado pelos seguintes editais:
– 67o Salão Paranaense de Arte Contemporânea, do Museu de Arte Contemporânea do Paraná;
– Bienal Black Art Brazil (edição Arte Sem Fronteiras);
– ProAC Lab Expresso 36/2020 – Lei Aldir Blanc (SP);
– Ondas da Cultura, da FUNARJ/RJ;
– 4o Mulheres em Cena, realizado pela Cia Fragmento de Dança (SP).

Em 2020, também conquistou o primeiro lugar do reality show on-line Big Artista Brasil (BAB). Desde 2018, atua no espetáculo “A Mais Forte”, da Coletiva 3 de Nós, selecionado pelo Edital de Circulação de Artes Cênicas da Fundação Cultural de Jacareí (SP), que também circulou pelo Teatro Sérgio Cardoso, pela SP Escola de Teatro (sede praça Roosevelt) e pelo Sesc Itaquera, em São Paulo/SP. Atuou no infantil “Por quê?”, da Companhia Yonis Magnifícas, que circulou pelo Teatro Ipanema (RJ) em 2019; e no espetáculo “Vácuo” (2018), do coletivo Kosmos, selecionado e exibido no Tempo Festival e no Teatro da Sede das Cias, ambos no Rio de Janeiro/RJ.

Com a palhaça Abigail, atua há cinco anos em asilos e casas de abrigo. Em 2020, participou do projeto do Circo di SóLadies, exibido pelo Sesc Ramos (RJ) e também foi selecionada com 3 vídeos (“Treinos”, “Angústia” e “Pandemia”) no festival nacional on-line UP! . Circula com números circenses como “O Porre”, em cabarés cariocas. Realizou também os espetáculos “A Grande Neoperformance Mística Transcendental Feminina”, exibido na 4o Ocupação Ovárias (RJ), em 2019; e, “Em Algum

Lugar lá fora”, exibido no Teatro Ipanema e no festival FESTU, em 2016, ambos em Rio de Janeiro/RJ.

Em arte-educação, atuou como professora-assistente de teatro, no Colégio Santo Agostinho/RJ (2018); como professora-substituta de teatro em MOVE-RJ (2017-2018); e, no Colégio Santo Inácio/RJ – Estágio Supervisionado / EJA (2017).

 

Foto de Vinícius Francês / Cia Fragmento de Dança