28 Patas Furiosas apresenta performances híbridas que evocam seus trabalhos cênicos anteriores

O coletivo teatral revisita suas obras para criar dois trabalhos complementares: a vídeo-peça-instalação Da Instabilidade aos Sonhos 1: Memória de uma Trilogia, exibida pelo Youtube, e a performance presencial Da Instabilidade aos Sonhos 2: Luto de uma Trilogia, que faz curta-temporada no CCSP…

 

 

 

 
A obra faz parte das ações realizadas pelo grupo no projeto 28 Patas Furiosas_Da Instabilidade aos Sonhos, com apoio da 34ª edição da Lei de Fomento à cidade de São Paulo. Além das apresentações, o Fomento também possibilitou o desenvolvimento da nova pesquisa cênica do grupo, intitulada  Um Jaguar por Noite

O coletivo teatral 28 Patas Furiosas realiza, desde 2013, uma pesquisa artística calcada em procedimentos criativos autorais que transitam entre o teatro e as artes visuais, apoiados pelo universo de autores e autoras que escreveram suas obras em contextos de instabilidade política e social. Desde sua fundação até 2019, o coletivo criou os três espetáculos que integram a Trilogia da Instabilidade: lenz, um outro, A Macieira e PAREDE. Entre os dias 7 e 10 de outubro, o coletivo apresenta duas performances que se debruçam nos registros das suas pesquisas anteriores, traçando um lugar de memória e luto que compõem a própria história do grupo. Uma delas é exibida no Centro Cultural São Paulo e a outra no YouTube do 28 Patas Furiosas e no YouTube do CCSP. Ambas acontecem ao mesmo tempo – de quinta a sábado com início às 19h e domingo com início às 18h.

A vídeo-peça-instalação Instabilidade aos Sonhos 1: Memória de uma Trilogia parte da figura da Serpente, testemunha de todos os tempos, para narrar à Mulher-Que-Sonha o percurso de um coletivo de artistas que tenta retomar as suas peças de teatro já enterradas pelo tempo. À medida em que faz os anos caminharem para trás e para frente, a serpente reencontra um poeta esquizofrênico que mergulha no poço para encarar a tempestade das suas crises (Ienz, um outro); uma cidade inteira em deslocamento rumo ao mar (A Macieira); e alguns condôminos que tentam emparedar um sujeito sem cabeça (PAREDE) – todas as situações remontam às temáticas dos três espetáculos destacados. A ideia do grupo é elaborar suas memórias tendo como referência a própria história recente do Brasil.

Já a performance Da Instabilidade aos Sonhos 2: Luto de uma Trilogia propõe uma instalação cênica construída a partir da pesquisa de diversas materialidades realizada em 2020/2021. Neste espaço abstrato, as atrizes e os atores do 28 Patas Furiosas ensaiam – diante e entre o público – práticas inventadas de um ritual poético de luto. Suas motivações envolvem pensar em como deixar nascer o luto, entender qual é o corpo e o peso do luto, como presentificá-lo e celebrá-lo. Além disso, o grupo também reflete sobre como é possível transformar a morte de três peças de teatro e retomar os espaços, a teatralidade e a linguagem artística que norteiam o coletivo.

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As duas performances acontecem simultaneamente no CCSP e no Youtube do 28 Patas Furiosas / YouTube do CCSP e ambos são compostos por exibições de trechos das peças da Trilogia da Instabilidade, ritualizando dessa forma uma espécie de despedida e de vislumbre sobre quais vão ser os novos caminhos do 28 Patas Furiosas. Da Instabilidade aos Sonhos 1: Memória de uma Trilogia é a performance online e Da Instabilidade aos Sonhos 2: Luto de uma Trilogia é a performance presencial. Os dois trabalhos são diferentes e se complementam – um é um convite para o outro. Um desdobramento, um eco – proposta que faz referência ao trabalho ISSOÉOSSODISSO, da artista Lenora de Barros.
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“São dois trabalhos criados em um momento de muitos desejos e poucas perspectivas. Existe uma angústia e uma ansiedade tremenda nos assombrando. Estes sentimentos reverberaram nas criações e ganharam a forma de imagens carregadas. São traços de inúmeras curvas e sobreposições que exibem a sensação de que tínhamos que fazer tudo agora. Encaramos essa sensação como força necessária para construir duas experimentações cênicas que refletem o luto do tempo presente e apontam para os sonhos”, conta Wagner Antônio, que assina encenação, instalação e co-dramaturgia das obras.

Para a concepção da vídeo-peça-instalação, o coletivo levou em consideração a forma com que seus processos criativos foram afetados e contaminados pelos acontecimentos políticos e sociais dos últimos oito anos. Foram eles, inclusive, que incidiram na invenção dos “mitos contemporâneos” que fazem parte das peças da Trilogia.

“A ideia da construção destes mitos vem das instabilidade e do fluxo, não apenas dos sentidos únicos e lineares, já que isso refletiria justamente uma estabilidade. O mito, por sua vez, pode ser acessado e lido por diferentes vias, além de permitir o encontro com outras formas de narrar e criar imagens, gerando uma margem maior de leitura e interpretação para o público”, conta o coletivo.

Fichas Técnicas

Da Instabilidade aos Sonhos 1: Memória de uma Trilogia (vídeo-peça-instalação) e Da Instabilidade aos Sonhos 2: Luto de uma Trilogia (performance presencial)

Idealização e Realização: 28 Patas Furiosas
Encenação e Instalação: Wagner Antônio
Texto: Tadeu Renato
Dramaturgia: Dimitri Luppi, Isabel Wolfenson, Sofia Botelho, Tadeu Renato e Wagner Antônio
Atuação: Fe_Menino, Isabel Wolfenson, Murilo Thaveira, Pedro Stempniewski, Sofia Botelho e Valéria Rocha
Artista Convidada: Lenora de Barros
Direção Musical: Júlia Ávila
Mixagem: Brisalícia
Figurino: Valentina Soares
Assistência de Direção: Dimitri Luppi
Direção de Fotografia: Marcos Yoshi
Montagem e Efeitos: Yghor Boy
Arte Gráfica: Murilo Thaveira
Marcenaria: Marcus Garcia
Intérprete de LIBRAS: Amanda Lioli
Diálogos Instáveis: Luiz Rufino, Julio Docjar e Cia. Heliópolis
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto
Produção: Iza Miceli
Apoio: Corpo Rastreado

 

Filmagem lenz, um outro (2017)
Idealização e Realização: 28 Patas Furiosas
Encenação e Instalação: Wagner Antônio
Dramaturgia: Tadeu Renato
Atuação: Isabel Wolfenson, Marcus Garcia, Murilo Thaveira, Sofia Botelho, Valéria Rocha e Viviane Palandi
Direção Musical: Julia Teles
Figurino: Éder Lopes e 28 Patas Furiosas
Assistência de direção: Laura Salerno
Operação de som e luz: Dimitri Luppi e Wagner Antônio
Vídeo: Marcos Yoshi
Direção de Produção: Laura Salerno

 

Filmagem A Macieira (2016)
Idealização e Realização: 28 Patas Furiosas
Encenação e Instalação: Wagner Antônio
Texto: Tadeu Renato
Dramaturgia: Tadeu Renato e 28 Patas Furiosas
Atuação: Fe_Menino, Isabel Wolfenson, Marcus Garcia, Murilo Thaveira, Sofia Botelho e Valéria Rocha
 e William Simplício
Direção Musical: Julia Teles
Figurino: 28 Patas Furiosas
Assistência de Direção: Laura Salerno
Assistência de Iluminação e Cenografia: Marcus Garcia
Arte Gráfica: Murilo Thaveira
Vídeo: NIT – Nucleo Independente Tecnorupestre
Direção de Produção: Laura Salerno

 

Filmagem Parede (2019)
Idealização e Realização: 28 Patas Furiosas
Encenação e Instalação: Wagner Antônio
Texto: Tadeu Renato
Dramaturgia: Tadeu Renato e 28 Patas Furiosas
Atuação: Isabel Wolfenson, Murilo Thaveira, Pedro Stempniewski, Sofia Botelho e Valéria Rocha
Direção Musical: João Paulo Nascimento
Figurino: Valentina Soares
Assistência de direção: Laura Salerno
Direção Técnica: Douglas de Amorim
Arte gráfica: Murilo Thaveira
Vídeo: Dimitri Luppi e Marcos Yoshi
Produção: Iza Miceli

 

 

 

 

 

 

Online – YouTube CCSP e 28 Patas Furiosas
Da Instabilidade aos Sonhos 1: Memória de uma Trilogia
De 07 a 10 de outubro
Quinta a sábado: Parte 1 – sessão às 19h
Parte 2 – sessão às 20h
Parte 3 – sessão às 21h
Domingo: Parte 1 – sessão às 18h
Parte 2 – sessão às 19h
Parte 3 – sessão às 20h
Duração: Sessões com duração entre 30 e 50 minutos, aproximadamente
Sobre o 28 Patas Furiosas

28 Patas Furiosas é um coletivo teatral originado em 2011 na cidade de São Paulo, que tem como bases a experimentação da linguagem teatral aliada às artes visuais para a criação de espetáculos com dramaturgias autorais. Desde 2013, o grupo gerencia sua sede – o Espaço 28 – onde, além de conceber e apresentar suas peças, realiza atividades como festivais, residências artísticas, oficinas, debates e trocas com diferentes coletivos e com o público.

O grupo é o criador do mOno_festival – festival de espetáculos solos, com duas edições realizadas até o momento (2018 e 2020). Formado pelos e pelas artistas Isabel Wolfenson, Murilo Thaveira, Sofia Botelho, Valéria Rocha e Wagner Antônio, o 28 Patas Furiosas se encontra em pesquisa continuada desde a sua formação, tendo realizado os espetáculos que integram a Trilogia da Instabilidade: lenz, um outro (2014); A Macieira (2016) e Parede (2019). Em 2021, o coletivo desenvolveu e apresentou a vídeo-peça-instalação Parede de Dentro.

 

Da Instabilidade aos Sonhos 1: Memória de uma Trilogia. Foto: Marcos Yoshi

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