O espetáculo utiliza o pole dance (com mastro pendurado), variações de malabares (com objetos de cena como livros e leques), números de equilíbrio, dança com acrobalance e menções a números aéreos, como o caleidoscópio…
Circo que mistura teatro, dança e música. Assim é “Vento”, o novo espetáculo da Cia. Solas de Vento, que estreia nos dias 7 e 8 de outubro de 2021, quinta e sexta-feira, às 19h, no Tendal da Lapa. Acontecem apresentações também nos dias 16 e 17/10, no Centro de Referência da Dança, às 16h, e no Teatro Municipal Flávio Império, 22 e 23/10, às 19h. Presencial e gratuito.
“‘Vento’ retrata as tentativas de sobrevivência de um pequeno agrupamento humano contra as incertezas figuradas nas tempestades que os devastam. É uma poesia circense aliada à dramaturgia do gesto”, conta Ricardo Rodrigues, diretor da companhia ao lado de Bruno Rudolf.
A partir do desejo de reunir alguns dos diversos números da trajetória da dupla e de aproximar artistas que sempre estiveram juntos com a companhia nesse período, Ricardo Rodrigues e Bruno Rudolf convidaram Mariana Duarte e André Schulle para integrar o elenco de “Vento”.
Estabelecido o quarteto, os artistas foram para a sala de ensaio com o dramaturgo e poeta Bobby Baq para desenvolver o espetáculo, de forma colaborativa. Aos poucos, surgiram cenas e situações onde as personagens levantadas pudessem revelar e discutir as mais diferentes facetas humanas em um universo pós-apocalíptico de aridez e ventania.
Como forma de aprofundar a sua pesquisa cênica, gestual e imagética, a Cia. optou por não utilizar a palavra oralizada colocando o foco da criação no trabalho corporal dos intérpretes em diálogo com as melodias compostas pela musicista e pesquisadora Lívia Mattos e pelo músico Paulim Sartori que se uniram a equipe para criarem a trilha sonora original do espetáculo. É a primeira vez que os músicos trabalham com a Solas de Vento.
O projeto é contemplado pela lei de fomento ao Circo de 2020 da Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo.
A união na diferença
O sexto espetáculo da Cia. Solas de Vento propõe uma discussão de futuros possíveis, utopias e distopias, potências e impotências. O processo de criação do espetáculo começou em 2017, durante as comemorações de 10 anos da Solas de Vento e foi intensificado em 2018. Tudo isso em meio a inquietações e incertezas políticas e de uma tempestade midiática e ecológica (que perdura até hoje).
A dramaturgia traz quatro personagens, que representam arquétipos de diferentes formas de lidar com a realidade posta. São eles: a razão, a espiritualidade, a natureza e um que transita pelos três e faz a conexão com a plateia. Apesar de serem personagens muito diferentes, eles têm que conviver e enfrentar essa força que vem de fora – o vento – e que está ali para destruir. No olho do furacão, a união dessas quatro pessoas tão diferentes é uma forma de resistência.
E é em um furacão que o espetáculo começa. Em uma primeira tempestade, com os quatro personagens agarrados a uma estrutura aérea, um boxtruss autoportante, tentando manter-se vivo cada um com a sua verdade e ao mesmo tempo tentando conviver, apesar das diferenças.
Em cena são várias expressões utilizadas – circo, dança, teatro, música… Entre as técnicas circenses empregadas estão o pole dance (com mastro pendurado), variações de malabares (com objetos de cena como livros e leques), números de equilíbrio, dança com acrobalance e menções a números aéreos, como cordas e uma estrutura que relê um caleidoscópio.
Para criar os efeitos de ventania, há efeitos de luz e cenário, criados por Marcel Alani no desenho de luz e Luana Alves na co-criação da cenografia e produção de arte. Juntos eles trouxeram mobilidade, porosidade e dinâmica às imagens criadas não apenas pelos corpos dos artistas em cena como também as imagens projetadas em telas pelo espaço.
Ficha Técnica
Criação e direção: Cia Solas de Vento
Dramaturgia: Bobby Baq
Elenco : André Schulle, Bruno Rudolf, Mariana Duarte e Ricardo Rodrigues
Direção de Arte: Luana Alves e Cia Solas de Vento
Desenho de Luz: Marcel Alani
Trilha Sonora Original: Lívia Mattos
Produção Musical: Paulim Sartori
Músicos: Lívia Mattos (acordeon e teclados), Paulim Sartori (contrabaixo, percussões, teclados e assovios) Filipe Assumi (violoncelos), Tomás Oliveira (taças e serrote)
Figurinos: Luana Alves e Cia Solas de Vento, Benê Calistro
Adereços: Reticências e Cia Solas de Vento
Fotografia Programa: Alessandra Haro e Cia Solas de Vento
Produção: Cia Solas de Vento
Vento
com Cia Solas de Vento
Temporada presencial
De 7 a 23 de outubro de 2021
Classificação: Livre
Ingressos: grátis
Duração: 50 minutos
Tendal da Lapa
Rua Guaicurus, 1100, Lapa
Dias 7 e 8 de outubro, quinta e sexta-feira, às 19h
Lotação e Retirada de ingressos restritas às regras do local
Centro de Referência da Dança
Galeria Formosa Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo, Centro
Dias 16 e 17 de outubro, sábado e domingo, às 16h
Lotação e Retirada de ingressos restritas às regras do local
Teatro Flávio Império
Rua Prof. Alves Pedroso, 600, Cangaíba
Dias 22 e 23 de outubro, sexta-feira e sábado, às 19h
Lotação e Retirada de ingressos restritas às regras do local
Sobre a Companhia Solas de Vento
A companhia Solas de Vento nasceu em 2007 na cidade de São Paulo, da parceria entre Ricardo Rodrigues e Bruno Rudolf, cada qual com um passado, uma história e uma cultura diferente. O trabalho artístico da dupla direcionou-se, assim, para a reflexão em torno das relações interpessoais, de um imaginário sobre terras e culturas distantes e ainda, sobre o que permite aproximá-las. Assim, as criações da companhia – como “Homens de Solas de Vento” (2007), “Os Perdidos” (2010), “A Volta ao Mundo em 80 dias” (2011), “Memória Roubada” (2013), “Viagem ao Centro da Terra” (2015) e 2O.OOO Legias Submarinas (2021) – abordam, muitas vezes sem o uso de palavras, os temas da viagem, da ideia de encontros possíveis com outras culturas, outros horizontes reais e imaginários, em performances cênicas que mesclam teatro, artes circenses, teatro físico, dança contemporânea e projeção de vídeo.
Por sua originalidade, a Cia. Solas de Vento já se consolidou na paisagem nacional das artes cênicas, percorrendo mais de 50 cidades do Brasil de Norte a Sul, recebendo prêmios e apoios municipais, estaduais e federais.
A companhia está construindo uma carreira no exterior como referência brasileira em produções cênicas criativas e de qualidade: apresentou-se no festival PlusBrasil (Alemanha), no Tokyo Metropolitan Theatre (Japão), no Uijeongbu Festival (Coréia do Sul) e no Shanghai International Children’s Festival (China) e uma turnê por 9 cidades
www.solasdevento.com.br
facebook: Cia Solas de Vento
instagram: solasdevento
Foto: Mariana Chama
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