Esta ação artística faz parte do Projeto Ações da Corpos Nômades em Outros Lugares, contemplado no Edital PROAC Expresso Lei Aldir Blanc 48- B/2020, por Histórico em realização em Dança…
Novos artistas da dança contemporânea que traçam em seus trajetos experimentos de multimídia e audiovisual compõem a Sessão Meia-Noite, Olho Neles e Nelas, uma mostra idealizada pela Cia. Corpos Nômades que será exibida em suas redes (Facebook, Instagram e Youtube) entre 12 e 19 de novembro, sextas-feiras e sábados, às 23h59.
A programação, composta por seis performances, será dividida em duas sessões que se alternam – nos dias 12 e 20 de novembro (sexta-feira e sábado) será exibida a Programação 1, composta pelas obras Gestos Barreiras, Para Não Dançar em Segredo e Ocultas. Já nos dias 13 e 19 de novembro (sábado e sexta-feira), será exibida a Programação 2, com as obras Rótulo B, Sol Interior e Não Há Nada Aqui.
As obras serão exibidas uma em sequência da outra com o objetivo de propor o compartilhamento de ideias entre os artistas participantes. Também é esperado que os públicos de determinados artistas possam acessar os trabalhos dos demais criadores que produzem e criam em outras regiões do Brasil. Há obras de artistas de São Paulo, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os detalhes cada obra podem ser acessados por meio deste site.
A mostra, que realiza sua primeira edição virtual, foi concebida em 2008 por João Andreazzi na antiga sede da Cia. Corpos Nômades na cidade de São Paulo, o Espaço Cênico O Lugar. Essas sessões da meia-noite integravam a Mostra Lugar Nômade de Dança, que acontecia anualmente e em horários convencionais, destinando-se a grupos e artistas da dança que possuíam um extenso trajeto. A sessão da meia-noite foi, portanto, destinada aos jovens e novos artistas da dança que se encontravam no inicio ou meio da trajetória artística. A programação completa de 2021 segue listada abaixo.
Programação 1
Laboratório de Manuseio Coreográfico – Camila Venturelli (SP) – Gestos Barreiras
Gestos barreiras, do Laboratório de Manuseio Coreográfico, é uma série de três vídeo-danças que dão a ver diferentes aspectos do gesto no contexto da pandemia do Covid-19. São três estados de um mesmo tempo organizados em dramaturgias gestuais de listas: “Sustentar a falta”, “Barrar em gestos” e “Não esquecer dos gestos de acolhimento”. Seja pela paragem, pela repetição ou pela imaginação, a série “Gestos Barreiras” é uma aposta na sensorialidade do meio audiovisual como modo de criar experiências sensíveis e possíveis. Projeto realizado com o apoio do Proac Expresso Aldir Blanc 2020.
André Vitor Brandão (PE) – Para Não Dançar em Segredo
Para Não Dançar em Segredo, dirigido e interpretado por André Vitor Brandão, evoca as problemáticas de uma construção de masculinidade hegemônica no Sertão, pelo fato de que esta arquitetou modos de ser/estar homem nesse lugar, como também na própria linguagem da dança. A cena é um convite a celebração das masculinidades na dança, um desejo de tornar manifesto a pluralidade imanente dos corpos masculinos, sobretudo, daqueles que habitam o Sertão e que carregam em si as contradições e os agenciamentos sócio históricos que, por muito tempo, perpetraram nesse território lógicas hetero-cis-normativas.
Sara Marchezini (MG) – Ocultas
O filme de estreia da artista Sara Marchezini conta, por meio de uma linguagem expressiva com traços autobiográficos, as ligações entre a mulher-selvagem ancestral e a bruxaria contemporânea. A obra mistura as linguagens documental, da dança, poética, das artes performáticas e audiovisuais para expor a longa luta feminina contra a opressão e a exploração de seus corpos nos últimos 400 anos. Ocultas tem como inspiração figuras femininas da trajetória de Sara e ideias baseadas nos autores Silvia Federici, Clarissa Pinkola Estés, Jeffrey B. Russel e Brooks Alexander.
Programação 2
Grupo Projeto 3 (MG) – Rótulo B
Espetáculo de dança contemporânea criado e interpretado por Carina Marinho João Espindula Kristiany Nascimento, Rótulo B foi produzido de forma autoral a partir de uma linguagem híbrida onde a dança, a performance e o audiovisual dialogam e constroem uma experiência próxima ao cinema. As imagens propõem reflexões e formulam críticas sobre uma temática necessária e com preocupantes desdobramentos na atualidade: os padrões de beleza e a consequente busca pela “perfeição”.
Guilherme Desa (RJ) – Sol Interior
Sol Interior é um solo de dança contemporânea nascido durante a pandemia que aborda e discute a relação humana com a solidão e seus interiores, a afetividade e o estado de impregnação da morte. A obra, com direção de Tati Vilela, direção de movimento de Rafael Abreu e interpretada pelo intérprete-criador Guilherme Gomes tem como fonte de inspiração a obra do artista plástico Feliciano Centurión, um sol para esse momento de clausura.
Dentro de um casarão semiabandonado, com apenas alguns móveis, o público acompanha a trajetória e a transformação de um homem que aos poucos vai apresentando esse ambiente aos telespectadores como quem apresenta a si próprio. Nesse hibridismo corpo-casa-roupa, o homem vai se revelando e se transformando a partir dos figurinos em diferentes figuras. Como uma movimentação que mistura circo e dança, Sol Interior traz uma reflexão sobre como gerar narrativas a partir da (re)apropriação e da (re)significação de locais e objetos do cotidiano, questões que vieram a tono com o isolamento social.
Loretta Pelosi (BA) – Não Há Nada Aqui
Não há nada aqui traz o território do não lugar, o retrato de um mergulho pelo espaço dos sonhos, movediço e nômade. Uma homenagem ao arquivo emocional de memórias e sentidos vividos ou inventados, firmando uma relação que se fortalece para além das fronteiras físicas. Um desejo de pertencimento que se agrega ao ambiente físico para além de suas delimitações concretas, pautado na busca pelas relações humanas, pelas próximas memórias que virão. Um agora que já foi sem nunca existir. A obra tem concepção, direção artística e interpretação de Loretta Pelosi.
Sinopse geral
Essa edição da Mostra Sessão Meia-Noite Olho Neles e Nelas exibe seis trabalhos concebidos por novos artistas-criadores da dança contemporânea divididos em duas programações que abarcam obras realizadas especialmente para exibição online.
Ficha Técnica
Direção Artística e Concepção: João Andreazzi
Produção: Cia. Corpos Nômades
Montagem dos vídeos para exibição on-line: Priscila Magalhães
Assistência Produção e Curatorial: Rossana Boccia
Assessoria de Imprensa: Diogo Locci
Contato: 11 9.9231-4457 | E-mail e site
Mostra Sessão Meia-Noite Olho Neles e Nelas 2021
Dias 12, 13, 19 e 20 de novembro
Sextas e sábados, às 23h59
Grátis
Acima de 14 anos
Transmissão: Redes da Cia. Corpos Nômades: Facebook, Instagram e Youtube.
Programação 1:
Dias 12 e 20 de novembro, sexta-feira e sábado, meia-noite, com os artistas e grupos Laboratório de Manuseio Coreográfico – Camila Venturelli (SP) – Gestos Barreiras; André Vitor Brandão (PE) – Para Não Dançar em Segredo; e Sara Marchezini (MG) – Ocultas.
Duração Programação 1: +- 71 minutos
Programação 2:
Dias 13 e 19 de novembro, sábado e sexta-feira, meia-noite, com os artistas e grupos Grupo Projeto 3 (MG) – Rótulo B; Guilherme Desa (RJ) – Sol Interior; e Loretta Pelosi (BA) – Não Há Nada Aqui.
Duração Programação 2: +- 102 minutos
Sobre a Cia. Corpos Nômades
A Cia. Corpos Nômades é uma companhia de dança-teatro contemporânea que existe há mais de 20 anos e que tem como criador e diretor artístico o paulistano João Andreazzi. Durante os 12 anos de atividades constantes na antiga sede da Cia., o Espaço Cênico O LUGAR, na Rua Augusta, o artista concebeu diversos espetáculos e várias ações artísticas conectadas com a formação, criação e difusão das artes cênicas e da música contemporânea. Além da Mostra P+LUGAR, houve também edições da Mostra Sessão Meia-Noite Olho Neles e Nelas, Mostra Lugar Nômade de Dança, Residência Artística Lugarização, etc.
A Cia. Corpos Nômades recebeu diversos prêmios e aportes durante seu percurso, tais como APCA (Associação Paulista de Teatro), Prêmio Funarte, O Boticário na Dança, Petrobras Cultural, Prêmio Estímulo da Dança Governo do Estado de São Paulo, Rumos Itaú Cultural, entre outros. Andreazzi e a Corpos Nômades participaram também de importantes Festivas das artes cênicas, como Porto Alegre em Cena – 1995, Netherlands Dance Dag – Holanda 1998, Mostra Oficial do Festival de Curitiba-2001, Bienal de Dança do SESC-2000, La Travessier no Museu de Arte Moderna de Paris – 2000, Mostra Balaio Brasil SESC-SP-2001, Mostra Internacional Mediterrâneo de Artes – 2005, Dança em Pauta Centro Cultural Banco do Brasil – RJ e SP, etc.
Foto espetáculo Sol Interior: Divulgação
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