..…uma exposição “a moda antiga”.
Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS / SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, abre a exposição “Nasceu o Menino – A Natividade em Papel Machê”, da artista plástica Madalena Marques, sob curadoria de Jeison Lopes Pereira e João Paulo Berto. Os treze conjuntos de presépios em papel machê estarão em exibição no espaço expositivo da Sala MAS/Metro – Estação Tiradentes e é um dos destaques das mostras comemorativas do período natalino da instituição.
A exposição confirma a paixão e dedicação de Madalena Marques à técnica a qual optou por se dedicar e que aplica com maestria. Os conjuntos de personagens desenvolvidos nos levam a um passeio por diferentes momentos da História da Arte, utilizando a cena da Natividade como tema central. A partir de pinturas de diferentes autores, tanto nacionais como internacionais, a artista extraiu a cena principal e criou reproduções tridimensionais, fidedignas, em papel machê. O público estará apto a ver tanto a origem de doze conjuntos através de uma reprodução fotográfica da obra original quanto a ‘leitura’ artística de Madalena Marques das mesmas peças. Inquieta e criativa, a artista nos presenteia com um conjunto adicional original, de sua autoria, onde insere a cena da Natividade nos dias de hoje, com o cenário que está presente no mundo inteiro de riscos e restrições; sem nunca perder a esperança no amanhã.
“Madalena Marques insere e atualiza o discurso à luz dos problemas da contemporaneidade brasileira. Com isso, ela própria se faz, também, parte da história da arte e da cultura que tanto a inspira e na qual busca seus referenciais”, definem os curadores Jeison Lopes Pereira e João Paulo Berto.
O papel machê, técnica escolhida pela artista, é um material caprichoso que traz desafios e demanda muita paciência: é preciso estudar os tempos de secagem; acrescentar de pouco em pouco as várias camadas de massa até que a obra comece a tomar a forma desejada; montar a estrutura dos corpos entre esqueletos e enchimentos; construir cada mão e cada pé em posição singular; aparelhar as peças; preparar artesanalmente têmperas para policromia; confeccionar as vestes numa amálgama de técnicas como pintura, bordado, crochê e tricô; e, por fim, produzir os cabelos em lã ou linha para cada uma das personagens representadas. Proporcionais aos desafios, no entanto, são os caminhos e possibilidades oferecidas pela versatilidade do papel machê. A multi materialidade intrínseca neste suporte e a viabilidade de explorar as diversas áreas do conhecimento artístico são encantadoras e surpreendem a própria artista a cada obra.
Pinturas de países representativos na história mundial como Alemanha, Bélgica, França, Inglaterra, Itália, assinadas por mestres como Conrad Von Soest, Carl Spitzweg, Peter Paul Rubens, Petrus Christus, Paul Gauguin, Arthur Hughes, Lorenzo Lotto, Frederico Fiori Barocci, Lorenzo Costa, Sandro Botticelli, Giorgio de Chirico utilizaram a Natividade como cena principal e, junto a José Teófilo de Jesus, brasileiro, “cedem” suas criações bidimensionais à arte de Madalena Marques.
“Ao escolher trabalhar com presépios em um ano atípico de pandemia, pude experienciar os valores essenciais da vida: da família, do amor que renasce a cada dia, da união fraterna e do papel da espiritualidade na harmonização das questões humanas. Seja inspirada nas obras dos grandes mestres ou em minha própria versão da cena do nascimento de Jesus Cristo, foram tais aspectos que busquei trazer em cada grupo escultórico. Certa de que é na fraternidade, na abnegação e na humildade que iremos construir uma sociedade melhor, mais justa e igual.”
Madalena Marques
“Nasceu o Menino – A Natividade em Papel Machê”
Artista: Madalena Marques
Curadoria: Jeison Lopes Pereira e João Paulo Berto
Sala MAS/Metrô – Estação Tiradentes
Museu de Arte Sacra de São Paulo || MAS/SP
Avenida Tiradentes, 676 – Luz, São Paulo (ao lado da estação Tiradentes do Metrô)
Tel.: 11 3326-5393 – informações adicionais
Abertura: 27 de novembro de 2021 – às 11hs
Duração: de 28 de novembro de 2021 a 9 de janeiro de 2022
Horários:
Museu de Arte Sacra: de terça-feira a domingo, das 9 às 17h
Sala Mas/Metrô – Estação Tiradentes: de terça a domingo, das 11 às 17hs
Ingresso:
Museu de Arte Sacra: R$ 6,00 (Inteira) | R$ 3,00 (meia entrada nacional para estudantes, professores da rede privada e I.D. Jovem – mediante comprovação) | Grátis aos sábados | Isenções: crianças de até 7 anos, adultos a partir de 60, professores da rede pública, pessoas com deficiência, membros do ICOM, policiais e militares – mediante comprovação
Sala MAS/Metro – Estação Tiradentes – Grátis aos usuários do Metrô
Ingressos – Compra de Ingressos
Número de obras: 13 conjuntos
Técnicas: esculturas em papel machê
Dimensões: variadas
A artista – Madalena Marques (Uberlândia, MG – 1963)
Sua produção em papier mâché é vasta, porém é na retratística que ela adquire grande profusão e um resultado plástico extremamente inovador, fruto de uma trajetória de estudos e experimentações. De família simples, desde cedo usava a criatividade para inventar seus próprios bonecos. Com a mãe, aprendeu não apenas as técnicas de bordado, mas a observar a natureza, seus detalhes e sua riqueza. Cursou Artes Plásticas e trabalhou como arte finalista em uma emissora de televisão. Em 1994, mudou-se para São Paulo, onde se casou e continuou sua formação. Seu trabalho com papier mâché começou ainda aos 19 anos; foi retomado durante a infância de sua filha e, finalmente, deu origem a seu projeto de miniaturas de artistas nacionais. Inspirada em obras sacras dos séculos XVI ao XVIII da imaginária ligeira, une em suas esculturas grande riqueza de detalhes, associando técnicas e materiais diversificados, representando com leveza as intensas expressões da figura humana.
O museu
O Museu de Arte Sacra de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, é uma das mais importantes do gênero no país. É fruto de um convênio celebrado entre o Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969, e sua instalação data de 29 de junho de 1970. Desde então, o Museu de Arte Sacra de São Paulo passou a ocupar ala do Mosteiro de Nossa Senhora da Imaculada Conceição da Luz, na avenida Tiradentes, centro da capital paulista. A edificação é um dos mais importantes monumentos da arquitetura colonial paulista, construído em taipa de pilão, raro exemplar remanescente na cidade, última chácara conventual da cidade. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1943, e pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico do Estado de São Paulo, em 1979. Tem grande parte de seu acervo também tombado pelo IPHAN, desde 1969, cujo inestimável patrimônio compreende relíquias das histórias do Brasil e mundial. O Museu de Arte Sacra de São Paulo detém uma vasta coleção de obras criadas entre os séculos 16 e 20, contando com exemplares raros e significativos. São mais de 10 mil itens no acervo. Possui obras de nomes reconhecidos, como Frei Agostinho da Piedade, Frei Agostinho de Jesus, Antônio Francisco de Lisboa, o “Aleijadinho” e Benedito Calixto de Jesus, entre tantos, anônimos ou não. Destacam-se também as coleções de presépios, prataria e ourivesaria, lampadários, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas, livros litúrgicos e numismática.
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Foto: Divulgação
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