“… um ramo da Filosofia que busca analisar a qualidade das obras de arte de acordo com o conceito e objetivo de cada uma das sete artes”…
A Belizário Galeria abre a mostra coletiva “Poéticas de um outro”, com seu time de 17 artistas representados, exibindo 56 trabalhos em diferentes suportes – pinturas, esculturas, objetos, fotografias, desenhos – criando uma unidade visual resultante das vivencias pessoais de cada artista e os processos resultantes das mesmas.
A pintura se reposiciona como técnica responsável por trabalhos relevantes, como vem ocorrendo em outros locais, no âmbito da arte contemporânea. Bruno Duque, Celso Orsini, Fernanda Junqueira, Fernando Burjato e Matheus Machado utilizam o suporte com maestria criando telas, ora com paleta de cores diversas ora em p&b, para narrar suas histórias e experiencias. Ao lado delas, as obras resultantes da habilidade manual dos artistas Antônio Pulquério, Deneir Martins, Marc do Nascimento, Marcos Coelho Benjamim, Maxim Malhado e Paulo Nenflidio apresentam trabalhos tridimensionais, expressando seus registros em esculturas e objetos. Os desenhos, com suas delicadezas de linhas e traços, mas não menos assertivos, são de autoria de Elias Muradi, Jean Belmonte, Marco Ribeiro e Rodrigo Rigobello enquanto Juliana Notari e Sara Não Tem Nome optaram pela fotografia como registro de suas performances.
“Poéticas de um outro” oferece um olhar lateral onde o distinto e o diverso se apresentam em consonância com o todo, narrando histórias pessoais interconectadas através das liberdades de criação, e escolhas narrativas da contemporaneidade permitindo leituras e assimilações pessoais por parte do observador. O universo de cada artista é único. Sua mensagem é sempre pessoal. Orlando Lemos uniu as estrofes dos versos, sensibilizando-se com suas poéticas distintas e redigiu um poema visual uníssono.
“Poéticas de um outro”
Artistas: Antônio Pulquério, Bruno Duque, Celso Orsini, Deneir Martins, Elias Muradi, Fernanda Junqueira, Fernando Burjato, Jean Belmonte, Juliana Notari, Marc do Nascimento, Marco Ribeiro, Marcos Coelho Benjamim, Matheus Machado, Maxim Malhado, Paulo Nenflidio, Rodrigo Rigobello, Sara Não Tem Nome.
Coordenação Artística: Orlando Lemos
Abertura: 11 de novembro de 2021, sábado, das 13h às 18h
Duração: de 13 de dezembro de 2021 a 05 de março de 2022
Belizário Galeria
Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 491 – Pinheiros
Telefone: (11) 3816.2404
Horários: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19hs; sábado das 10h às 14hs
Número de obras: 56
Técnica: pintura, desenho, escultura, objeto, fotografia
Dimensões: variadas
Preço: sob consulta
Site: https://belizariogaleria.com.br/
Instagram: @belizariogaleria
Facebook: @BelizarioGaleria
E-mail: contato@belizariogaleria.com.br
Os Artistas
Antônio Pulquério (Campos Sales, CE)
Vive e trabalha em São Paulo. Bacharel em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Cursou Gestão Cultural na PUC Cogeae – SP. Atualmente destaca em sua pesquisa a abordagem Ritual, ou Rituais, que parecem pretextos do fazer artístico, abordando questões/tradições culturais e sociais, provocando tensionamentos nas questões distintivas à religião, sem querer tratar de conceitos sobre religiosidade, crença ou fé; o que vemos são possibilidades de experienciar novos espaços de manifestação, política, social e/ou pessoal. O artista transita pelas mais diversas linguagens artísticas, escultura, colagem, fotografia, instalação e performance.
Bruno Duque (Belo Horizonte, MG, 1983)
Vive e trabalha em Belo Horizonte. Graduado em artes plásticas pela Escola Guignard e Mestre em arte e tecnologia pela UnB. Vem realizando exposições individuais e coletivas e participado de salões e prêmios no Brasil e exterior, tais como o Salão Anapolino, Salão de Guarulhos, Salão de Abril, entre outros. Suas obras são maneiras por ele escolhidas para imergir em diferentes universos temáticos. Frequentemente realizadas em pinturas permeadas por fotografias, cada série representa, não um ponto de vista sobre determinado assunto, mas um deslocamento instantâneo para um lugar desconhecido, ainda que familiar. Na série “mata”, por exemplo, o artista apresenta pinturas de paisagens sem indícios de humanos e de outros animais, para tematizar exclusivamente a vegetação enquanto forma de vida.
Celso Orsini (Itabira, MG, 1958)
Vive e trabalha em São Paulo, SP. Graduado em Desenho Industrial pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, (1982). Para Orsini a pintura acontece através do acerto e do erro. Os contrapontos, leve e pesado, quente e frio, cheio e vazio fazem parte do pensamento pictórico e as densidades aparecem claramente com a têmpera acrílica de fundo e o óleo por cima.
Deneir Martins (Campos dos Goytacazes, RJ, 1954)
Vive e trabalha em Magé, RJ. Começa sua trajetória artística aos 19 anos, quando frequenta curso livre de arte. Em 1993, torna-se funcionário público da Secretária do Estado de Educação, atuando até hoje como arte-educador. Sua produção artística atual consiste no uso de materiais descartados no cotidiano, assim sua produção artística dialoga com a arte povera. Deneir, trabalha com maestria nas rearticulações dessas matérias primas, elevando-as em criações de objetos poéticos com cunho social e de enorme sofisticação e detalhamento. Seus trabalhos incorporam um repertório cultural brasileiro, como a série de trabalhos “Balões” que o artista embarca no universo cultural das festividades brasileiras.
Elias Muradi (Mogi-Mirim, SP, 1963)
Vive e trabalha em São Paulo. Formado pela Faculdade de Arte Alcântara Machado. Inicia sua produção em 1986. Tem sua produção no território da escultura e utiliza o desenho como ferramenta de compreensão do espaço, lugar, relação, posição e tensão. As peças surgem na escala da folha de papel dialogando essencialmente com formas geométricas que dimensionam algo possível, ângulos, dobras, preenchimento, contornos e perímetros. O corpo humano é referência para a construção das peças que muitas vezes remetem ao mobiliário ou estruturas de convivência.
Fernanda Junqueira (Rio de janeiro, RJ)
Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ. Artista plástica, atuante desde 1985, formada em Pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Curso de Especialização em história da arte e arquitetura no Brasil pela PUC-RJ, e Mestrado em Arte e Cultura Contemporânea na UERJ. Cursos nas áreas de arte e filosofia, desenho, fotogravura e outros na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e no MAM-RJ. Trabalhou na área cultural do Rio de Janeiro, no setor educativo da Fundação Raymundo Castro Maya, e na Assessoria do Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro, como em produção executiva de exposições de arte em diversas instituições nacionais.
Fernando Burjato (Ponta Grossa, PR, 1972)
Vive e trabalha em São Paulo, SP. Artista plástico, graduado pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP) e mestre (2011) e doutor (2020) em Artes, pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). As pinturas de Fernando Burjato, transbordantes de cor e tinta, convidam o espectador a um olhar ao mesmo tempo para dentro e para fora dos limites do quadro. A tradição construtiva brasileira, uma certa organicidade das crostas de tinta e mesmo um gosto pelo kitsch, na forma de degradês e cores fluorescentes adquire, em suas telas, inesperada convivência. Os desenhos em pastel, por sua vez, representam quadros, num estilo que remete à tradição trompe l’oeil. São como retratos de pinturas, reais e inventadas, do próprio Burjato. Se nos quadros nossos olhos vão para as bordas, aqui vão para o fundo, para o espaço mental, ilusionista, do desenho.
Jean Belmonte (Rio do Sul, SC, 1983).
Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG. É Bacharel em Comunicação Social, especialista em Arte Contemporânea (PUC Minas), especialista em Artes Plásticas e Contemporaneidade (Escola Guignard) e mestre em Artes (UEMG). Trabalha a particularidade do objeto, sua efemeridade e transitoriedade, alinhando-o à estética geométrica. Possui publicações em revistas especializadas em ilustração no Brasil e Argentina. Foi finalista do Concurso Volvo C30 de Arte Digital, promovido pela VOLVO em parceria com a revista Zupi. Atualmente dedica-se à produção plástica como artista visual, ao design gráfico e à área acadêmica. É fundador do projeto Existência Artística, onde atua como curador e crítico de arte.
Juliana Notari (Recife, PE, 1975)
Nos últimos seis anos vive e trabalha ente Belém, PA, Rio de Janeiro, RJ e Recife, PE. Artista, doutora e mestre em Artes Visuais pelo PPGARTES/UERJ, é graduada em Artes Visuais pela UFPE (2003). Artista e pesquisadora na área de Artes, trabalha com as mais diversas linguagens (instalações, performances, vídeos, fotografias, desenhos e objetos) com abordagem multidisciplinar. A sua pesquisa visual tem criado um corpo de trabalhos que encaram suas singularidades, transitando por entre a biografia, o confessional, a catarse ou práticas relacionais. Com ênfases e modos de operação diversos, traumas, desejos, fantasias e medos são recolocados em suas obras instaurando relações entre subjetividades que, por sua vez, configuram o eixo central da obra da artista.
Marc do Nascimento (São Paulo, SP, 1990)
Vive e trabalha em São Paulo. Bacharel em arquitetura e urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo em 2017. Atualmente realiza uma pesquisa de mestrado em Poéticas Visuais na mesma universidade. Ele também desenvolve um trabalho prático em seu ateliê. Faz esculturas, pinturas, gravuras, instalações, objetos, móveis e vídeos nos quais estabelece uma relação interdisciplinar entre arquitetura, design e artes plásticas. Seu trabalho tem sido exposto em instituições culturais públicas e galerias privadas.
Marco Ribeiro (Guanabi, BA)
Vive e trabalha em Fortaleza, CE. Cria grafismos em técnicas diversas como o desenho em nanquim e aquarela, a fotografia expandida, a escultura, experimentações com cimento e linha de algodão. Atualmente, sua produção artística volta-se à criação de estruturas geométricas com instigante efeito visual e inegável potência estética na pintura em nanquim. A inspiração para muitos de seus trabalhos vem da vivência familiar com o avô tipógrafo. Posteriormente, teve contato com a arquitetura brutalista brasileira, que fortaleceu sua relação com a geometria e o preenchimento do espaço. Um encontro importante foi com a obra do artista Sérvulo Esmeraldo, um dos pioneiros da arte cinética no Brasil, cujo trabalho com a linha e o movimento lhe inspira fortemente.
Marcos Coelho Benjamim (Nanuque, MG, 1952)
Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG. Escultor, pintor, cartunista, designer gráfico, ilustrador, desenhista e cenógrafo. Em 1969, muda-se para Belo Horizonte. Participa da 12ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1973. Em 1974, conquista o prêmio viagem ao México no 2° Salão Global de Inverno de Belo Horizonte e, em 1977, o grande prêmio da International Cartoon Exhibition, em Atenas. em 1979, tem contato com diversos artesãos locais e passa a dedicar-se à criação de objetos tridimensionais e instalações. Cria, em 1988, a cenografia dos espetáculos Uatki e Mulheres, do Grupo Corpo, de Belo Horizonte. Em 1989, com o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, inicia a fase de produção de obras em grandes escalas e dimensões.
Matheus Machado (Jacareí, SP, 1987)
Vive e trabalha em Jacareí, SP. Formado em Artes Plásticas pela Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes. Em suas pinturas, Matheus propõe uma relação entre as situações banais do seu entorno e a história da arte. Pautada em uma geometria abstrata como alicerce tônico de suas composições, o trabalho dialoga de forma nítida com uma identidade visual popular. Composto por uma considerável sequência de camadas, o trabalho carrega em si uma série de tensões e paradoxos. Áreas gráficas e preenchidas rigorosamente, esbarram e convivem junto a massas de cores raspadas e pinceladas ralas; acidentes e erros são assumidos e afirmados como potência pictórica num jogo quase operário entre controle e acaso. Não raras, as formas pintadas fazem alusão a questões compositivas da arquitetura. Calhas, canaletas, colunas, vigas, andaimes e barracas, são esvaziadas de seu contexto funcional e apresentadas de forma puramente estética e plana.
Maxim Malhado (Ibicaraí, BA, 1967)
Vive e trabalha em Massarandupió, BA. Tendo começado a expor a partir de 1995, é premiado sete vezes nos Salões regionais da Bahia, e, em 2001, recebe o Prêmio Aquisição do VIII Salão do Museu de Arte Moderna da Bahia. É selecionado no Itaú Cultural para as edições de 2001 e 2003 do Projeto RUMOS e, em 2004, participa da 26ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Participou de exposições no Salão Nacional de Goiás, Salão Nacional de Arte do Pará, Salão Nacional de Curitiba, PR, Bienal de Montevideo, Uruguai.
Paulo Nenflidio (São Bernardo do Campo, SP, 1976)
Vive e trabalha em São Paulo, SP. Formado em Artes Plásticas pela ECA – USP e em eletrônica pela ETE Lauro Gomes. Artista visual, trabalha na intersecção entre arte, ciência e tecnologia. Suas obras são esculturas, instalações, objetos, instrumentos e desenhos. Som, eletrônica, movimento, construção, invenção, aleatoriedade, física, controle, automação e gambiarra são presentes na sua obra. Seus trabalhos se parecem com bichos, instrumentos musicais ou com máquinas de ficção científica.
Rodrigo Rigobello (Mococa, SP, 1995)
Vive e trabalha em Uberlândia, MG. Graduando em Artes Visuais pela Universidade Federal de Uberlândia. Rigobello explora formas geométricas usando, principalmente, a linha com rigor e força expressiva na composição de seus trabalhos em artes visuais. O artista cria um vasto repertório de possibilidades tendo uma herança associada ao concretismo, como o limite de cores e a aproximação de elementos da Op Arte.
Sara Não Tem Nome (Contagem, MG, 1992)
Vive e trabalha em Belo Horizonte, MG. Formada em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG. Sara Não Tem Nome, vem trilhando sua carreira em diversas áreas das artes, onde sua produção artística permeia o íntimo, as situações que ocorrem em seu cotidiano são dispositivos para a criação dos seus trabalhos, assim, a artista transita pelas artes visuais, a música e o cinema.
A Galeria
A Belizário Galeria, com sede no bairro de Pinheiros em São Paulo, é o resultado de uma parceria entre Orlando Lemos, José Roberto Furtado e Luiz Gustavo Leite. Sua proposta visa se apresentar como uma opção adicional de participação e visibilidade da produção de artistas emergentes e consolidados no panorama da arte contemporânea brasileira no circuito paulistano de cultura. A galeria se junta ao movimento que busca promover horizontes que estabeleçam novos meios de redirecionar e ampliar o mercado de arte, pensando nas diferentes trajetórias e produções artísticas que o compõe. Assim, visando a fomentação da diversidade cultural intrínseca na contemporaneidade, serve de palco para artistas novos e estabelecidos, nacionais e estrangeiros, em parcerias com curadores que também estejam imbuídos do mesmo propósito. Na Belizário Galeria, procura-se atender a um público que busca a aquisição de trabalhos artísticos e, também, a criação e fomento de novas coleções. O seu acervo é composto por diferentes temas e estéticas, mediante o universo poético de cada artista. Seu repertório abrange trabalhos artísticos de diferentes linguagens, suportes, técnicas e mídias como desenho, escultura, fotografia, gravura, pintura, instalação e outras.
Foto obra de Juliana Notari, Dra. Diva nº 03, Ano:2006, Técnica: fotografia
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