“Pelos Olhos de Minha Mãe”, livro escrito por sua filha, Laura Huzak Andreato, remonta a trajetória de Iolanda por meio de textos de diários, fotografias e lembranças pessoais…

 

 

 

 

As imagens e histórias da fotojornalista brasileira Iolanda Huzak (1947-2013) são apresentadas ao público infantojuvenil na biografia Pelos Olhos de Minha Mãe, escrita por sua filha, Laura Huzak Andreato, e que acaba de chegar ao mercado.

Iolanda Huzak_ foto Thales trigoPublicada pela Palavras Projetos Editoriais, a obra reúne trechos de diários, publicações na imprensa e registros pessoais, revelando a vida e a potência do trabalho de Iolanda. A autora revela ainda as relações entre mãe e filha, além de temas como a infância, a condição de vida de mulheres e trabalhadores braçais pelo Brasil e a música e cultura popular do país, na perspectiva de sua mãe.

Em Pelos Olhos de Minha Mãe, a trajetória de Iolanda é reconstruída por matérias publicadas na imprensa, fotos familiares, documentos, diário pessoal e pelo acervo imagético produzido pela própria biografada. São esses registros da memória que conduzem a narrativa, ao lado das lembranças afetivas que marcaram Laura Huzak Andreato, num entrelaçar de testemunhos que acabaram por construir uma narrativa única e sensível.

“Eu não senti muita dificuldade em conciliar a memória afetiva com a objetividade, porque desde o começo essa impossibilidade já estava posta pra mim. Não seria possível estar no papel da biógrafa isenta diante de um assunto tão entrelaçado na minha vida pessoal, nas minhas emoções. Acho que essa é uma biografia totalmente afetiva, poética e subjetiva”, explica Laura Huzak Andreato.

Para dar uma lógica ao acervo de imagens da mãe, Laura inspirou-se nos quatro eixos temáticos da exposição “Olhos de Ver, Olhos de Reparar”, ocorrida em 2017 no MIS/SP em comemoração aos 35 anos de carreira de Iolanda. Um deles era Palco, reunindo as imagens e relatos sobre a relação da fotógrafa com a música popular e o teatro. Outro era Cultura Popular, com os registros de costumes, danças, festas e arte brasileira. O terceiro eixo era Trabalho, com fotografias do cotidiano de trabalhadores no Brasil e em outros países do mundo, como Costa Rica e Guatemala. E, por fim, Infâncias, com cenas do trabalho de crianças, mas também da felicidade, das brincadeiras, dos jogos infantis.

“A partir do convite da Palavras Projetos Editoriais para fazer um livro sobre a obra de minha mãe, iniciei esse mergulho profundo nas memórias e nos arquivos dela. Havia um arquivo em Word com memórias escritas por ela que eu, desde sua morte, não tinha tido muita coragem de ler por completo. Lendo-o, descobri que ela mesma tinha se encarregado de contar sua própria história, principalmente sua atuação como fotógrafa”, relembra a autora.

Ela completa, destacando que “Iolanda escreveu sobre as viagens que fez a trabalho, sobre as angústias que as situações difíceis que presenciava geravam, mas também sobre a saudade dos filhos, sobre a infância. Então iniciei, com pequenos textos, um processo de costura entre seus escritos e suas imagens. Fui adicionando uma nova camada de memórias afetivas de filha e de minha redescoberta entusiasmada da profissional e mulher incrível que ela foi”.

 

 

 

 

 

 

Pelos Olhos de Minha Mãe: diários, memórias e outras lembranças
Autoras: Laura Huzak Andreato e Iolanda Huzak
Palavras Projetos Editoriais
144 Páginas
R$ 75.50

 

 

 

 

 

Iolanda Huzak iniciou sua carreira como fotojornalista em 1972, com imagens que registravam alguns dos grandes momentos da arte brasileira, no teatro e na música, além de escancarar várias das desigualdades que até hoje marcam o Brasil, a América Latina e outras sociedades do mundo. Um olhar que esteve presente em reportagens de diversos jornais e revistas do país, e também em vários livros e exposições pelo Brasil e o mundo afora.

Ganhou prêmios como o Vladimir Herzog de Direitos Humanos (pelo trabalho Crianças de Fibra) e o Malba Tahan, da Fundação Nacional do Livro Infantil (pelo livro Serafina e a Criança que Trabalha). Suas fotografias encontram-se hoje preservadas em instituições como o Museu da Imagem do Som (MIS/SP), o Arquivo Público do Estado de São Paulo e o Museu Afro Brasil (SP).

 

Laura Huzak Andreato nasceu em São Paulo, em 1978. É formada em Artes Plásticas pela Escola de Comunicação e Artes da USP, onde também cursou o mestrado em Poéticas Visuais. Atualmente, nesse mesmo programa de pós-graduação, prepara o doutorado. A partir de 2010, Laura começou a desenvolver atividades como arte-educadora, com experiência em instituições como a Escola da Cidade (SP), o Centro Cultural São Paulo e SESC-SP (Serviço Social do Comércio).

 

Site: www.palavraseducacao.com.br
Informações: faleconosco@palavraseducacao.com.br

 

Foto Laura Huzak Andreato: Divulgação